HAMILTON E JORNADA DE VIVO
Divulgação/Disney+
Lin-Manuel Miranda como Alexander Hamilton no espetáculo Hamilton, disponível no Disney+
Com 41 anos e fora do padrão estético que domina a televisão e o cinema norte-americanos, Lin-Manuel Miranda poderia passar despercebido. No entanto, o ator e cantor porto-riquenho virou o novo queridinho de Hollywood e um dos principais nomes da indústria no momento. Ele já venceu alguns dos prêmios mais importantes do mundo (como o Emmy, o Grammy e o Tony) e tem trabalhado com gigantes como a Disney, a Warner, a HBO e a Netflix.
Atualmente, Miranda está no segundo lugar dos programas mais vistos da Netflix com A Jornada de Vivo, animação que ele produziu, protagonizou e escreveu as músicas. Também são dele as canções de Moana (2016), pelas quais foi indicado ao Oscar, e de Encanto, próximo filme animado da Disney.
A grande virada do compositor se deu em 2015, quando ele estreou seu musical Hamilton na Broadway, a meca do teatro em Nova York. Miranda já tinha colocado seus espetáculos nos principais palcos do mundo, mas o sucesso da peça sobre o político Alexander Hamilton (1757-1804) pegou o mundo de surpresa e virou um fenômeno raro.
Para se ter uma ideia, um único ingresso para assistir a Hamilton no teatro pode custar US$ 600 (R$ 3.149), sem contar as taxas do teatro e os impostos. E, ainda assim, as entradas se esgotam, muitas vezes semanas antes da data de apresentação. Segundo a Forbes, até março do ano passado (quando a Broadway fechou as portas por causa da pandemia), Hamilton havia arrecadado US$ 650 milhões (R$ 3,4 bilhões) apenas em Nova York.
A Disney percebeu o potencial do espetáculo e adquiriu os direitos de uma filmagem de Hamilton, com o elenco original encenando o texto e no palco do Richard Rodgers Theatre. A ideia era lançar o longa no cinema e dar às pessoas que não conseguiam um ingresso para a peça a chance de assistir ao musical no cinema. O coronavírus, mais uma vez, mudou os planos, e a peça foi parar no Disney+ --fazendo as assinaturas do streaming dispararem.
O longa, que nada mais é do que uma versão filmada do espetáculo, também caiu nas graças da crítica e conseguiu 12 indicações ao Emmy deste ano --sete atores foram lembrados pelos votantes, inclusive o próprio Lin-Manuel Miranda, que dá vida ao personagem título.
Com o sucesso de Hamilton, Lin-Manuel virou grife, e tudo que o envolve passou a chamar a atenção dos principais players do mercado. Enquanto ele não desenvolve um novo projeto para os palcos, o jeito foi revirar seu passado. Assim, a Warner lançou em junho o musical Em um Bairro de Nova York, adaptação do espetáculo In the Heights, que Miranda havia desenvolvido em 2005 e colocado na Broadway em 2008.
Versátil e incansável, o compositor vai estrear como diretor de longas com Tick, Tick... Boom!, musical que entra no catálogo da Netflix ainda neste ano e que tem no elenco Andrew Garfield (O Espetacular Homem-Aranha), Vanessa Hudgens (High School Musical), Judith Light (Transparent) e Bradley Whitford (The Handmaid's Tale), entre outros.
Miranda também é produtor musical da adaptação live-action de A Pequena Sereia que a Disney prepara --ele também vai fazer novas composições para complementar as canções clássicas de Alan Menken e Howard Ashman (1950-1991).
Na TV, o homem do momento também emplacou um personagem de destaque em His Dark Materials, grande aposta da HBO para substituir Game of Thrones (2011-2019), apresentou o humorístico Saturday Night Live, produziu e atuou na minissérie Fosse/Verdon (2019), do FX, e ainda emprestou sua voz para o episódio animado da queridinha One Day at a Time (2017-2020).
Especialistas de Hollywood apontam que não deve demorar até que Lin-Manuel Miranda ganhe um Oscar e, assim, complete seu EGOT (sigla que representa Emmy, Grammy, Oscar e Tony, os principais prêmios da TV, da música, do cinema e do teatro, respectivamente). É um clube muito seleto, que atualmente inclui apenas 16 nomes.
Confira um clipe de Lin-Manuel Miranda cantando You're Welcome, da trilha de Moana, com o ator e cantor Jordan Fisher:
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.