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Regina Duarte com Jair Bolsonaro; secretária da Cultura deixou o cargo e assumirá a Cinemateca
REDAÇÃO
Publicado em 20/5/2020 - 10h19
Atualizado em 20/5/2020 - 10h42
Dois meses e meio após assumir a Secretaria Especial da Cultura do governo de Jair Bolsonaro, Regina Duarte "divorciou" do presidente e deixou o cargo. A informação foi confirmada pelo presidente e a ex-atriz em um vídeo publicado nas redes sociais oficiais do político. Agora, a ex-secretária continuará trabalhando para o governo, mas no comando da Cinemateca, em São Paulo.
Conhecida como a "namoradinha do Brasil" devido às inúmeras atuações como mocinha em novelas da Globo, Regina afirmou na época em que aceitou o posto no governo que estava "casando com Bolsonaro".
No vídeo, os dois aparecem em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. "Vim aqui perguntar pro presidente se ele realmente tá me fritando, porque eu li isso numa imprensa que eu nem acredito mais, mas queria que ele me dissesse pessoalmente. Você tá me fritando, presidente?", ironizou Regina, aos risos.
Rindo também, Bolsonaro negou. "Regina, toda semana tem um ou dois ministros que, segundo a mídia, tão sendo fritados com o objetivo de desestabilizar o governo e jogar a gente no chão. Não vão conseguir. Jamais vou fritar você", respondeu ele.
"Eu acabo de ganhar um presente, que é o sonho de qualquer pessoa [da área] de Comunicação, de cinema, de audiovisual, de teatro. É um convite para fazer Cinemateca, que é um braço da Cultura, que funciona lá em São Paulo, e é um museu de toda filmografia brasileira. É ficar ali secretariando o governo dentro da Cultura na Cinemateca", explicou Regina, empolgada.
"Pode ter um presente melhor que esse? Brigada, presidente", se dirigiu ela ao ex-chefe direto. "Eu acho que você quer ajudar o Brasil. E o que eu mais quero é o seu bem pelo seu passado, por aquilo que você representa para todos nós. Ir para a Cinemateca, do lado do seu apartamento ali em São Paulo, você vai ser feliz", declarou Bolsonaro.
"Eu fico feliz por você, mas chateado porque você se afasta do nosso convívio de Brasília", constatou o líder do país. "Eu estou sentindo muita falta dos meus netos, dos meus filhos, a minha família. É um presente duplo, é a Cinemateca e é eu tá próxima da família, que é uma coisa que eu desejo muito", completou a ex-funcionária da Globo.
"Você vai ter um compromisso comigo, toda vez que eu for a São Paulo, você me acompanha", finalizou o presidente.
Confira a publicação de Jair Bolsonaro no Twitter:
Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em SP. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias pic.twitter.com/79CyrQY1uI
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 20, 2020
Regina Duarte pediu demissão da Globo em fevereiro deste ano após mais 50 anos de casa passa assumir o comando da Secretaria Especial da Cultura.
A atuação de Regina Duarte como secretária de Jair Bolsonaro desagradou boa parte da classe artística. Cerca de 500 artistas assinaram uma nota de repúdio contra a ex-atriz após ela dar uma entrevista à CNN Brasil em que amenizou as mortes ocorridas na Ditadura Militar (1964-1985) e dos artistas mortos recentemente em decorrência da Covid-19.
A conversa de Regina Duarte ao jornalista Daniel Adjuto foi considerada desastrosa --ela teria jogado 50 anos de carreira fora em apenas 40 minutos. A atriz chocou o público ao cantar uma música tema do regime militar e minimizar as torturas e execuções do Estado no período. Ela também citou ditadores genocidas como Adolf Hitler (1989-1945) e Josef Stalin (1878-1953).
Em suas próprias palavras, ela "deu um chilique" ao ser questionada por Maitê Proença, uma das poucas artistas que a apoiou em sua empreitada. A atriz também levou um puxão de orelha de Daniela Lima pela falta de sensibilidade em usar a metáfora "cemitério nas costas" diante das milhares de mortes causadas pela pandemia de coronavírus (Covid-19).
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