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Nona temporada

De criança fofa a barbárie: como The Walking Dead mudou de cara

Imagens: Divulgação/AMC

Cailey Fleming na nona temporada de Walking Dead: ela vive Judith Grimes, a filha de Rick - Imagens: Divulgação/AMC

Cailey Fleming na nona temporada de Walking Dead: ela vive Judith Grimes, a filha de Rick

JOÃO DA PAZ

Publicado em 29/3/2019 - 5h46

O nono ano de The Walking Dead já começou contestado, pois o drama zumbi ganhou uma nova direção e preparou o terreno para a saída de seu protagonista, Rick Grimes (Andrew Lincoln). Contudo, a temporada acaba neste domingo (31) acima da média: superou expectativas negativas e entregou episódios deliciosos, com direito a criança fofa e barbárie.

A série passou a ter um novo ritmo sob o comando de Angela Kang. A showrunner imprimiu uma levada mais dinâmica, e The Walking Dead abandonou o marasmo das temporadas anteriores. Sem Rick, Daryl (Norman Reedus) assumiu o protagonismo, fazendo jus ao salário que recebe. E a história ganhou pela primeira vez uma vilã mulher que deixa todos os outros antagonistas comendo poeira.

Confira cinco pontos positivos que fizeram The Walking Dead mudar de cara (para melhor) em sua nona temporada:

Atrás das grades, Cassady McClincy teve grandes momentos dando vida à transtornada Lydia 


Talento precoce

The Walking Dead perdeu Rick e Maggie (Lauren Cohan) na temporada, porém ganhou o reforço de mais de uma dezena de novos personagens. Dois deles merecem uma menção especial.

A filha do xerife, Judith, cresceu após o salto no tempo de seis anos e passou a ser interpretada por Cailey Fleming, de 12 anos. Com sua graciosidade, ela rouba a cena sempre que aparece. A versão crescidinha de Judith serve como a voz da razão, sempre com o chapéu do irmão Carl (Chandler Riggs) e o revólver que pertencia ao seu pai. Seu carisma conquistou até o carrancudo Negan (Jeffrey Dean Morgan).

Uma das jovens atrizes de maior destaque na TV, Cassady McClincy, 18 anos, emociona com sua atuação como Lydia, a filha da vilã Alpha (Samantha Morton).

Sua personagem tem uma carga emocional elevadíssima e Cassady faz muito bem o seu trabalho de demonstrar isso para o público. De choros em situações desesperadoras a momentos românticos, Cassady fez de tudo nessa temporada, e deixou marmanjos e atrizes veteranas no chinelo.

Norman Reedus, Cassady McClincy e Danai Gurira em cena de alta tensão na nona temporada


Mudança de ritmo

The Walking Dead sempre foi muito criticada pela inércia, a trama demorava a avançar e preenchia muitos episódios sem nenhuma história empolgante. No sexto ano, por exemplo, a série dedicou um capítulo inteiro para mostrar como Morgan (Lennie James) aprendeu a lutar Aikido, o que pouco acrescentou. 

Com Angela Kang, o drama zumbi foi repaginado. Os episódios ficaram mais ágeis e passaram a contar com todos os personagens, de todas as comunidades. O adeus a Rick foi logo no quinto episódio, sem aquele suspense agonizante visto com outros personagens. Os saltos no tempo ajudaram a série, e o início do embate entre os Sussurradores e os sobreviventes veio antes do fim da temporada, sem cerimônias.

Com um olhar aterrorizante, Samantha Morton dá show como a vilã Alpha em Walking Dead 


Vilã aterrorizante

Pela primeira vez, uma vilã mulher entrou em The Walking Dead. Considerada pelos fãs da HQ homônima, na qual a série se baseia, a antagonista mais temida de toda a trama, Alpha mostrou ser exatamente isso também na série.

Impiedosa, Alpha é a cabeça dos Sussurradores e acredita que seus súditos devem seguir os instintos mais primitivos. Crença que, nos quadrinhos, fez ela permitir que sua filha fosse estuprada. Assassina, ela chocou o público em dois momentos, ao matar o próprio marido e decapitar uma mulher que questionou a sua liderança.

A atriz Samantha Morton, duas vezes indicada ao Oscar, se credencia a cravar um lugar no Emmy pela sua atuação como Alpha. Ela mudou o próprio visual em sua entrega ao papel, e deixou a vaidade de lado para ficar careca.

A cabeça zumbificada de Tara (interpretada por Alanna Masterson) acabou em uma estaca


Cabeças nas estacas

O leitor da HQ duvidava que os produtores da série um dia iriam adaptar para a TV uma das cenas mais chocantes dos quadrinhos. Nas páginas da publicação, Alpha e os Sussurradores decapitaram 12 integrantes das comunidades, entre eles personagens importantes, como Rosita e Ezekiel. Mas Angela Kang aceitou o desafio e recriou a barbárie no drama.

A cena forte foi exibida no último domingo (24). Intitulado de The Calm Before (A Calmaria Anterior), o episódio foi tão bom que nem parecia Walking Dead. A revelação ao público de quem estava com a cabeça nas estacas, tudo muito similar à HQ, teve um toque mágico e cirúrgico, um espetáculo de edição e sonoplastia.

A diferença para os quadrinhos foi que dez pessoas perderam a cabeça na matança, três delas muito importantes para a trama: Tara (Alanna Masterson), Enid (Katelyn Nacon) e Henry (Matt Lintz).

Após encher o bolso, Daryl (Norman Reedus) assumiu o protagonismo de The Walking Dead


Daryl assume protagonismo

Desde o anúncio da saída de Rick da série (o personagem será protagonista de três filmes sobre o apocalipse zumbi), Daryl (Norman Reedus) foi colocado como o substituto do xerife. Para tanto, Reedus engordou a conta bancária, com um salário de US$ 1 milhão (R$ 3,95 milhões) por episódio.

Entretanto, no começo da vida pós-Rick não foi bem assim. No capítulo seguinte ao adeus de Rick, o sexto da atual temporada, Reedus ganhou o milhão mais fácil de sua vida, aparecendo por menos de um minuto e sem abrir a boca. Com o passar do tempo, Daryl recebeu o destaque na série que tinha sido dado a Rick na HQ, como lidar com os problemas com Lydia e bater de frente com Alpha. 

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