Na onda de Round 6, chefão da HBO Max confirma produção com sangue coreano

A vitória de Parasita (2019) no Oscar 2020 e o sucesso de Round 6 na Netflix fez com que o mundo olhasse com interesse para novas produções sul-coreanas. Após a série virar fenômeno, títulos como Profecia do Inferno (2021) e All of us Are Dead (2021) também figuraram entre as mais assistidas da plataforma. Nesta onda, a HBO Max também engatou uma produção sangue coreano para chamar de sua.

Em entrevista exclusiva ao Notícias da TV, Tomás Yankelevich, chefe de conteúdo e entretenimento da WarnerMedia na América Latina, deu detalhes sobre a atração, que promete misturar humor, drama e musical.

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Intitulada Além do Guarda-Roupa, a nova série começará a produção em abril deste ano e será uma atração brasileira protagonizada por atores e artistas sul-coreanos. A trama será sobre uma garota nascida no Brasil e que rejeita as suas origens coreanas.

Apaixonada pela cultura do país, ela encontra um caminho para a Coreia do Sul dentro do seu guarda-roupa e começa a se conectar pela primeira vez com o seu lado oriental.

"É uma produção meio brasileira e meio coreana. É uma garota brasileira que rejeita suas origens [coreanas], fala português e gosta da música local. Certo dia, ela magicamente abre o seu guarda-roupas e vai para a Coreia do Sul. Nós estamos trazendo atores, cantores e dançarinos coreanos para a produção. Está aí uma [série] que pode performar bem em outros países", comentou.

Como uma série é escolhida? 

De acordo com o executivo, ao iniciar o desenvolvimento de novos conteúdos, a equipe de criação da HBO Max prioriza primeiro o sucesso que uma série, filme ou reality show teria em seu mercado local. Depois, o foco passa a ser a América Latina e, na sequência, a performance mundial.

Apesar de tantas "metas" estabelecidas para o sucesso de uma atração original, Yankelevich celebrou a possibilidade que séries do streaming têm de crescimento através do popular "boca a boca".

"Se uma história contada é boa e universal, ela performa bem. O bom das plataformas [de streaming] é que muitas pessoas decidem o que vão assistir pelo poder da boca, quando a repercussão chega a seus ouvidos", completou.

Brasil como foco de mercado

Para Yankelevich, o Brasil é um dos principais mercados para a HBO Max e tem um grupo de fãs mais "hardcore" --entre outras palavras, fiel e exigente. Há nove meses operando a plataforma na América Latina, ele contou qual foi o seu diagnostico sobre os gostos dos brasileiros.

"Nós estamos crescendo muito [no Brasil], desde que nós começamos. Aqui tem muitos fãs da DC Comics e, principalmente, de futebol. Nós exibimos a Champions League e o Paulistão, e aprendemos a primeira coisa sobre entregar entretenimento para os brasileiros: futebol e super-heróis. Acho que nós somos a única plataforma que está entregando isso e com um bom preço. Essa combinação é ótima e está funcionando.

Apesar de chegar ao mercado latino-americano com atraso em comparação com as principais concorrentes, o executivo --sem informar números oficiais--afirmou que a HBO Max bateu todas as metas de assinantes estabelecidas até o final de 2021. Segundo o chefão da plataforma, o sucesso fora da curva até o fez questionar se os objetivos firmados eram pouco ousados ou se a performance realmente foi acima da média.

"Claro que nós sabemos que ainda precisamos aprender muito. Com o retorno de nossos fãs e usuários, vamos tentar melhorar e crescer. Vamos melhorar a experiencia do usuário e acho que estamos chegando lá. Estamos aprendendo com nossos erros e melhorando dia-a-dia", acrescentou.

Produções brasileiras

Yankelevich mostrou bastante confiança em Queen Stars, reality show musical da HBO Max que será comandado por Pabllo Vittar e Luísa Sonza. O programa, como estreia confirmada para o próximo dia 24, mostrará uma disputa entre 20 drag queens pelo título de nova estrela da música pop.

Para conquistar de vez o público brasileiro, o executivo ressaltou o número de atrações originais, entre filmes, séries e realities shows que estão sendo produzidas no Brasil. Há ainda telesséries --espécie de novela com formato mais enxuto-- como Segundas Intenções, que já conta com nomes como Camila Pitanga, Antonio Fagundes e Murilo Rosa no elenco.