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NOVO MODELO

Sem Globo e com streaming: Como será a transmissão da Fórmula 1 em 2021

DIVULGAÇÃO/FÓRMULA 1/ROKU CHANNEL

Imagem de arte de carro de Fórmula 1 saindo da tela de uma televisão

Em 2021, Fórmula 1 terá streaming próprio para transmissão de treinos e corridas no Brasil

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 26/9/2020 - 7h15

O modelo de transmissão da Fórmula 1 no Brasil vai mudar a partir da próxima temporada. Sem o Grupo Globo, que não renovou o contrato, os direitos serão da empresa Rio Motorsports até 2025. Um novo serviço de streaming e uma parceria com diferentes grupos de mídia são duas das principais promessas da nova responsável pelas exibições das corridas.

O atual vínculo da Globo foi assinado em 2015 e acaba ao final desta temporada. Um dos motivos que fez a renovação emperrar foi que a Fórmula 1 mudou de dono nesse período: saiu das mãos do ex-piloto e empresário Bernie Ecclestone e passou para o grupo norte-americano Liberty Media.

A relação dos novos proprietários da F1 com a emissora brasileira nunca foi das melhores. A companhia queria os treinos classificatórios aos sábados de volta à TV aberta, não apenas no SporTV, e que o pódio não ficasse restrito apenas ao site esportivo.

Além disso, os norte-americanos tentaram disponibilizar o streaming F1TV Pro, que já existe em outros países, no Brasil. A avaliação era de que com esse conjunto de medidas o produto Fórmula 1 seria mais valorizado. Respaldada pelo contrato de 2015, a Globo não aceitou esses pedidos.

O desgaste na relação e a falta de consenso sobre os valores pelos direitos de transmissão barraram a renovação. É nesse contexto que entra a Rio Motorsports, que terá com a Liberty Media um contrato diferente do que a Globo tinha. Isso porque a nova dona das exibições não comanda nenhum canal ou empresa de mídia no Brasil.

O grupo procura parceiros para fazer um sublicenciamento na TV aberta, na TV paga e no online. Ou seja, uma possibilidade é a Rio Motorsports negociar com o BandSports como canal fechado e com o SBT na aberta, por exemplo.

Outra alternativa é repassar para a própria Globo os direitos de transmissão. Mas, para isso, a emissora precisaria aceitar condições que já tinha recusado com a Liberty Media, o que torna a possibilidade de acordo mais remota.

A estratégia de negociação da Rio Motorsports com os futuros parceiros de mídia no Brasil deve ser semelhante à que o SBT fez com a Conmebol para a Libertadores ou à que a Band aceitou para mostrar competições como Campeonato Italiano e Alemão.

Nesse modelo, há o pagamento de uma cota pelos direitos, mas a maior parcela do dinheiro vem da divisão de patrocínios, com a emissora que passa o evento recebendo uma parte dos valores do contrato e a outra sendo direcionada para quem licenciou --no caso da Fórmula 1, a Rio MotorSports.

Um dos desafios da nova detentora das transmissões será manter um alcance semelhante ao que a Globo tem. Em 2019, a emissora atingiu 98,3 milhões de pessoas nas 18 corridas ao vivo que mostrou no ano.

DIVULGAÇÃO/f1tv pro

Imagem de transmissão de corrida no streaming F1TV Pro

F1TV Pro no Brasil

Outra mudança será o streaming. A partir de 2021, os fãs da principal categoria de automobilismo do mundo poderão assinar um pacote para assistir a todos os treinos, corridas, documentários e conteúdos especiais da temporada. O F1TV Pro é um serviço semelhante ao que é oferecido no NFL Game Pass ou NBA League Pass.

Nos países em que já está disponível, o aplicativo de transmissão da Fórmula 1 tem imagens por outros ângulos e dados mais amplos sobre condições da pista, pneus e pilotos, além do áudio da narração no idioma local, mas com uma opção de locução em inglês.

O valor para usar a plataforma no Brasil ainda não foi divulgado. Em Portugal, por exemplo, o pacote anual custa 49,99 euros, o equivalente a R$ 323.

A Rio Motorsports é a empresa responsável por construir o autódromo de Deodoro, no Rio de Janeiro, e terá a concessão do espaço durante 35 anos. O valor da obra gira em torno de R$ 700 milhões. O circuito quer desbancar Interlagos, em São Paulo, para receber as etapas do Grande Prêmio do Brasil a partir de 2021 --a compra dos direitos de transmissão pelo consórcio responsável pela obra é um passo importante nesse projeto.

Com a Fórmula 1, a Rio Motorsports espera recuperar a sua imagem no mercado. Ela já era dona dos direitos de transmissão da MotoGP, adquiridos em março deste ano e repassados ao Fox Sports. No entanto, o consórcio não cumpriu com parte do acordo, e o contrato foi rescindido. A Disney negociou diretamente com a Dorna, dona da categoria, e assinou um vínculo com validade de seis anos para continuar exibindo as provas no canal esportivo.


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