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ANÁLISE

De playboy do povão a bandido do bem: Os tropeços de O Tempo Não Para

Fotos: Reprodução/TV Globo

Nicolas Prattes (Samuca) e Rui Ricardo Diaz (Barão) em O Tempo Não Para: cadê o sentido? - Fotos: Reprodução/TV Globo

Nicolas Prattes (Samuca) e Rui Ricardo Diaz (Barão) em O Tempo Não Para: cadê o sentido?

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 20/10/2018 - 5h29

Apesar de ser a melhor novela atualmente no ar na Globo, O Tempo Não Para não está imune aos problemas típicos da dramaturgia. De um protagonista teen que interpreta um executivo muito bem-sucedido a um bandidão que não tem nada de malvado, a trama de Mario Teixeira tem seguido a máxima criada por Gloria Perez durante Salve Jorge (2012), de que o público precisa "voar" quando algo estapafúrdio acontece.

Teixeira não chega a irritar o público com seus deslizes nos textos sobre a família de ex-congelados e as pessoas que a rodeiam, mas os tropeços no folhetim das sete causam algumas turbulências na trama.

Veja quatro situações que poderiam ter sido evitadas na história:

O bandido inofensivo
Barão (Rui Ricardo Diaz) manda e desmanda na Freguesia do Ó, bairro onde a história se desenvolve, mas mete mais medo do que efetivamente age. O ato mais fora da lei cometido por ele até o momento foi a sabotagem da moto de Samuca (Nicolas Prattes), numa tentativa de assassinar o mocinho.

O chefão do crime lembra muito o bandido Grego (Caio Castro), da novela I Love Paraisópolis (2015), do mesmo autor. Ainda que o horário tenha limitações de cenas mais violentas, o personagem é bastante inverossímil para a realidade de São Paulo.

O playboy da galera
Já é difícil acreditar que, apesar de tão jovem, Samuca seja um empresário rico e bem-sucedido. Dias desses, ele mesmo revelou que nunca fez faculdade e que sua fortuna é fruto exclusivamente de sua visão empreendedora. Samuca, ensina para a gente como faz para empreender e dar certo em época de crise no Brasil?

Apesar de tudo isso, o personagem de Nicolas Prattes mantém os pés no chão e é um playboy de boa alma. Anda com carro e moto importados, tem apartamento high-tech, mas não deixa de frequentar o pancadão da Freguesia do Ó, no meio da rua, entre o povão. Isso que é ser um protagonista da galera. 

Escravidão romantizada
Embora o humor seja a tônica da novela, O Tempo Não Para perde a chance de discutir com mais profundidade a questão da escravidão no Brasil. À exceção de Cairu (Cris Vianna), que balança um pouco a estrutura servil, e Cecílio (Maicon Rodrigues), revoltado após descobrir que é filho de Dom Sabino (Edson Celulari), os ex-escravos são subservientes e têm uma visão idealizada do senhorio.

Pouco se fala sobre a relação de abuso a que os negros estavam sujeitos no passado. Ainda que já tenha ficado claro na história que Sabino não maltratava seus escravos, a discussão é tão importante quanto o racismo ainda presente na sociedade, tema que já rendeu boas cenas. 

Personagens esquecidos
A novela tem uma trama central bastante estruturada, com um casal principal que ganhou a simpatia do público, mas alguns bons personagens acabaram perdendo força e foram relegados a segundo plano, com cenas pouco relevantes.

É o caso de Zelda (Adriane Galisteu), Helen (Rafaela Mandelli), Vanda (Lucy Ramos) e Pedro Parede (Wagner Santisteban), que poderiam render muito mais se não fizessem apenas uma figuração de luxo em O Tempo Não Para


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Resumos Semanais

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Sábado, 26/1 (Capítulo 155)
Resumo do capítulo não será divulgado pela emissora. Segunda, 28/1 (Capítulo 156)
Resumo do capítulo não será divulgado pela emissora. Os capítulos de O Tempo Não Para são fornecidos pelas emissoras; sujeitos a alteração sem aviso ... Continue lendo

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