ANÁLISE
Reprodução/TV Globo
Clarissa Pinheiro tem brilhado na "segunda temporada" de Amor de Mãe como a bandida Penha
A fase final de Amor de Mãe, novela das nove da Globo, intensificou ainda mais o carrossel de desgraças que marcam a história de Manuela Dias. Em apenas três semanas, a autora se livrou de vários personagens e também não hesitou em pesar a mão no drama e na violência. Teve tiros à queima-roupa, atropelamento, sequestro e cárcere privado. Isso para não falar na pandemia do coronavírus inserida na trama, deixando uma sensação depressiva no ar.
Uma personagem, pelo menos, conseguiu aliviar o peso de tanta carga dramática: Penha (Clarissa Pinheiro). Mais bandidona do que nunca, foi ela a responsável por um dos poucos momentos de catarse em Amor de Mãe. Ao matar Belizário (Tuca Andrada) envenenado, Penha lavou a alma dos telespectadores que estavam ávidos para ver o bandido pagar por seus atos.
Sem dó nem piedade, a personagem empacotou o capanga de Álvaro (Irandhir Santos) com estilo, servindo a ele um picadinho com bastante "tempero" e, junto com a nova comparsa Leila (Arieta Corrêa), ainda tripudiou dos últimos momentos do ex-marido enquanto ele se estrebuchava no chão.
Por mais fora da lei que esteja, Penha conseguiu a proeza de conquistar a simpatia do público, uma vez que Manuela Dias traçou uma trajetória coerente para ela. A personagem começou pequena, tomando esporro de Lídia (Malu Galli), mas aos poucos foi ganhando vida própria. Sua conduta errante, cheia de tropeços, ajudou a humanizá-la.
Passional desde o começo, sofreu com a traição de Wesley (Danilo Ferreira), mas mesmo assim jurou vingança quando descobriu que o policial havia sido assassinado. Seu plano, porém, deu errado e ela acabou se envolvendo com o carrasco do marido morto.
A relação com Belizário proporcionou uma virada na vida de Penha e, desde então, ela surpreende pelas mudanças que vive. De empregada, passou a primeira-dama do crime. Trocou o uniforme careta por um figurino de femme fatale do subúrbio, subiu no salto alto e não desceu mais, a não ser durante o período que passou na cadeia.
Ao sair do xadrez, voltou com sangue nos olhos, sedenta por vingança contra Belizário, que a abandonou à própria sorte na prisão. E encontrou em Leila um apoio improvável. As duas agora formam uma parceria que vai além das tramoias criminais. É de se lamentar que o casal inusitado tenha demorado tanto para surgir, pois a cena das duas dançando bêbadas e apaixonadas fez a alegria das redes sociais.
Com Belizário fora do circuito, Penha não demorou para mostrar as garras. "Rei morto, rainha posta", disse ela, convicta, a Veiga (Eduardo BR), arma em punho, assumindo de vez o reinado do crime no fictício Bairro do Passeio.
Penha se mostrou uma personagem e tanto, e a atuação de Clarissa Pinheiro, principalmente depois da fase bandida, trouxe um ar de sarcasmo a suas cenas. A poucos capítulos do fim de Amor de Mãe, atriz e personagem brindaram o público com um respiro tão necessário à história e deixaram evidente que Penha merecia ter brilhado muito mais.
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