Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
TikTok

ANO DA MALDADE?

Com mocinhas burras e sem carisma, vilões carregam novelas nas costas em 2023

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Zoé (Regina Casé) e Vanessa (Letícia Colin) vasculham carteira em cena do último capítulo de Todas as Flores

Zoé (Regina Casé) e Vanessa (Letícia Colin) em Todas as Flores; vilãs dominaram a novela

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 24/12/2023 - 9h00

A maldade prevaleceu em 2023, pelo menos nas novelas exibidas pela Globo neste ano. Afinal, foi difícil torcer para as mocinhas que caíram como patas em cada armadilha óbvia --sem contar que protagonistas ingênuas e burras já não colam mais nos dias de hoje. Coube aos antagonistas, então, a missão de entreter o público.

Um exemplo bastante claro aconteceu em Terra e Paixão: Agatha (Eliane Giardini) pegou o bonde andando e sentou na janelinha com louvor. O mistério em torno da morta-viva atiçou a curiosidade do telespectador ainda quando a mulher só aparecia em flashbacks.

Com máscara de injustiçada, ela voltou a Nova Primavera com um plano de vingança e enganou todo mundo ao se fingir arrependida. Ainda escondeu a identidade de seu principal comparsa, escanteou Irene (Gloria Pires) e quase matou Antônio (Tony Ramos).

A megera se despediu da trama no auge e ainda foi responsável por instigar mais um "quem matou" --com uma lista enorme de suspeitos. A interpretação primorosa de Eliane Giardini como sua primeira vilã também ajudou muito a alavancar a narrativa já cansativa do folhetim nos mais de 190 capítulos.

Também foi complicado engolir as burradas de Maíra (Sophie Charlotte) em Todas as Flores. A perfumista prometeu uma vingança exemplar contra as maldades de Zoé (Regina Casé) e Vanessa (Letícia Colin), mas só meteu os pés pelas mãos e deixou o público irritado.

Enquanto isso, Vanessa arrebatou o telespectador com o jeito debochado e cínico. A patricinha fez o público rir (com certa culpa até) ao disparar atrocidades e ofender diversas minorias. Ainda virou meme nas redes sociais ao protagonizar uma cena hilária bêbada num bar, e explodiu em química nas sequências quentes com Pablo (Caio Castro). Pelo papel, Letícia Colin merecidamente levou o Melhores do Ano do Domingão com Huck.

Zoé transitou entre a perversidade e a redenção várias vezes. A vilã, que nem sabia que gente tão boa como Maíra poderia existir, chefiou a quadrilha de tráfico humano, matou, sequestrou e cometeu uma série de crimes. Mas também tinha um lado carente e engraçado, fazendo o público torcer para um final mais ameno.

Gilda (Mariana Ximenes) foi um dos grandes acertos de Amor Perfeito. A vilã maluca não poupou Marê (Camila Queiroz) de armações e golpes baixos, mas, com uma pitada de humor e cinismo, quase fez com que o telespectador passasse pano para suas atitudes terríveis. Até porque, no ápice da crueldade, a ruiva demonstrou fragilidade e se apegou mesmo a Marcelino (Levi Asaf).

Na contramão e sem qualquer traço cômico, Theo (Emílio Dantas) causou nojo e indignação em Vai na Fé (2023). O ricaço, que se achava apenas um "cidadão do bem", aliás, está bem próximo dos vilões da vida real. Talvez por isso tenha dominado a trama tão bem e despertado a indignação do noveleiro.

Ele estuprou Sol (Jê Soares/Sheron Menezzes), abusou de Clara (Regiane Alves), manipulou Lumiar (Carolina Dieckmann), debochou das crises de Rafa (Caio Manhente), desviou dinheiro, contrabandeou e matou --mas negou veemente ter cometido qualquer crime, até foi considerado inocente num julgamento e se fez de vítima até o final. Ao menos foi castigado na prisão, num desfecho considerado leve até pelo seu intérprete.

E mesmo Fuzuê, com seus trancos e barrancos, apresentou ao público um novo lado de Marina Ruy Barbosa na pele de Preciosa. Com a vilã caricata e exagerada, a atriz conseguiu se distanciar bastante das várias mocinhas que já tinha vivido nos folhetins da emissora.

Resta saber se 2024 trará protagonistas mais espertas nas próximas novelas, ou se a maldade também dominará as histórias de Renascer, Família É Tudo e No Rancho Fundo.

Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.