BLINDSPOTTING
EDDY CHEN/STARZPLAY
Ashley (Jasmine Cephas Jones) e Rainey (Helen Hunt) em Blindspoting, que estreia neste domingo (13)
Apesar de ser baseada no filme cult Ponto Cego (2018) e continuar a história, do longa a série Blindspoting não precisa de conhecimento prévio para ser vista. A comédia dramática sobre a loucura em que se transforma a realidade de uma jovem mãe tem força própria e aproveita a cultura urbana para desconstruir o caos em números de dança e sonhos rimados. A primeira temporada estreia neste domingo (13), no Starzplay.
A atração se passa seis meses depois do longa-metragem e acompanha a nova vida de uma mulher que vê o namorado ser preso, precisa cuidar do filho pequeno, vai morar com a sogra, não se dá bem com a cunhada e precisa sobreviver na parte periférica da cidade de Atlanta. Todos os personagens, principalmente os femininos e que incluem uma interpretada pela ganhadora do Oscar Helen Hunt, mostram força em meio a uma realidade periférica.
Em relação ao filme, a principal diferença é o protagonismo. Saem dos holofotes dois amigos de infância homens para que Ashley (a ganhadora do Emmy Jasmine Cephas Jones) ganhe as atenções. Na nova vida após o companheiro Miles (Rafael Casal) ser levado para a prisão na véspera do Ano-Novo, ela faz do filho Sean (Atticus Woodward) a fonte de motivação para tentar enxergar o lado bom das coisas.
A jovem adulta tenta achar seu espaço na casa da sogra, Rainey (Helen Hunt), ao mesmo tempo em que vive na sombra de Miles em sua família. Apesar de a mãe do namorado tentar ser solidária e compreensiva com toda a situação, Ashley sabe que precisa de uma nova postura e de se encontrar consigo mesma longe do parceiro para poder seguir em frente com a vida.
Um dos principais pontos de conflito da trama é relação entre a personagem principal e a cunhada, Trish (Jaylen Barron). Os momentos em que compartilham a cena são recheados de tensão, e há muitas camadas de desconfiança e implicância para serem retiradas ao longo da temporada. Pelo lado de Ashley, o contato com a parente a faz relembrar um passado sem perspectiva, que ela tenta deixar para trás ao máximo.
EDDY CHEN/STAZPLAY
Ashley e Trish têm relação tensa
As situações difíceis sobre prisão, caos familiar e infelicidade profissional poderiam muito bem gerar rios de lágrimas e um clima mais pesado. Mas Blindspoting aproveita sua origem urbana e faz a conexão com a cultura hip-hop despertar em momentos de reflexão.
Ashley tem pequenos devaneios que ajudam o público a conhecer melhor seu ponto de vista sobre determinados momentos, como ao encontrar um anel de noivado no antigo quarto de Miles ou minutos antes de ouvir a sentença do companheiro. Os rapazes do filme que inspira a história faziam rap, mas Jasmine Cephas Jones versa olhando para a câmera e brinca com as rimas em monólogos sentimentais.
Há cenas especiais que quebram o clima de uma história comum para o surgimento de uma narrativa realmente musical. Não como um flash mob (grupo de pessoas que se reúne para uma apresentação repentina), mas como se curtos videoclipes ganhassem forma. É possível festejar uma tarde entre amigos em uma esquina com carros girando no meio da rua ou ver a protagonista surtar com uma proposta indecente de um cliente do hotel onde trabalha e acompanhar o quarto do assediador ser destruído por ela.
Também há espaço para que algumas coreografias ganhem espaço. Não é comum ver um grupo de profissionais que realizam mudanças descarregarem um caminhão cheio de caixas em meio a passos de breakdance, por exemplo. Ashley observa o momento com estranheza e deixa no espectador a dúvida se aquilo faz parte de seus sonhos.
O elenco ainda conta com nomes como Candace Nicholas-Lippman, Benjamin Turner e Margo Hall. Rafael Casal e Daveed Diggs, dupla responsável pelo longa-metragem, tem a companhia das escritoras Alanna Brown e Nijla Mumin nos roteiros.
A primeira temporada de Blindspotting conta com oito episódios, cada um com duração média de 40 minutos. Confira o trailer da produção:
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