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ANÁLISE

Justiça 2 parece ter sido feita às pressas e não tem 'padrão Globo de qualidade'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Em cena de Justiça 2, Alice Wegmann discute com Murilo Benício

Jayme (Murilo Benício) e Carolina (Alice Wegmann) em Justiça 2: série tem diálogos repetitivos

CARLA BITTENCOURT, colunista

carla@noticiasdatv.com

Publicado em 5/5/2024 - 8h10

As histórias de Justiça 2 começaram a ser desenvolvidas logo após a exibição da primeira temporada, em 2016. E, por causa da pandemia de coronavírus, o projeto só saiu do papel no ano passado. Mas a impressão que se tem é de que a segunda leva foi feita às pressas, já que ela passa longe da originalidade e da surpresa causada pelos episódios originais.

As novas tramas, na verdade, não têm nenhuma relação com as anteriores --por isso, fica até difícil classificá-las como uma segunda temporada. A autora Manuela Dias criou outras histórias que repetem a temática de vingança, tão bem-sucedida oito anos atrás.

O problema é que os episódios já disponíveis no Globoplay são fracos, chatos e óbvios demais. As histórias são fortes e as atuações estão ótimas, mas o desenvolvimento da trama é superficial e aposta em desfechos surreais. As prisões dos protagonistas aconteceram de maneira corrida, e a veracidade de alguns fatos foi completamente esquecida.

Alguns acontecimentos deixaram o telespectador com a sensação de que o "padrão Globo de qualidade" foi deixado para trás. Só isso explica o fato de Jayme (Murilo Benício) ter voltado a morar na mesma casa de Carolina (Alice Wegmann) mesmo após ter sido preso por estuprá-la. A peruca usada por Milena (Nanda Costa) também não condiz em nada com o cabelo de uma grande estrela da música.

Para piorar, os diálogos estão didáticos e repetitivos. Em dois episódios, a personagem estuprada pelo tio precisou explicar várias vezes para a mãe por que precisava denunciar o bandido. O mesmo se aplica a Milena, um disco furado na justificativa de não entregar Jordana (Paolla Oliveira) à polícia. São falas que não combinam com o que Manuela Dias havia feito em Justiça 1 e que parecem duvidar da capacidade cognitiva do público que assiste à série.

A originalidade de cruzar as quatro histórias de maneira sutil também caiu por terra em Justiça 2. Ao contrário do que aconteceu em 2016, os protagonistas já estão inseridos nas tramas uns dos outros. E as cenas em que as histórias se cruzam também são repetidas; quando trazem algo novo, é apenas um ângulo diferente. Nada comparado às surpresas reveladas na série original.

Justiça 2 estreou em 11 de abril no Globoplay. Toda quinta-feira, quatro novos capítulos são disponibilizados na plataforma de streaming. Ao todo, a série terá 28 episódios. Ainda há tempo para a série surpreender, porque Manuela Dias é sagaz, e os temas propostos pela autora têm potencial. Porém, o que se viu até aqui está longe do que se esperava do projeto. Parece um trabalho preguiçoso, feito apenas para cumprir tabela.

A série original Globoplay trouxe a mesma fórmula da primeira temporada, com quatro histórias de personagens presos no mesmo dia e que tentam recomeçar suas vidas após sete anos de detenção.

Além de Jayme e Milena, os outros protagonistas são Balthazar (Juan Paiva) e Geíza (Belize Pombal). Logo de cara, já ficou claro que o fio que une todas as tramas é o sistema de corrupção comandado por Nestor (Marco Ricca).

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