GUERRA DAS TELAS
REPRODUÇÃO/BRITÃNIA
TV Britânia 4K de 55 polegadas; fabricante quer brigar com grandes marcas
A saída da Sony do mercado nacional de TVs, em março de 2021, chacoalhou o setor, provocando uma verdadeira batalha de novas marcas para ocupar o espaço deixado pela gigante japonesa. Conhecidas nas áreas de eletrodomésticos e informática, as brasileiras Britânia, Mondial e Multilaser resolveram entrar nesta disputa para crescer em tempos de pandemia e até tentar incomodar a liderança das coreanas Samsung e LG.
Dos três fabricantes nacionais, a Mondial é a única que ainda não iniciou a produção local de televisores, o que deve começar em novembro. Para isso, a empresa comprou a fábrica da Sony na Zona Franca de Manaus (AM) em 2020. São 27 mil metros quadrados de área construída, incluindo laboratórios e todo o maquinário para a produção de televisores. O uso da marca não entrou na negociação.
"Adquirimos a fábrica e mantivemos a maior parte dos funcionários, incluindo a equipe de engenharia e a diretoria", explica Giovanni Cardoso, sócio-fundador da Mondial. "Nosso foco será a produção de TVs de alta qualidade com preço acima da média de mercado, utilizando o mesmo maquinário e boa parte dos componentes dos televisores da Sony."
Até o final de 2021, devem chegar às lojas as primeiras TVs, que terão 32, 43, 50 e 55 polegadas e resolução Full-HD ou 4K, nos modelos maiores. O visual sem bordas e a pequena espessura, de 6,5 a 7 cm, estarão presentes em toda a linha.
Dois pontos ainda precisam ser resolvidos. A empresa estuda se utilizará a marca Mondial nas TVs ou criará uma nova, algo que, segundo Cardoso, será definido até agosto. Outra questão é a oferta de aplicativos de Smart TV, que é hoje uma das características mais relevantes para o consumidor. "Estamos negociando com os serviços de streaming", afirma.
Para conquistar o vazio deixado pela Sony, a Multilaser fechou uma parceria com a Toshiba, marca que pertence ao grupo chinês Hisense, patrocinador da Eurocopa. Como a Multilaser já fabricava TVs de baixo custo, os modelos da Toshiba, bem conhecida dos brasileiros após 40 anos de aliança com a Semp, atualmente com a TCL, serão produzidos em Manaus para competir no segmento de telas grandes de alta tecnologia.
Em maio, foram lançadas duas TVs Toshiba 4K que aceitam comandos de voz e oferecem painel de pontos quânticos de 55 e 65 polegadas, com preços a partir de R$ 3,6 mil e R$ 4,7 mil. Também explorada pela Samsung, LG e TCL, essa tecnologia oferece cores mais puras em relação aos televisores de LED tradicionais. Chamada de Vidaa, a plataforma de Smart TV peca nos aplicativos. Faltam, por exemplo, Disney+, Globoplay e HBO Max.
REPRODUÇÃO/toshiba
TV Toshiba 65" com painel de pontos quânticos
Com TVs de 32 a 55 polegadas, a Britânia, também responsável pela marca Philco, chegou ao mercado com uma linha de TVs no primeiro semestre deste ano. Lançou modelos de resolução HD, Full-HD e 4K (telas maiores), e preços que variam de R$ 1,9 mil a R$ 3,5 mil. Para o fabricante, os produtos competem com marcas como Samsung e LG, mas os modelos não aceitam comandos de voz e carecem de apps como Disney+ e HBO Max.
A Britânia acredita que o mercado de TVs deve crescer com os Jogos Olímpicos de Tóquio, que começam nesta sexta (23). "Nossa expectativa é que o evento gere um aumento de 5% a 10% nas vendas de televisores", diz Wesley Cruz, coordenador de produtos da linha marrom da Britânia.
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