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CRÍTICA

Embuste, Alain de Espelho de Vida falha como mocinho e prejudica a novela

Reprodução/TV Globo

João Vicente de Castro interpreta o 'embuste' Alain em Espelho da Vida, novela das seis da Globo - Reprodução/TV Globo

João Vicente de Castro interpreta o 'embuste' Alain em Espelho da Vida, novela das seis da Globo

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 22/12/2018 - 6h28

João Vicente de Castro bem que tenta, mas Alain, seu personagem em Espelho da Vida, novela das seis da Globo, passa longe do carisma e é insuportável. Com personalidade forte, seu primeiro protagonista em folhetins é complexo e, justamente por isso, o ator tem de suar muito para conquistar o público e convencer como mocinho.

A dubiedade de Alain é outro fator que contribui para a falta de química entre ele e Cris (Vitória Strada). Até que ponto o diretor de cinema é mesmo bom? As atitudes de Alain não chegam a flertar totalmente com a vilania, mas abrem espaço para que Elizabeth Jhin possa surpreender e, aos poucos, revelar o verdadeiro caráter do personagem. Se não é vilão, Alain é no mínimo um mocinho completamente errante.

Seu gênio difícil e voluntarioso o impede de ter o mínimo de sensibilidade. Na cena em que Cris conta a ele sobre suas viagens no tempo, Alain foi incapaz de sentir qualquer empatia. Chamou a moça de maluca e duvidou de sua palavra, provocando mais um rachaduras no relacionamento dos dois.

Alain se encaixaria perfeitamente na definição de "embuste". Desagradável, ele tem rompantes de raiva com quem quer que seja, principalmente contra aqueles que de alguma forma o contestam --seu alvo ultimamente tem sido Margot (Irene Ravache), pois acredita que ela é a responsável por colocar na cabeça de Cris a ideia de sua vida passada. Suas falas e atitudes são pouco românticas. Isso tudo, para um mocinho, é praticamente um tiro no pé.

O diretor carrega ainda um semblante sisudo, está sempre vestido de preto e tem uma arrogância peculiar, que afasta a identificação do público. Sua rejeição só não é maior porque falta a ele um rival de verdade. Até agora, Danilo (Rafael Cardoso) é apenas a ponta de um triângulo amoroso transcendental.

Vitória Strada segura bem as cenas dramáticas em que Cris se envolve --e não são poucas. A falta de compreensão de Alain, porém, deixa a mocinha sozinha, sem ter a quem recorrer como apoio ou parceiro de cena.

O fato de não existir outro protagonista masculino para rivalizar com Alain faz com que Cris fique solta na história, dividida não entre dois homens, mas entre duas vidas, algo muito mais racional do que emotivo. O público se vê sem ter a quem torcer, mas é certo que Alain já queimou a largada na corrida pelo coração de Cris.

Para complicar, o correspondente de Alain no passado, Gustavo Bruno, também não tem muito a acrescentar no quesito simpatia, ainda mais porque anda metido com Dora (Alinne Morais) para conquistar Julia. A reencarnação de Dora é Isabel, a vilã da história, e todos sabem que se associar à malvada não é algo muito promissor.

A única possibilidade de redenção para Alain é a conquista do amor da filha que teve com Isabel, a pequena Priscila (Clara Galinari). Se no começo de Espelho da Vida ele implicava com a garota, depois que descobriu o segredo da paternidade tenta a todo custo ganhar a atenção da criança. A cena em que a leva para conhecer o mundo do cinema foi bonita, e Alain pôde ali mostrar um lado mais doce de sua personalidade.

Mesmo assim, Priscila o rejeitou. A atitude da menina é muito similar à do público geral. Na tarefa de conquistar corações, Alain falha miseravelmente.


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