TERRA VERMELHA
MARCIO CARVALHO/DIVULGAÇÃO
Barbara Reis foi tosadora de petshop antes de estrelar a próxima novela de Walcyr Carrasco
Barbara Reis não demorou nem dez anos para chegar ao posto de maior visibilidade da TV brasileira: protagonista de uma novela das nove da Globo. Depois de estrear na primeira fase de Velho Chico (2016), ela foi galgando seu espaço até estourar na pele da diabólica Débora de Todas as Flores. A repercussão na novela original Globoplay carimbou o passaporte da atriz para o posto mais importante da dramaturgia em 2023.
A paixão pela arte começou meio por acaso. Aos 12 anos, ela viu a irmã mais velha em cena, em um espetáculo de conclusão do curso de teatro e se apaixonou. Em seguida, ela pediu ao pai para fazer a mesma coisa que a irmã estava fazendo. No semestre seguinte entrou no mesmo curso e nunca mais parou. As duas se profissionalizaram, mas a mais velha não seguiu carreira.
Enquanto a carreira não acontecia, Barbara Reis foi trabalhar no petshop da família. Na época, sua mãe queria conquistar sua independência financeira, após muitos anos trabalhando em empresa, mas ela disse que só entraria nessa se toda a família embarcasse junto. A caçula, então, foi aprender o ofício de groomer, ou mais conhecido como tosadora.
"Foi meu primeiro emprego. Eu não ganhava dinheiro com teatro, então, era a forma que eu tinha de ajudar a família e ter um dinheiro para comprar minhas coisas", diz Barbara, de 33 anos, nascida e criada no Méier, subúrbio do Rio de Janeiro.
Entre testes, envio de material e cursos, a atriz foi escolhida para fazer parte do elenco de apoio da minissérie Dois Irmãos (2017). No início, ela só aparecia no fundo das cenas, mas depois foi promovida e ganhou três papéis sem fala na trama: uma empregada, uma lavadeira e uma dançarina de bordel.
Logo em seguida, foi convidada pelo diretor Luiz Fernando Carvalho para interpretar Doninha, a serviçal do coronel Afrânio (Rodrigo Santoro) na primeira fase de Velho Chico, que acabou indo ao ar depois da minissérie protagonizada por Juliana Paes e Cauã Reymond. A personagem fez sucesso e, de lá para cá, Barbara nunca parou.
"Não passou na minha cabeça que não fosse dar certo. Em casa, fui muito empoderada nesse sentido com a minha família. Mas tentei fazer duas faculdades sem sucesso, não peguei diploma. A vida artística sempre atrapalhou. Então encarei como um sinal e só segui o fluxo", conta.
De teste em teste, de porta em porta, Barbara ganhou bons papeis na TV. Na série Os Dias Eram Assim (2017), ela interpretou uma mulher que sofreu na pele os horrores da repressão na época da Ditadura Militar (1964-1985).
Já no remake de Éramos Seis (2019), sua personagem foi crucificada por ter abandonado o marido. Barbara ainda participou do especial Falas Negras (2020) e ganhou elogios em Sob Pressão (2021).
"Não tenho padrinhos familiares. Tudo que fui e sou hoje, a carreira que venho construindo, foi mérito da minha entrega, meu talento, meu trabalho e minha resiliência", enumera.
"No percurso, encontrei pessoas que somam à minha trajetória, como meu agente Leandro Alencar. Mas não tive empurrão de ninguém, a não ser da minha família, em especial a minha mãe, que sempre acreditou. Ela saía mais tarde do trabalho para me buscar na escola profissionalizante. Minha família sempre me apoiou, nunca incentivou que fosse outra coisa", diz, carinhosa.
E é com o apoio da família que os pés de Barbara continuam no chão. De hábitos simples, a futura estrela do horário nobre ainda passeia com tranquilidade pelas ruas do bairro onde mora. É a própria quem faz as compras no mercado e organiza a comida da semana. Até mesmo uma pequena obra em seu apartamento foi comandada por ela, que ficou toda orgulhosa com o feito.
Se a fama e a popularidade ainda permitirem, a atriz quer continuar com a mesma rotina. "Sou muito simples. Eu sou bem da rotina, gosto dela. Fazer as mesmas coisas todos os dias. Acordar, tomar café, ir para a academia e por aí vai. Adoraria poder continuar comendo nos botecos, pois eu amo um PF [prato feito]", revela Barbara, que conta com uma auxiliar uma vez por semana em sua casa.
Carioca da gema, a atriz é da turma da cervejinha, da feijoada e do pagode, mas diz adorar ainda mais voltar para casa: "Também amo a hora de ir embora. Não sou inimiga do fim. E sou muito diurna, gosto de eventos de dia. A noite não é muito a minha praia. Meu amigos costumam dizer que minha bateria social é fraca. Não acabo com rolê de ninguém, mas se derem a ideia de ir embora, depois de já ter curtido à beça, sou a primeira a dar a mão".
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