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RENOVAÇÃO

Fim dos contratos fixos força Globo a apostar em novatos como protagonistas

Divulgação/TV Globo

Montagem com fotos de Diogo Almeida em Amor Perfeito, Barbara Reis em Terra e Paixão e Samuel de Assis em Vai na Fé

Diogo Almeida, Barbara Reis e Samuel de Assis: as três novelas da Globo têm novatos em destaque

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 18/6/2023 - 9h00

A política de encerrar contratos longos e não manter mais um banco de atores com centenas de nomes forçou a Globo a se mexer na hora de escalar os elencos de suas novelas. Artistas novatos ou nomes que passaram anos presos no posto de coadjuvante estão sendo cada vez mais chamados para papéis de protagonistas.

Atualmente, as três novelas da Globo contam com rostos novos (ou menos conhecidos do grande público) como protagonistas. Em Amor Perfeito, Diogo Almeida vive o médico Orlando depois de ter aparecido em apenas uma novela da emissora --Duas Caras (2007), em que interpretou um papel terciário.

Vai na Fé chamou a atenção ao dar a Sheron Menezzes sua primeira chance como protagonista, depois de 21 anos na Globo. Mas seu par na trama de Rosane Svartman também estreia como astro: Samuel de Assis tinha feito apenas pontas em novelas da Globo antes de conseguir o papel de Ben da trama das sete. Ele se destacou mesmo em séries da TV paga e do streaming, como 3% (2016-2020), da Netflix, e Insânia, do Star+.

Às 21h, Barbara Reis também vive sua primeira protagonista de novela em Terra e Paixão --ela se saiu bem como uma das vilãs de Todas as Flores (2022). Um de seus possíveis pares românticos, Paulo Lessa, também é um relativo novato na Globo --apesar de ter interpretado um personagem de destaque na fracassada Cara e Coragem (2022).

A emissora segue uma fórmula básica para que suas apostas deem certo: une os atores novatos com outros mais experientes, seja como par romântico ou como antagonista. Camila Queiroz, Mariana Ximenes e Thiago Lacerda servem de amparo para Diogo Almeida; Emilio Dantas, Carolina Dieckmann e a própria Sheron estão ao lado de Samuel de Assis; e Cauã Reymond, Tony Ramos e Gloria Pires batem uma boa bola com Barbara Reis. A troca de experiência e o fôlego de quem quer mostrar serviço é positiva para os dois lados.

Apostar nos novos nomes também é uma maneira de aumentar a representatividade, é claro: a Globo transformou em política interna a escalação de mais atores negros em suas obras, e em papéis de destaque --e não mais os empregados e escravos que sempre eram relegados a eles. Afinal, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 56,1% da população é negra ou parda, e essa parcela do povo precisa se ver na TV.

Mas a emissora também tem dado mais oportunidade para atores brancos. Fuzuê, próxima novela das sete, terá Giovana Cordeiro como mocinha --ela foi promovida ao posto após se destacar como a Xaviera de Mar do Sertão (2022). Terá ao seu lado Nicolas Prattes, Marina Ruy Barbosa e Felipe Simas.

Substituta de Amor Perfeito, com estreia marcada para 25 de setembro, Elas por Elas terá sete atrizes como protagonistas --e apenas uma delas, Deborah Secco, já ocupou o posto anteriormente. Thalita Carauta, Maria Clara Spinelli, Monica Iozzi, Isabel Teixeira, Karina Teles e Kézia Estácio vão fazer sua estreia como estrelas maiores depois de roubarem a cena em outros trabalhos ou de se destacarem em testes para o folhetim.

O remake da obra de Cassiano Gabus Mendes (1929-1993), aliás, é um ótimo resumo da "nova Globo": o time de protagonistas conta com duas atrizes negras, uma trans e muitas novatas no posto. Representatividade e renovação parecem ser palavras de ordem nos bastidores.

Vale ressaltar que a aposta em novatos une o útil ao agradável. Além da possibilidade de formar novos astros --Malhação (1995-2020), que tinha essa função, foi encerrada depois de 27 temporadas--, a Globo dispensou muitos de seus figurões, que agora trabalham apenas com contrato por obra. Nos últimos anos, saíram nomes como Antonio Fagundes, Mateus Solano, Vanessa Giácomo, Marieta Severo, Juliana Paes, Vera Fischer e tantos outros. É, no fim das contas, uma renovação à força, mas muito bem-vinda.


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