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AMERICA: THE MOTION PICTURE

Estúdio de animação brasileiro vira história dos EUA de cabeça para baixo na Netflix

Divulgação/Netflix

Personagens da animação America: The Motion Picture posam diante de inimigos mortos

Personagens da Independência dos EUA ganham versão moderninha em America: The Motion Picture

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 1/7/2021 - 6h30

Disponibilizada na quarta-feira (30) na Netflix, a animação America: The Motion Picture vira a história dos Estados Unidos de cabeça para baixo ao mostrar o presidente George Washington (1732-1799) como um fanfarrão que carrega motosserras nos braços e o traíra Benedict Arnold (1741-1801) como um lobisomem sanguinário. Por trás do besteirol, há um toque brasileiro: o Combo Estúdio, responsável por Super Drags (2018) e pelo Any Malu Show, animou 30 minutos do longa.

A aproximação EUA-Brasil surgiu justamente por causa da animação sobre drag queens lançada pela Netflix. "A equipe da Floyd [County Productions] estava pesquisando alguns estúdios de animação aqui na América do Sul, e um dos produtores lá era fã de Super Drags. Ele me procurou e falou que tinha esse projeto de longa", lembra Marcelo Pereira, co-fundador e diretor do Combo Estúdio, ao Notícias da TV.

Segundo o executivo, está cada mais frequente que companhias americanas se associem a estúdios da América Latina para colaborar com o longo processo de animação. "Antigamente, elas iam para a Ásia procurar um estúdio para animar, mas agora descobriram a América Latina. Isso não era tão comum, até porque nossa animação é bem recente."

Ao entender o tamanho e a complexidade do projeto, Pereira admite que se assustou. "No dia em que o pessoal da Floyd mandou a primeira cena para vermos, ficamos superpreocupados, porque era um nível de animação que não estávamos acostumados. Mas depois eles disseram que nós fizemos o melhor teste que eles receberam, e aí passaram esses 30 minutos para nossa equipe animar."

E como foi para uma turma brasileira animar um longa sobre a história dos Estados Unidos --que, muitas vezes, é estudada bem por alto nos colégios daqui? "Em termos de figuras históricas, não foi tão complicado. Como o filme é recheado de referências da cultura pop, o foco era mais em reconhecer o que estava sendo pedido nesse laso. Tem cena brincando com Rocky Balboa, O Senhor dos Anéis, Vingadores, Star Wars... É muita sátira", explica Pereira.

A Covid-19 também se tornou um obstáculo para os animadores. Na mesma semana em que começaram a trabalhar em America: The Motion Picture, a Organização Mundial de Saúde decretou a pandemia, e todos foram obrigados a entender o processo de fazer um longa em esquema de home office.

Imagina só: era um cliente com quem a gente nunca tinha trabalhado, um filme --algo que a gente nunca tinha animado--, uma complexidade enorme, contratando gente do Brasil inteiro, em meio à migração pro home office, sem estrutura nenhuma na empresa para comportar essa galera trabalhando em rede. E era um prazo relativamente apertado de trabalho pro volume de cenas que a gente tinha que cumprir. Eram muitas incertezas ao mesmo tempo. Foram cinco meses sem dormir, mais ou menos (risos). E aí a gente teve que aguardar quase um ano pra poder ver o filme. Foi uma ansiedade grande.

America: The Motion Picture já está disponível na Netflix. O elenco de vozes conta com Channing Tatum (George Washington), Olivia Munn (Thomas Edison), Judy Greer (Martha Washington), Will Forte (Abraham Lincoln) e Andy Samberg (Benedict Arnold), entre outros. Confira o trailer:


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