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ANTI-828

Com grupo de haters, Manifest joga lenha na fogueira em debate sobre fé

DIVULGAÇÃO/NBC

Dentro de uma oficina mecânica, Josh Dallas e Patrick Murney se encaram igual a boxeadores em cena de Manifest

Josh Dallas com Patrick Murney no 13ª episódio da primeira temporada de Manifest; Ben encara um inimigo

JOÃO DA PAZ

Publicado em 7/7/2020 - 20h00

A religião faz parte de Manifest - O Mistério do Voo 828. Demonstrações de fé ou de descrença são apresentadas desde o primeiro episódio, com destaque para uma passagem do livro de Romanos, da Bíblia. Até uma igreja em adoração aos passageiros ganha corpo. Paralelo a isso, um grupo de haters entra em cena para propagar o ódio, com violência.

[Atenção: spoilers a seguir]

Manifest joga lenha na fogueira, ou um tijolo na janela, no 13º episódio da primeira temporada, chamado de Liberado Para Abordagem, que a Globo exibe nesta terça-feira (7). É apresentado ao público um grupo contrário aos passageiros do voo 828. Os anti-828 assumem o papel de desconstruir a imagem de divindades daqueles que reapareceram após cinco anos e meio sumidos em pleno ar. Para os haters, eles não são nada santos, mas sim terroristas.

O episódio desta semana mostra que esses opositores fazem barulho. Conseguem até colocar um outdoor em um viaduto com a pergunta: "Os passageiros do 828 são humanos?", em letras garrafais. E estimulam quem vê aquele anúncio a exigir uma investigação. Um avião, marcado com um X vermelho bem grande, ilustra a placa. E o endereço de um site também é divulgado: 828exijaaverdade.com.

Um tal de Cody Weber (Patrick Murney), dono de uma oficina mecânica, é o criador do site. Em um dos vídeos postados na página, com cerca de 900 visitantes, ele faz um discurso de ódio e ameaça: "Esses passageiros, impostores, foram liberados [pela polícia] para plantar o ódio, destruição, terrorismo. Temos de rastreá-los e detê-los antes que seja tarde. Se o governo não fizer isso, o povo fará".

O detetive Jared (J.R. Ramirez) diz para Ben Stone (Josh Dallas) que esse não é o único site ou grupo de pessoas que passou a enxergar os passageiros do voo 828 como vilões. Isso ocorreu depois de Bill Daly (Frank Deal), o piloto da misteriosa aeronave, agir inconsequentemente e roubar um avião.

REPRODUÇãO/nbc

Página inicial do site Exija a Verdade; discurso de ódio contra os passageiros do voo 828


Fé versus ódio

Os haters são uma boa adição para a trama de Manifest. Os passageiros eram, até esse episódio, importunados pelos crentes, pessoas que desejam ao menos tocá-los para sentir algo supostamente transcendental. Agora, eles são incomodados pelo ódio, como Ben, que tem sua casa atacada por um tijolo que atinge uma janela e um X vermelho pichado na porta de entrada. O mesmo vandalismo sofre Saanvi Bahl (Parveen Kaur) dentro do hospital no qual trabalha.

Tanto a fé quanto os antis-828 serão presentes na trama de Manifest daqui em diante. Esses recortes da sociedade retratada na série representam até o que os personagens sentem, os tais conflitos internos. Pois os haters chamam os passageiros de aberrações, e o menino Cal (Jack Messina), que prevê o futuro em seus desenhos, acha que ele é uma aberração, de fato.

Esses elementos só fazem Manifest fervilhar ainda mais com seus enigmas sobrenaturais e adversidades mais concretas. Enquanto Ben, com seu viés matemático e racional, tenta encarar tudo pela lógica e praticidade, sua irmã muda de postura aos poucos.

A detetive Michaela Stone (Melissa Roxburgh), que mostrou ser bem cética lá no início da série, não mudou por completo, mas mostra uma inclinação à fé. Ela até orou, seja no túmulo da mãe ou ao ver o ex-noivo Jared entre a vida e a morte. Com suas ações, Michaela age positivamente, crendo que os chamados que ouve são benéficos, para ajudar pessoas. Como se ela fosse escolhida para isso.

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