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Globoplay encontra nova mina de ouro com dramalhões turcos e mexicanos

REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY

Montagem com Beren Saat como Fatmagul e Camila Sodi como Rubi nas novelas homônimas

Fatmagul (Beren Saat) e Rubi (Camila Sodi); histórias turcas e mexicanas fazem sucesso no Globoplay

ERICK MATHEUS NERY e LUANA BENEDITO

erickmatheusnery.jor@gmail.com

Publicado em 8/9/2021 - 6h20

Vistas como produtos de "segunda categoria" por uma parcela do público, as histórias turcas e mexicanas tornaram-se uma mina de ouro do Globoplay na guerra do streaming. Tramas como Uma Vida Nova (2020), Fatmagul (2010), Rubi (2020) e Marimar (1994) já figuraram na lista dos produtos mais vistos da plataforma, inclusive à frente das atrações da própria Globo.

"O público se interessa muito pela matriz melodramática dessas histórias. Elas recuperam narrativas clássicas que são características das novelas mais antigas aqui do Brasil", explica Gabrielle Ferreira, mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Paraná, ao Notícias da TV.

Em solo nacional, SBT e Band foram as principais responsáveis por apresentarem ao público as histórias mexicanas e turcas, respectivamente. No entanto, essas produções ganharam status de "tapa-buraco" na grade e só conquistaram repercussão em segmentos específicos da população.

Com o avanço da disputa dos streamings, essas novelas tornaram-se um diferencial na hora da busca de assinantes e logo mostraram sua força. Em 30 de julho, no Globoplay, Uma Vida Nova ultrapassou todas as novelas exibidas pela Globo: Ti Ti Ti, Malhação, A Vida da Gente, Pega Pega e Império.

"Uma Vida Nova chegou perto de 1 milhão de horas de consumo em dez dias. Isso é o mesmo nível de uma série blockbuster", explicou Erick Brêtas, diretor de produtos e serviços digitais da Globo, em entrevista recente para a jornalista Cristina Padiglione no jornal Folha de S.Paulo.

Exibida quatro vezes pelo SBT, Marimar conseguiu repetir o êxito da produção turca no streaming. Em 30 de agosto, a trama estrelada por Thalia conquistou o primeiro lugar no ranking do Globoplay e deixou Verdades Secretas, The Masked Singer Brasil e Ilha de Ferro (2018-2019) comendo poeira.

"Novela é com a gente. Primeiro que a gente quer firmar o Globoplay como o streaming das novelas. É um formato que dá um conforto para o internauta e o consumidor, ela fala muitas vezes à memória afetiva, à infância, à conexão com a família. Me admira, na verdade, que os nossos concorrentes não tenham feito isso antes", provocou Brêtas.

As próximas novelas turcas do Globoplay ainda não foram anunciadas. No caso das mexicanas, além de clássicos das tardes do SBT como A Usurpadora (1998) e Maria do Bairro (1995), o streaming também aposta nas novelas Império de Mentiras (2020) e Amar a Morte (2018), ambas protagonizadas por Angelique Boyer, a nova diva dos fãs brasileiros destas produções.

rEPRODUÇÃO/YOUTUBE

Protagonistas da novela Sen Çal Kapimi

Falta de beijo conquista

Gabrielle estuda a repercussão das tramas turcas com o público brasileiro e aponta que a diferença cultural também atrai os telespectadores destas produções. "Ainda que não seja o foco das novelas, pois elas tratam de temas universais como romances e conflitos familiares, a cultura da Turquia está presente nas histórias", reforça.

O público dessas histórias é mais velho. A maioria é de mulheres acima dos 40 anos, católicas e evangélicas. Porém, algo ocorreu em julho de 2020, com a estreia da novela Sen Çal Kapimi [Você Bate na Minha Porta, em tradução livre], que conquistou um sucesso estrondoso e fez crescer uma audiência destas produções com um público mais jovem.

A paixão à "moda antiga" foi o que motivou Sabrina Diana, 40 anos, a virar consumidora das histórias turcas. "Me atraiu o romance bem adolescente do casal. Algo que normalmente não vemos nas novelas e filmes brasileiros. O que me faz assistir é o amor, o carinho e a dedicação que os casais demonstram entre eles. Não me importo que não tenha beijos", diz a autônoma.

Os beijos não são proibidos nas produções da Turquia, mas eles não podem ter caráter erótico, de acordo com a legislação do país. "A falta de beijo e de cenas de sexo atrai essas telespectadoras, porque remete às novelas antigas, que elas dizem ser mais respeitosas", aponta a mestre. 

"As mais novas dizem que queriam que tivesse mais cena de contato físico, mas elas estão cientes de que isso não vai acontecer, porque não pode. Faz parte de consumir um produto que vem de outra cultura", complementa a pesquisadora.

Apaixonada pelos dramalhões mexicanos desde a infância, a assistente administrativa Samara Alves, de 24 anos, conheceu as séries turcas no início deste ano e decidiu dar uma chance para Sen Çal Kapimi após ver algumas cenas nas redes sociais. 

"Achei linda e clássica, aquelas cenas que quando a mulher anda na frente, o homem chega por trás e pega em sua mão, logo em seguida, ele a pega no colo para juntos fugirem de barco, pois tinham vários repórteres atrás deles", recorda a jovem.

Sabrina e Samara assistem às séries por meio do Telegram, mas sonham com a chegada de novos títulos turcos ao menu do streaming. "Queria que tivesse dublado e os episódios divididos", opina a assistente administrativa. "Seria ótimo, ou em algum canal aberto", concorda a autônoma. 


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