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ADAPTAÇÃO DO GAME

Constrangedor, novo Mortal Kombat parece um episódio ruim de Power Rangers

Divulgação/Warner Bros.

Ludi Lin e Max Huang em cena de Mortal Kombat

Liu Kang (Ludi Lin) e Kung Lao (Max Huang) em Mortal Kombat; favoritos do game estão no filme

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 21/5/2021 - 6h45

Depois de 24 anos, Mortal Kombat finalmente ganhou uma nova chance no cinema. Se o primeiro longa a adaptar um dos games de maior sucesso da história, em 1995, conseguiu certo sucesso mesmo com efeitos especiais questionáveis, sua sequência (Mortal Kombat: Aniquilação, de 1997) é considerada um grande fracasso. A nova tentativa de trazer o famoso torneio mortal à vida se aproxima mais do segundo.

Dirigida pelo estreante em longa-metragem Simon McQuoid, a adaptação estreou nos cinemas brasileiros na quinta (20) cheia de expectativas. No entanto, apesar de todo o avanço conquistado na indústria cinematográfica no tempo que separa Aniquilação e o novo Mortal Kombat, o filme de McQuoid mais parece um episódio ruim da franquia Power Rangers.

A comparação é simples. Fenômeno da cultura pop, Power Rangers sempre foi um produto que agradou mais a crianças e adolescentes do que a adultos --com exceção dos fãs de longa data. Por isso, efeitos visuais e roteiros bem trabalhados nunca foram uma prioridade na série sobre adolescentes que se transformam em patrulheiros com superforça e armas avançadas.

No caso de Mortal Kombat, o produto final foi nitidamente feito para o fã dos games. As frases de efeito, os personagens principais, as batalhas banhadas em sangue e as mortes no estilo "fatality", como são descritas nos games, estão todas ali. Infelizmente, nem mesmo a mistura de todos desses detalhes fazem da execução algo minimamente agradável.

Se (alguns) combates convencem apenas pelo fato de chocarem --braços destroçados e corpos mutilados causam certo frenesi nos fãs da franquia--, em tempos de filmes como John Wick e Busca Implacável, Mortal Kombat tinha o dever de entregar melhores coreografias e efeitos visuais.

O longa segue em grande parte a mesma premissa básica dos jogos, onde campeões da Terra enfrentam criaturas de um lugar chamado Outro Mundo em um torneio de luta, com o destino do planeta em jogo. No filme, há uma ligeira mudança de como os campeões da Terra são escolhidos para esta tarefa --todos nascem ou ganham uma marca do dragão no corpo.

O conflito tem início quando os lutadores do Outro Mundo decidem passar por cima das regras e derrotar os defensores da Terra antes mesmo do início do torneio. Essa caçada leva os espectadores a conhecerem a origem de Cole Young (Lewis Tan), protagonista criado especialmente para o filme.

DIVULGAÇÃO/WARNER

Cole Young é o protagonista da trama

Cole é descendente de Hanzo Hasashi (Hiroyuki Sanada), um dos maiores ninjas de todos os tempos e defensor da Terra. Há centenas de anos, ele e sua família foram mortos por Bi-Han/Sub-Zero (Joe Taslim), o principal lutador do Outro Mundo, restando apenas o seu filho mais novo, que havia sido escondido pela mãe. Desta maneira, com a morte de Hasashi, a marca do dragão foi passando de geração em geração até chegar no protagonista.

Nos dias atuais, um novo torneio se aproxima, e Shang Tsung (Chin Han), o grande líder do Outro Mundo, convoca mais uma vez Sub-Zero para que ele elimine os novos campeões que os enfrentariam no Mortal Kombat. Isso faz com que o vilão vá atrás de Cole, um lutador fracassado que topa qualquer tipo de luta por dinheiro.

Para escapar, ele conta com a ajuda de Jax (Mehcad Brooks) e Sonya Blade (Jessica McNamee), dois veteranos do Exército que também estão tentando fugir de Sub-Zero para chegar ao Mortal Kombat. Um grupo de defensores da Terra começa a tomar forma, e é aí que a história começa a se atrapalhar.

Era pra ser uma jornada épica de super-herói, com um bando de pessoas superpoderosas se unindo para lutar contra um inimigo comum, mas Mortal Kombat não passa muito tempo apresentando seu enorme elenco. A primeira metade do filme é quase um borrão, correndo de um personagem para o outro, enquanto também tenta estabelecer as regras deste mundo de fantasia. Para aqueles que não são familiarizados com o game, a tarefa de criar uma ligação com os defensores se torna ainda mais difícil.

O filme atinge o seu melhor quando imita os jogos. Em uma sequência perto do final, os lutadores são transportados ao redor do mundo para batalhas individuais cheia de cenas grotescas de sangue. Há muitas mortes em Mortal Kombat e, assim como nos games, elas são sádicas.

Há mais personagens favoritos dos games no filme, como Liu Kang (Ludi Lin, que curiosamente também esteve no elenco do flopado último longa dos Power Rangers), Kung Lao (Max Huang), Kano (Josh Lawson) e lorde Raiden (Todanabu Asano), o grande líder da Terra. Para fãs mais antigos, talvez isso seja o bastante. Para outros, o longa carece de muita, mas muita substância.

Assista ao trailer legendado de Mortal Kombat:


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