Inéditas no Brasil
Divulgação/Paramount
Kevin Costner na primeira temporada de Yellowstone, sucesso de audiência de 2018 na TV paga dos EUA
JOÃO DA PAZ
Publicado em 23/12/2018 - 6h34
Canais da TV paga e plataformas de streaming se esforçaram, mas não deram conta de disponibilizar ao telespectador brasileiro todas as 495 séries que a TV americana produziu em 2018. Muita coisa boa não chegou em terras tupiniquins, caso do drama Yellowstone, um faroeste com Kevin Costner, e da atração baseada em fatos reais Dirty John, que conta uma história que atormenta as mulheres: conhecer um homem embuste na internet.
O Notícias da TV lista as sete melhores séries de 2018 inéditas no Brasil. Confira:
divulgação/audience
Em Condor, o ator Max Irons é um agente da CIA que se depara com teorias da conspiração
Condor
O canal Audience (controlado pela Turner) estreou Condor, inspirada no filme Três Dias do Condor (1975), do renomado cineasta Sydney Pollack (1934-2008). Suspense daqueles que deixam o telespectador roendo as unhas, a série acompanha o analista café com leite Joe Turner (Max Irons), da CIA, em uma trama insana.
As teorias da conspiração chegam ao ponto de colocar a central de inteligência americana como mentora de um atentado terrorista nos Estados Unidos.
Cheia de ação, Condor entrega ao público vários jogos mentais. Tem uma história dinâmica, sem perder tempo com amenidades. O elenco é excelente e conta com Brendan Fraser (Trust), Bob Balaban (Show Me a Hero) e dois vencedores do Oscar: William Hurt (O Beijo da Mulher Aranha) e Mira Sorvino (Poderosa Afrodite).
divulgação/bravo
Eric Bana com Connie Britton em Dirty John; é possível achar o amor em um app de paquera?
Dirty John
Canal conceitual, hoje mais conhecido por reality shows, o Bravo tem uma única atração roteirizada em sua programação: Dirty John. Mas é uma série das boas, feita pela Universal Cable Productions (de Suits, Mr. Robot e A Rainha do Sul, entre outras). A minissérie, que estreou há um mês, cravou um espaço entre os indicados ao Globo de Ouro de 2019: melhor atriz, para Connie Britton (Friday Night Lights).
Connie se entrega de corpo e alma a um papel comovente. Ela é Debra Newell, uma decoradora muito bem-sucedida em Los Angeles. Solteirona na casa dos 50 anos, após quatro casamentos fracassados, ela tenta encontrar um namorado em um aplicativo de paquera. Ao conhecer John Meehan (Eric Bana), se apaixona e investe na relação, mesmo com a oposição de suas duas filhas, que duvidam das boas intenções desse homem mal-encarado.
divulgação/showtime
Fuga prisional real é protagonizada por Paul Dano e Benicio Del Toro em Escape at Dannemora
Escape at Dannemora
O ator Ben Stiller, famoso por protagonizar comédias no cinema, faz sua estreia como diretor de TV na minissérie Escape at Dannemora (Showtime). Ele comandou um elenco de primeira em cada um dos sete episódios e abusou da ousadia, com vários planos sequências (cenas longas e sem corte) para contar a história de uma fuga real de uma prisão nova-iorquina, ocorrida em 2015.
Benicio Del Toro vive Richard Matt e Paul Dano é David Sweat, ambos cumprindo penas por assassinato na detenção de segurança máxima Clinton Correctional Facility. Com a ajuda de Tilly Mitchell (Patricia Arquette), uma funcionária da prisão, a dupla bola um plano para escapar da cadeia, pelo subsolo e esgoto. O drama concorre a dois Globos de Ouro: melhor minissérie e atriz de minissérie ou telefilme (para Patricia, irreconhecível em um dos melhores papéis de sua carreira).
divulgação/amc
Hipnotizante, a britânica Florence Pugh carrega nas costas o drama The Little Drummer Girl
The Little Drummer Girl
Em 2016, o canal AMC (o mesmo de Mad Men e The Walking Dead) adaptou o livro The Night Manager, do renomado escritor britânico John le Carré, para uma minissérie. Neste ano, o canal voltou à fonte do mestre da espionagem e produziu The Little Drummer Girl, obra de Carré que já teve uma versão cinematográfica, lançada em 1984, protagonizada por Diane Keaton. Ganhou o nome de A Garota do Tambor.
Na TV, a história é encabeçada Florence Pugh, que dá vida a Charlie, uma atriz ativista da esquerda recrutada por israelenses para se infiltrar em um grupo de terroristas palestinos. A trama é excelente e tem na direção o sul-coreano Park Chan-wook, que esbanja criatividade ao filmar as cenas de espionagem, dando ao telespectador a sensação de estar dentro da história de Charlie.
divulgação/cbs
Na comédia The Neighborhood, Beth Behrs e Tichina Arnold mostram um entrosamento fino
The Neighborhood
Com humoristas conhecidos do público, The Neighborhood é uma das melhores comédias lançadas pela TV aberta norte-americana neste ano. Famoso por seus shows de stand-up, Cedric the Entertainer vive Calvin, um sujeito boa-praça casado com a também animada Tina, vivida por Tichina Arnold, a eterna Rochelle de Todo Mundo Odeia o Chris (2005-2009).
Calvin torce o nariz ao descobrir que seus vizinhos recém-chegados são um casal de brancos, defendidos com perícia por Max Greenfield (New Girl) e Beth Behrs (2 Broke Girls). Com boas piadas, a série se destaca na proposta de colocar dois personagens distintos, um negro e um branco, tentando entender a cultura do outro.
divulgação/starz
Melissa Barrera e Mishel Prada são as protagonistas de Vida, série com latinos em evidência
Vida
O ano de 2018 foi o dos dramas de meia hora, como Sorry for Your Loss e Homecoming. Dessa seara, vale destacar Vida, do canal Starz (o mesmo de Outlander, Power e American Gods). Muito elogiada pela crítica americana, a série trouxe para a TV uma história pouco contada no mundo do entretenimento.
Vida é ambientada em Eastside, bairro de Los Angeles com 90% dos seus habitantes de origem latina. Duas irmãs de personalidades diferentes, uma delas morando em Chicago, se reencontram após anos de distanciamento para o velório e enterro da mãe. Sem homens no centro da história, Vida explora a sexualidade feminina e a lesbianidade na terceira idade, e ainda destaca a resistência do povo latino, pelo ponto de vista da mulher, contra a invasão branca no bairro.
divulgação/paramount
Para cuidar do maior rancho dos EUA, John Dutton (Kevin Costner) precisa estar bem armado
Yellowstone
Até os críticos mais experientes não esperavam o sucesso de Yellowstone, por ser uma atração do Paramount Network, que até este ano tinha uma programação com realities, reprises de séries (Friends, Two and a Half Men) e filmes. O canal passou por uma reformulação, com investimentos em produções roteirizadas para rivalizar com os dois melhores canais básicos da TV paga americana, o AMC e o FX.
Deu certo. Por ter um público sulista e rural, o Paramount apostou em Yellowstone, um belo faroeste protagonizado por Kevin Costner (O Guarda-Costas). A história nada inovadora, sobre uma briga familiar de gente rica e poderosa, fisgou os americanos. A série só perde para a franquia The Walking Dead (AMC) na audiência da TV paga. Teve 2,2 milhões de telespectadores em média por episódio, mais do que a oitava temporada da badalada American Horror Story (FX).
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