CONSOLIDAÇÃO
DIVULGAÇÃO/HBO E DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Cersei (Lena Headey) em Game of Thrones e Professor (Álvaro Morte) em La Casa de Papel
Que tal assistir a uma continuação de Game of Thrones (2011-2019), sucesso da HBO, dentro da Netflix? Este cenário parece impossível na atualidade, mas pode se tornar real no futuro. Isso se deve a uma das tendências dos próximos capítulos da guerra do streaming: a consolidação das plataformas, vista como uma estratégia para fechar as contas destas empresas.
"Hoje, nós pagamos um valor alto, pois temos que assinar vários serviços. Porém, se você pegar o gasto que as empresas têm para produzir conteúdos, a conta não fecha. A tendência é uma consolidação na qual uma produção sirva para dois ou três streamings. Assim, teremos um número menor de plataformas, mas elas terão conteúdo e assinaturas maiores", projeta Jefferson Alves, sócio da PwC Brasil, ao Notícias da TV.
Com a pandemia da Covid-19, as plataformas apresentaram um crescimento na base de assinantes, o que continuará nos próximos anos, segundo os dados da 22ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia. O levantamento aponta que, no Brasil, este setor crescerá 13% até 2025.
"As empresas de streaming têm um desafio muito grande, pois as assinaturas que pagamos não cobrem os custos das produções. No cinema, você tem grandes patrocínios e a bilheteria. É uma equação que elas terão que conseguir identificar como melhorar isso. Acreditamos que ocorrerá uma consolidação, em que alguém vai falar: 'Assina o meu serviço que você vai ter tudo'", reforça o especialista.
Nos novos aparelhos de televisão, os aplicativos dos streamings vêm instalados. Já existe uma consolidação com um controle remoto só, mas ainda não tem aquela integração de uma página para você escolher o filme. Se um conteúdo é da Amazon, você tem que ir na Amazon. Se é da HBO, vai no aplicativo da HBO. Terá que existir uma consolidação [destes catálogos].
De olho nesta tendência, as plataformas já buscam estratégias para oferecerem uma solução completa aos seus assinantes. A Netflix estuda a inserção de games no catálogo, enquanto o Globoplay oferece pacotes integrados com outros serviços, como Disney+, Apple TV+ e Deezer. O Prime Video conta com o Channels, recurso no qual o cliente pode complementar o pacote com plataformas de conteúdos esportivos, infantis e de variedades.
As operadoras de telefonia também miram essa integração, com pacotes nos quais serviços de streaming estão inclusos na mensalidade. Outra possibilidade que segue em estudo pelo setor são as assinaturas durante um período limitado --com a possibilidade de pagar para acessar os conteúdos apenas aos fins de semana, por exemplo.
O estudo da empresa de consultoria e auditoria aponta que a TV por assinatura registrará uma queda de 1% na sua base até 2025. "As pessoas estão reduzindo os planos de TV para o básico e assinando os streamings. No entanto, mesmo com essa queda, o setor seguirá grande, pois é um mercado grande", complementa Alves.
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