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NASCE UMA RAINHA

'Vitória para a nossa comunidade', diz Gloria Groove sobre reality show da Netflix

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Gloria Groove no Tudum Festival Netflix em 3 de novembro

Gloria Groove no festival Tudum, da Netflix, no dia 3; Nasce Uma Rainha estreia nesta quarta-feira (11)

ELBA KRISS

elba@noticiasdatv.com

Publicado em 11/11/2020 - 6h50

Gloria Groove não pode reclamar de 2020. Apesar da pandemia, a cantora colheu frutos de muito trabalho justamente no ano em que tudo parou. Em outubro, lançou Affair, um projeto musical em que se afastou do pop para investir no R&B (rhythm and blues). Nesta quarta-feira (11), a drag queen estreia como apresentadora do próprio reality show, o Nasce uma Rainha, na Netflix. "Isso representa uma vitória para a nossa comunidade", analisa.

Aos 25 anos, Daniel Garcia, o criador de Gloria Groove, admite que ver representantes LGBTQ+ ganhando espaço no cenário artístico era algo ainda distante. "Meu Deus, quando a gente imaginaria que as drag queens estariam com um reality show na Netflix? Capa da Vogue Brasil!", vibra para o Notícias da TV. Em setembro, ela e Pabllo Vittar foram escolhidas para estampar a capa da famosa revista feminina de moda.

Em Nasce uma Rainha, Gloria divide os holofotes com Alexia Twister, artista bastante conhecida na cena noturna paulistana. Na atração, elas ajudam aspirantes a drag queens ou drag kings a realizarem seus sonhos e ganharem confiança para arrasar no palco. "Quando vocês conhecerem um pouco mais do que é a apresentadora Alexia, vocês vão ficar fascinados com a dinâmica que construímos como dupla", adianta.

Diferentemente da disputa que acontece em RuPaul's Drag Race, sucesso na Netflix, a produção nacional transformará as apresentadoras em madrinhas dos participantes, que receberão mais do que dicas sobre como performar. Serão seis episódios ao todo, cada um com uma jornada de autoconhecimento e empoderamento.

Gloria Groove e Alexia Twister em Nasce Uma Rainha, reality show da Netflix (Foto: Reprodução/Instagram)

Levar o mundo LGBTQ+ para o catálogo do streaming é um triunfo para Gloria. E um passo a mais para a representatividade. "Não dá para dizer que não tem conquistas envolvidas aí, tem muitas. O jeito que avancei foi diferente. De um jeito que jamais imaginaria. Todo mundo tem que se reinventar de algum jeito. E lá estava eu apresentando, criando, [fazendo] capas e afins", relembra.

"Fico muito feliz de saber que não é só uma vitória pessoal e profissional como artista, mas que isso representa uma vitória para a nossa comunidade toda. Porque a história das drag queens no meio artístico e no mundo do entretenimento é muito antiga. E é uma honra carregar esse legado", completa.

Nasce Uma Rainha foi gravado no início do ano, antes de tudo parar por causa do coronavírus. "As gravações foram aos 45 do segundo tempo (risos)", entrega. O fato de ter conquistado sua série em plena pandemia é outro orgulho. "Sou muito grata a tudo que aconteceu neste ano. Eu realmente não tenho o que falar. Esse ano foi uma bênção mesmo, apesar de tudo", considera.

"Quando paramos para fazer o saldo, 2020 tem um saldo tão negativo. Mas é uma coisa muito louca até mesmo administrar esse sentimento dúbio de saber o que a gente está vivendo, o momento tenebroso e caótico que é isso tudo. A energia está babado, é um desencarne coletivo muito louco. E a gente está tendo que se cuidar como nunca antes", filosofa.

Nasce uma apresentadora

Mesmo diante desse cenário e em isolamento social, a cantora não parou. Depois de gravar seu reality show e acompanhar a pós-produção, se dedicou a Affair, seu novo EP com cinco músicas.

"Saber que, paralelo a isso tudo, eu ainda estava tendo a chance de realizar muitos sonhos. Não estou falando nem só de Nasce Uma Rainha, nem só de Affair. Estou falando, por exemplo, sobre a Live da GG, que aconteceu em junho de um jeito que jamais imaginei que poderia fazer: uma transmissão ao vivo. Sabe? Foram diversas as oportunidades que tive de seguir trabalhando, edificando e realizando a Gloria Groove. Então, sou muito grata por isso. Não posso falar que 2020 foi um ano morto para mim", declara.

Apesar de tomada pelo espírito da gratidão, ela admite que o início da quarentena a pegou. "Tive, sim, a fase mais ostracismo. A fase de isolamento real. Isso aconteceu. Foi um susto, um baque para todo mundo, para o nosso mercado, principalmente. Mas eu consegui me manter criativa. Consegui me manter próxima das pessoas e da minha equipe, de alguma forma. Foi um ano de muito amadurecimento. E Nasce Uma Rainha está chegando aí. Eu como apresentadora de uma série na Netflix!", comemora.

A artista ainda tem um pedido para seus groovers, como chama seu fã-clube. A segunda temporada do reality com drag queens depende da audiência deles. "Tem que tacar muito streaming nas lendas para que a dona Netflix olhe para a gente e fale: 'Elas são bafo! Vamos renovar!' (risos). Contamos com a ajuda de todo mundo para que Nasce Uma Rainha seja um sucesso. Eu acredito que exista essa possibilidade [de uma segunda temporada]. Adoraria me jogar de novo no que fizemos ali", finaliza.

Veja os trailers oficiais de Nasce Uma Rainha:


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