ViacomCBS
Divulgação/Showtime
Liev Schreiber em Ray Donovan, série original do canal Showtime, agora parte da empresa ViacomCBS
JOÃO DA PAZ
Publicado em 6/12/2019 - 5h05
Uma das fusões mais aguardadas do mercado de entretenimento americano foi concluída na quarta-feira (4). A rede CBS e o conglomerado de mídia Viacom agora são uma coisa só. Batizada de ViacomCBS, a empresa nasce gigante, revivendo uma união do passado. O objetivo é claro: criar uma concorrente robusta para a Netflix.
E essa nova empresa não é café com leite na batalha, não. A ViacomCBS tem grifes consagradas sob seu guarda-chuva. Uma plataforma com essa bandeira seria um competidor de peso na empolgante guerra dos streamings.
A lista de produtoras e canais integrantes do grupo ViacomCBS é extensa e tarimbada: Paramount (divisão do cinema e da TV); rede CBS (a TV aberta líder de audiência nos Estados Unidos); 50% da rede The CW; streaming CBS All Access (que tem a aclamada The Good Fight); estúdios de televisão da CBS (que fazem NCIS, entre outras séries); Comedy Central; MTV; Nickelodeon; BET; Showtime e mais.
De acordo com nota divulgada pela ViacomCBS, o conteúdo da companhia está na casa dos 140 mil episódios de programas de TV e quase 4 mil títulos do cinema. E mais de US$ 13 bilhões (R$ 54 bilhões) de investimento anual em conteúdo. Estipula-se que a Netflix gastou US$ 15 bilhões (R$ 62 bilhões) em programas neste ano.
A ideia de reunir a Viacom e a CBS passou a ser discutida em 2016, ano no qual a Netflix já tinha se estabelecido como a líder no streaming, disponibilizado centenas de séries e outras atrações para seus assinantes assistirem na hora que quisessem. O detalhe é que boa parte do público vinha de produtos de terceiros, que a empresa licenciava de gigantes do entretenimento como Warner, Disney e a própria CBS.
Essas e outras empresas passaram a questionar o motivo de não fazer uma plataforma própria em vez de entregar de bandeja as atrações para outra empresa faturar com isso --não sem antes embolsar um bolada nessas transações, é claro. Foi daí que nasceram os streamings HBO Max (da Warner) e o Disney+ (essa que desfalca a Netflix mês a mês).
Um serviço do tipo da ViacomCBS teria de tudo. Filmes da cinemateca da Paramount (franquias como Transformers, Missão Impossível, Jornada nas Estrelas e Shrek, para citar somente algumas), telejornalismo (com a CBS News), documentários (do Smithsonian Channel), realities e musicais (com MTV e BET), infantis (com a Nickelodeon), esportes (também com a CBS) e séries, muitas séries.
A ViacomCBS tem em mãos a missão de resolver o problema de distribuição das séries do Showtime. Das dez que atualmente são exibidas nos EUA, somente três podem ser assistidas em streamings no Brasil (Homeland no Fox Play; Billions e Shameless na Netflix). Ray Donovan é transmitida pela HBO, mas apenas da forma tradicional, na hora em que ela passa na TV.
As outras são inéditas no Brasil e tem muita coisa interessante que ainda não chegou por aqui, como On Becoming a God on Central Florida (com Kirsten Dunst), Black Monday (com Don Cheadle), Kidding (com Jim Carrey), City on a Hill (com Kevin Bacon), entre outras. Além das minisséries The Loudest Voice (com Russell Crowe) e Escape at Dannemora (com Benicio Del Toro e Patricia Arquette).
A ViacomCBS nasce com um valor de mercado nas alturas, de US$ 28 bilhões (R$ 117 bilhões). Segundo o presidente e diretor-executivo da empresa, Bob Bakish, o objetivo dessa junção é "fornecer conteúdo premium para suas próprias plataformas e para outras". Se vier um novo streaming por aí, o consumidor agradecerá. Para a marca também será ótimo, pois vai agrupar todo o conteúdo em um único lugar.
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