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NOVA ERA

Estratégia dos streamings coloca cinema tradicional em risco; entenda

DIVULGAÇÃO/WARNER

Imagem de Pernalonga assustado no filme Space Jam: Um Novo Legado

Pernalonga em Space Jam: Um Novo Legado (2021); filme foi lançado no streaming após cinema

O cinema tradicional como conhecemos pode estar com os dias contados, mesmo depois da tão sonhada volta à "normalidade" pós-pandemia. E a culpa não é necessariamente do medo de aglomeração em um local fechado, mas sim da nova estratégia das plataformas de streaming: o lançamento dos longas no ambiente digital.

"A tendência é que o consumidor não veja mais qualquer filme no cinema, pois ele tem no streaming, na casa dele, esse mesmo acesso. Se é um filme normal, as pessoas vão preferir assistir no conforto de casa e será mais barato do que ir ao cinema. O comportamento vai mudar! As pessoas irão aos cinemas em grandes produções, naqueles filmes imperdíveis e nos quais terão uma experiência diferente", explica Jefferson Alves, sócio da PwC Brasil, ao Notícias da TV.

Com o fechamento das salas no último ano, os estúdios cinematográficos adiaram os lançamentos ou disponibilizaram as produções direto em seus serviços de streaming, com diferentes estratégias. Após um período com uma cobrança adicional no digital, a Disney decidiu que seus filmes entrarão no catálogo do Disney+ cerca de 45 dias após a estreia nos cinemas. HBO Max também tem essa estratégia, porém com um prazo menor, 35 dias. 

Segundo os dados disponibilizados pela empresa de consultoria e auditoria na 22º Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia, a expectativa é que os gastos dos brasileiros no cinema aumentem 40% até 2025, valor superior às projeções registradas no setor de streaming, que apontam um crescimento de 13% neste mesmo período.

No entanto, esta recuperação do setor das telonas virá acompanhada de fortes mudanças. "No pós-pandemia, serão criadas novas salas de cinema, mas serão menores e com experiências diferentes, com o 5D, cadeiras que tremem conforme o filme, com aroma. Será uma experiência diferente, muito mais cara do que estamos acostumados. Não existirão mais aquelas salas gigantes com preço barato", aponta.

Antes da pandemia, as pessoas iam nos cinemas pela companhia, o passeio em si. O filme, se fosse legal, beleza. Mas, se não fosse, dependendo da companhia, do momento, as pessoas iam. Isso não vai mais acontecer, o cinema não terá mais esse atrativo de ir por causa de uma experiência que não seja o filme.

Em 2020, segundo dados da Ancine (Agência Nacional de Cinema), a bilheteria das salas brasileiras apresentou uma queda de cerca de 77%, com 39 milhões de ingressos vendidos. Para este ano, a pesquisa da PwC projeta 66 milhões de espectadores nos cinemas e uma tendência de alta, que chegará a 187 milhões de ingressos vendidos em 2025.

Dessa forma, as empresas recuperarão os números alcançados em 2019 apenas em 2024. "O Brasil foi mais impactado que os demais países [durante a pandemia]. O nosso mercado de entretenimento deve crescer 4,7% até 2025 e teremos mudanças nos hábitos de consumo", alerta Alves.


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