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Mariana Lima estrela drama sobre dona de casa que vira ativista na Ditadura Militar

MAURICIO FIDALGO/TV GLOBO

Natália (Mariana Lima) com camisa branca, jaqueta marrom e lenço no pescoço fala em frente a um microfone com a mão direita levantada em cena da série Os Dias Eram Assim (2017)

Mariana Lima como Natália na novela Os Dias Eram Assim (2017); atriz irá estrelar Ainda Estou Aqui

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 1/7/2021 - 10h08
Atualizado em 1/7/2021 - 11h08

Mariana Lima vai estrelar Ainda Estou Aqui, novo filme do diretor Walter Salles (Central do Brasil). No drama, a atriz viverá uma dona de casa que vira ativista depois da morte do marido no período da Ditadura Militar (1964-1985). As gravações do longa devem começar no início de 2022.

O projeto foi revelado pelo cineasta ao site Deadline. A história é baseada no livro Ainda Estou Aqui, escrito por Marcelo Rubens Paiva e lançado em 2015. A trama mostra a relação do autor com a mãe, Eunice Paiva (1932-2018).

A jornada familiar apresenta a protagonista com filhos para criar após o marido, o ex-deputado federal Rubens Paiva (1929-1971), ter sido arrastado para interrogatório pelos militares e nunca mais ser visto. O caso é considerado um dos mais conhecidos sobre sequestro e tortura durante o período da Ditadura Militar. 

Eunice havia sido presa antes com o antigo companheiro e iniciou campanha para descobrir a verdade sobre ele. A morte do então político só foi confirmada pela Comissão da Verdade mais de 40 anos depois.

Em entrevista, Salles revelou que é amigo pessoal de Paiva e que contar o drama que acompanhou de perto é uma missão de longo prazo. "A maioria dos meus projetos pessoais exigia processos de desenvolvimento muito longos, como Central do Brasil (1998), que durou cinco anos, e Diários de Motocicleta (2004), mais quatro anos. Nenhum demorou tanto quanto este, de que fui testemunha desde quando tinha 13 anos", disse.

O que me despertou foi a emoção que senti ao ler o livro, escrito por um amigo meu. Ele foi um dos cinco filhos da família que descreveu na obra autobiográfico que é verdadeiramente sobre esta família completamente normal composta de pai, mãe e filhos de 9 a 16 anos. Eles tinham uma vida rica com amigos, leviandade, humor e uma luz. Um dia, o inesperado aconteceu quando o pai foi levado ao quartel militar para um interrogatório.

"Ninguém naquele momento sabia que aquela seria a última vez que o veriam novamente. Isso coincidiu com um momento desse regime totalitário brasileiro, no qual as coisas começaram a ficar extremamente violentas e havia censura e tortura", explicou o diretor.

Sobre a escolha de Marina para protagonizar o longa-metragem, o cineasta contou que esperava um momento especial para trabalharem juntos. "Já falamos sobre colaboração, mas esperei para encontrar o papel que poderia realmente se beneficiar de seu talento extraordinário para dar à luz esse personagem", explicou Salles.

Ele ainda acredita que a artista tem características em seu trabalho capazes de apresentar a força necessária para dar vida à personagem principal. "Pensei nela desde o início pelo seu talento único e pela economia que tem para transmitir o núcleo emocional de uma personagem e de uma história. [Eunice Paiva] Teve que construir uma fortaleza interna para sobreviver, mas dava para sentir o trauma que ela passou", analisou.

A adaptação para o cinema de Ainda Estou Aqui tem roteiro escrito por Murilo Hauser (A Vida Invisível). Ainda não há previsão de estreia.

O trabalho mais recente de Marina foi na minissérie Onde Está Meu Coração (2021). No drama, ela interpreta Sofia, mãe da protagonista Amanda (Leticia Colin), médica de classe média alta que se afunda na dependência química.

A carreira da atriz ainda conta com aparições na TV em Sessão de Terapia, a novela Os Dias Eram Assim (2017) e a minissérie Assédio (2018). Entre filmes, destaque para A Busca (2012), Real: O Plano por Trás da História (2017) e Simonal (2018).


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