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ESTRELAS EM LEILÃO

Jogo de poder: Como a Netflix turbinou salário de atores em meio à crise do cinema

DIVULGAÇÃO/LIONSGATE

Daniel Craig usa terno e óculos em cena de divulgação do filme Entre Facas e Segredos

Daniel Craig no filme Entre Facas e Segredos, comprado pela Netflix em 2021 por uma fortuna

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 1/1/2022 - 7h00

Apesar de terem sido afetados pela impossibilidade de trabalho presencial durante a pandemia, os serviços de streaming ficaram ainda mais fortes por causa da explosão do consumo online em casa e, com isso, passaram a ter mais poder no leilão contra grandes estúdios tradicionais de cinema. Quem se deu bem nessa foi uma relação de artistas de primeira grandeza, que viram seus salários ficarem turbinados em meio ao braço de ferro entre as empresas.

O exemplo mais bem-sucedido dessa guerra do audiovisual é Daniel Craig --e não foi por 007. O ator de 53 anos encerrou 2021 como o mais bem pago de Hollywood após a Netflix adquirir por US$ 450 milhões (R$ 2,58 bilhões) os direitos do longa Entre Facas e Segredos (2019), que vai virar uma trilogia.

A gigante de streaming, que entrou em um leilão contra o Apple TV+ e o Prime Video para comprar as sequências do suspense, é quem fará os dois próximos filmes. O primeiro foi produzido pela Media Rights Capital e distribuído pela Lionsgate.

De acordo com a revista Hollywood Reporter, Craig vai embolsar cerca de US$ 100 milhões (R$ 573 milhões) só no contrato desses dois trabalhos com a Netflix.

Um exemplo de filme lançado com exclusividade no streaming em 2021 que seria dos cinemas foi Alerta Vermelho, originalmente desenvolvido pela Universal Pictures. O streaming assumiu os direitos de exibição e manteve os salários de Dwayne "The Rock" Johnson, Gal Gadot e Ryan Reynolds: cerca de US$ 20 milhões (R$ 114 milhões) para cada um do trio de protagonistas.

Para a Netflix, é importante fazer esses investimentos e se manter relevante no quesito filmes contra concorrentes como Disney e Warner, que adotaram um esquema de lançamentos que envolve cinema e digital.

Contratos diferentes

A diferença de uma empresa praticamente exclusiva do online para os estúdios tradicionais de cinema é a composição do contrato com os artistas e produtores. Quando os longas vão para as telonas, algumas das estrelas colocam como cláusula uma porcentagem de participação em cima da bilheteria e da comercialização de direitos ao longo do tempo.

Ou seja, o ator ou a atriz tem o salário fixo somado ao ganho de acordo com a venda de ingressos nos cinemas. Em Vingadores - Ultimato (2019), Robert Downey Jr. recebeu US$ 50 milhões (R$ 286 milhões) fixos + US$ 25 milhões (R$ 143 milhões) por participação na renda do blockbuster.

DIVULGAÇÃO/DISNEY+

Scarlett Johansson em cena como a Viúva Negra

Scarlett Johansson como a Viúva Negra

Foi justamente esse modelo de contrato que causou uma guerra pública entre Scarlett Johansson e a Disney: a atriz contestou o fato de o estúdio ter lançado Viúva Negra (2021) no streaming sem deixar uma janela exclusiva para o cinema, pois ela amargou um prejuízo.

Salários milionários da Netflix

No caso da Netflix, o salário inicial do ator precisa ser inflado porque a empresa não tem como oferecer o lucro pelos ingressos. Leonardo DiCaprio recebeu US$ 30 milhões pelo recém-lançado Não Olhe Para Cima, aposta da empresa para o Oscar 2022, US$ 5 milhões (R$ 28 milhões) a mais do que sua parceira de elenco, Jennifer Lawrence, e o mesmo valor que Mark Wahlberg teve por Troco em Dobro (2020). 

Adam Sandler, que tem um acordo de exclusividade com o serviço de streaming desde 2014, embolsou US$ 250 milhões (R$ 1,4 bilhão) para protagonizar e produzir quatro filmes para a plataforma. Will Smith, confirmado na continuação de Bright (2017) em 2022, faturou US$ 35 milhões (R$ 200 milhões) para fazer a sequência.

Fora da Netflix, The Rock fechou um acordo com a Amazon para estrelar o filme Red One com exclusividade para o Prime Video e receberá US$ 50 milhões (R$ 286 milhões) pelo trabalho.


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