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INSTINTO SELVAGEM

Na contramão das mocinhas, Juma vira assassina em Pantanal: 'Para defender-se'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A atriz Alanis Guillen como Juma em Pantanal; ela está olhando para o lado com a boca levemente aberta e cara de desconfiada

Juma (Alanis Guillen) em Pantanal; mocinha vai tirar a vida do matador Solano (Rafa Sieg)

ARTHUR PAZIN

arthurpazin@noticiasdatv.com

Publicado em 3/9/2022 - 6h45
Atualizado em 3/9/2022 - 23h24

Juma (Alanis Guillen) virou assassina em Pantanal. Na contramão das mocinhas dos folhetins em geral, a protagonista da novela das nove da Globo teve em seu histórico a façanha de tirar a vida de uma pessoa ao matar Solano (Rafa Sieg). Para Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia brasileira e latino-americana pela USP (Universidade de São Paulo), o teor místico da trama permite. "Um animal mata apenas para alimentar-se e defender-se de seus predadores", explica.

Quem despertou o instinto assassino da mulher-onça foi Solano (Rafa Sieg). O capanga de Tenório (Murilo Benício) assinou a sua sentença de morte ao mexer com a vida do Velho do Rio (Osmar Prado). O pistoleiro teve uma terrível briga com o encantado na tapera de Juma e atirou no amigo da nativa.

Ele foi até o local a fim de esconder-se e fingir que deixou a região do bioma como plano para dar fim às vidas de Maria Bruaca (Isabel Teixeira) e Alcides (Juliano Cazarré). Dois meses depois da briga com o velho, Solano deu de cara com a dona da tapera.

Prestes a parir, Juma decidiu voltar para o casebre para ter a sua filha por lá. Ao chegar ao local, ela encontrou o matador, que estava dando mostras da loucura.

Os dois se enfrentaram, e Solano disse que matou o amigo dela, deixando-a ensandecida. O bandido ameaçou matar Juma e sua filha, e os dois duelaram. Ele trancou a porta e as janelas da tapera, e eles ouviram esturros vindos do lado de fora. O telespectador descobriu que se tratava do Velho do Rio, dando força para a sua protegida.

Solano, então, se deparou com uma onça no lugar de Juma, dando a entender que ela se transformou no animal. Do lado de fora, o Velho do Rio ouviu os rugidos da Marruá entrecortados pelos berros de desespero e terror do bandido, que foi morto pela mocinha da história.

O capanga do grileiro foi encurralado, degolado e destroçado pela mulher-onça, que arrastou o corpo do bandido até o rio para jogá-lo para as piranhas. 

Mocinha pode matar?

Juma reúne todas as características de uma legítima mocinha de novela, mas ao virar onça e ter o instinto selvagem aflorado, partindo para cima e matando um personagem, a jovem pode ter deixado o telespectador em dúvida com relação a este estereótipo, mesmo agindo em nome da justiça.

Em entrevista ao Notícias da TV, Mauro Alencar, explica que o fato de Pantanal ser uma trama de temática regionalista, folclórica e mítica, que apresenta seres que falam das forças da natureza, inclusive por meio da tradição oral --o que é característica da obra de Benedito Ruy Barbos-- traz à tona o irreal a nossos olhos.

"Nesse sentido, a mocinha Juma está perfeitamente adequada dentro do quadro de personagens heroicos e justiceiros que povoam o nosso imaginário desde os primórdios da literatura ocidental, em particular com características míticas e místicas", analisa o especialista, que é autor do livro A Hollywood Brasileira - Panorama da Telenovela no Brasil (2002) e da coleção Grandes Novelas (2007).

Alencar ressaltou ainda que, ao cometer o crime como uma onça, Juma deixa a premissa de que na natureza um animal mata apenas para alimentar-se e defender-se de seus predadores. "A exemplo do magnífico King Kong", detalha o doutor.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Juma carrega tom místico

Juma carrega tom místico

Outras novelas

De acordo com Mauro Alencar, é absolutamente incomum encontrarmos uma mocinha assassina, em particular na teledramaturgia diária. O especialista, no entanto, citou como maior exemplo Dora (Christiane Torloni) de Kananga do Japão (1989), novela da Manchete (1983-1999).

Na trama, o jornalista Raul Noronha (Cláudio Marzo) foi morto com três tiros por chantagear a protagonista em função de uma reportagem sensacionalista que a envolvia num triângulo afetivo e sexual com seu grande amor, o dançarino Alex Ribeiro (Raul Gazolla), casado com a poderosa Letícia Viana (Tônia Carrero).

Em outros momentos da teledramaturgia brasileira, mocinhas de novelas também bancaram a assassina. Em Amor de Mãe (2019), Lurdes (Lucy Alves) matou o marido na primeira fase da novela após descobrir que ele havia vendido o filho do casal.

Em Fera Radical (1988), Cláudia (Malu Mader) matou Joana (Yara Amaral) no último capítulo. Vestida de noiva, a mocinha do folhetim de Walther Negrão atirou acidentalmente na vilã ao se defender da matriarca da família Flores.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Cláudia matou Joana em Fera Radical

Cláudia matou Joana em Fera Radical

Escrita por Benedito Ruy Barbosa, a novela Pantanal foi exibida em 1990 pela extinta Manchete (1983-1999). O remake da Globo é adaptado por Bruno Luperi, neto do criador da história, e ficará no ar até outubro. Em seguida, a Globo vai estrear Travessia, trama de Gloria Perez.


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