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Brendan Fraser

Marginalizado no cinema, galã da virada do milênio tem ano de redenção na TV

Divulgação/FX

Brendan Fraser em cena da primeira temporada de Trust; ator revive carreira na TV norte-americana  - Divulgação/FX

Brendan Fraser em cena da primeira temporada de Trust; ator revive carreira na TV norte-americana

JOÃO DA PAZ

Publicado em 28/6/2018 - 5h20

Filmes como George, o Rei da Floresta (1997) e A Múmia (1999) estão no imaginário até dos fãs de cinema menos fervorosos. Os dois sucessos transformaram Brendan Fraser no galã da virada do milênio. Depois, ele sumiu do mapa de Hollywood. Sua atuação marcante em duas séries, no entanto, tornam 2018 o ano de sua redenção.

Mesmo com participações em algumas produções de TV ao longo da carreira (Scrubs, The Affair), nenhuma foi tão impactante e importante como Trust (Fox Premium), drama que na primeira temporada abordou o sequestro de John Paul Getty, neto de Jean Paul Getty, magnata do petróleo, nos anos 1970.

Na pele do caubói James Fletcher Chace, ex-agente da CIA escalado pelo milionário Getty para ir atrás do paradeiro do jovem, Fraser é forte candidato ao Emmy de ator coadjuvante em série dramática. Especialistas de publicações como Variety e Entertainment Weekly cravam seu nome na disputa da estatueta.

O trabalho do ator, de fato, merece elogios. Com um estilo bem caipira, Chace faz às vezes de narrador da trama e até fala diretamente com o telespectador (como Frank Underwood em House of Cards), citando de filosofia texana a versos bíblicos. O agente é leal a Getty, mas não fica quieto quando discorda das decisões do chefe.

Já em Condor (ainda inédita no Brasil), uma das apostas deste meio de ano, Fraser dá vida a um personagem totalmente diferente. Ele interpreta Nathan Fowler, aparentemente um pai de família dedicado, mas que esconde por trás dessa faceta um homem que orquestra um ataque químico em solo norte-americano.

Essa dubiedade faz o ator roubar a cena em uma produção repleta de nomes de ouro em Hollywood, como Mira Sorvino (Poderosa Afrodite) e William Hurt (O Beijo da Mulher-Aranha), ambos com uma estatueta do Oscar na prateleira.

Em Trust, Fraser também se sobressai ao contracenar com profissionais do nível de Hillary Swank, vencedora de dois Oscars (Meninos Não Choram e Menina de Ouro), e Donald Sutherland, que nunca ganhou o maior prêmio do cinema, mas foi homenageado pelo conjunto da obra na edição do ano passado.

O mais curioso é que Fraser gravou Trust e Condor ao mesmo tempo, em uma ponte aérea puxada. Filmava Trust na Europa e Condor em Toronto, no Canadá.

divulgação/Audience/Universal

Brendan Fraser como um criminoso na série Condor e herói no filme O Retorno da Múmia

Esgotamento e abuso
Em fevereiro, a edição norte-americana da revista GQ fez um perfil com Fraser que foi notícia no mundo todo. Na reportagem, o ator falou publicamente pela primeira vez sobre um abuso sexual que sofreu, em 2003, de Philip Berk, ex-presidente da HFPA (Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood), a organização responsável pelo Globo de Ouro.

O ator disse que ficou deprimido e que a carga puxada de trabalho não ajudou a melhorar seu astral. "Quando eu fiz a terceira parte da Múmia, na China [2008], eu estava vivendo à base de gelo", falou, ao comentar os esforços físicos que suas atuações exigiam. Até suas cordas vocais tiveram de ser reparadas. Fraser comentou que, entre idas e vindas, passou sete anos em hospitais.

Nesse período, Fraser tinha acabado de se divorciar da atriz Afton Smith. O casamento durou nove anos (1998-2007) e rendeu três filhos. A má fase pessoal se estendeu à profissão e ele acabou esquecido por Hollywood.

Ficou de fora do revival de A Múmia, lançado no ano passado e que trouxe Tom Cruise no papel principal. E sequer foi chamado para estrelar a sequência de Viagem ao Centro da Terra, que ele protagonizou em 2008. Viagem 2: A Ilha Misteriosa (2012) teve como ator principal o ex-lutador Dwayne Johnson.

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