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15 ANOS DO FIM

Caso de Bill Clinton com Monica Lewinsky quase arruinou West Wing; entenda

DIVULGAÇÃO/NBC

Elenco de The West Wing reunido

Elenco de The West Wing; drama político teve último episódio exibido em 14 de maio de 2006

LUÍS FELIPE SOARES

luis@noticiasdatv.com

Publicado em 14/5/2021 - 6h45

The West Wing (1999-2006) teve seu último episódio exibido há exatos 15 anos, em 14 de maio de 2006. Mas a data marcante quase não aconteceu. O caso do presidente Bill Clinton com a então estagiária Monica Lewinsky ameaçou destruiu a série antes mesmo de ela estrear.

Criada por Aaron Sorkin (vencedor do Oscar por A Rede Social) aquela que é considerada uma das maiores séries sobre política de todos os tempos chamou a atenção durante sete temporadas ao demonstrar os bastidores da Casa Branca, entre casos pessoais e profissionais dos personagens.

A trama principal se desenvolveu ao redor do presidente Josiah "Jed" Bartlet (Martin Sheen) na ala oeste da residência presidencial. O lugar reunia seus assessores diretos, incluindo o chefe de gabinete Leo McGarry (John Spencer), o vice-chefe de gabinete Josh Lyman (Bradley Whitford), a secretária de imprensa C.J. Creeg (Allison Janney), o subdiretor de comunicação Sam Seaborn (Rob Lowe) e a consultora Madeline Hampton (Moira Kelly), para discutir ações e pensar em soluções.

Para relembrar a atração, o Notícias da TV separou cinco curiosidades sobre os bastidores do drama que marcou época na rede NBC --e, aqui no Brasil, no Warner Channel e no SBT: 

Caso Clinton-Lewinsky

O drama quase não saiu do papel por causa de problemas políticos do mundo real. Durante uma reunião da equipe no ATX Television Festival, em 2016, o criador, roteirista e produtor executivo Aaron Sorkin contou que uma das grandes polêmicas dos anos 1990 levantou preocupações quanto a reação do público sobre a história fictícia.

Segundo ele, em 1998, poucos minutos depois de o roteiro do episódio piloto ter ficado pronto, o escândalo sobre o caso extraconjugal do então presidente Bill Clinton com Monica Lewinsky, veio à tona. O político declarou na época que não teve relações sexuais com a mulher, mas séries de reportagens e áudios confirmaram o envolvimento que quase causou sua queda.

Sorkin acreditava no potencial de The West Wing, mas achava que o projeto deveria esperar um pouco para sair do papel. Mas a NBC aprovou rapidamente o episódio piloto (feito para testar a recepção do público). O retorno morno após exibições iniciais deixou a rede preocupada, principalmente pelas opiniões de que o assunto político não estava em alta de maneira positiva e pelo fato de que os espectadores pareciam não entender a verborragia da trama.

O público-alvo originalmente pensado acabou se tornando mais moderno, uma vez que pesquisas mostraram que a atração tinha números melhores em casas de famílias com acesso à internet --mesmo com a lenta conexão discada da época. O foco nos espectadores mais conectados fez com que anunciantes específicos investissem nos comerciais, e a série se estabeleceu comercialmente logo na primeira temporada.

DIVULGAÇÃO

Martin Sheen, George C. Scott e Sidney Poitier

Possíveis presidentes

O papel de presidente dos Estados Unidos acabou por se tornar um dos pontos altos da carreira de Martin Sheen. A busca pelo ator perfeito para interpretar Josiah "Jed" Bartlet movimentou testes e convites para outros postulantes ao cargo.

Entre os nomes cotados para o trabalho, estava o de Alan Alda. Ele chamou a atenção dos produtores, mas eles acreditaram que o veterano se sairia melhor como o senador Arnold Vinick, que participou da história entre 2004 e 2006.

Outros artista ventilados para o papel no desenvolvimento do projeto foram George C. Scott (1927-1999), vencedor do Oscar de melhor ator por Patton - Rebelde ou Herói? (1970), e Sidney Poitier, premiado por Uma Voz nas Sombras (1963).

Sheen viu o drama político reerguer sua carreira depois de alguns anos longe dos principais holofotes de Hollywood. Originalmente pensado para aparecer em cerca de quatro episódios por temporada, Jed acabou por dominar a trama de West Wing e foi um dos poucos personagens creditados em todos os 155 capítulos. O protagonista ainda levou o Globo de Ouro de melhor ator em série de drama em 2001.

Esclerose múltipla

Um dos dramas pessoais mostrados revela o presidente dos Estados Unidos tendo de lidar com os avanços da esclerose múltipla, uma complicação neurológica, crônica e autoimune que provoca lesões cerebrais e medulares com o passar do tempo. No ATX Television Festival, em 2016, Aaron Sorkin foi questionado sobre a escolha de incluir um portador da doença.

Ele explicou que a ideia veio em uma conversa durante o almoço com a atriz Stockard Channing, que interpretava a primeira-dama, Abigail Bartlet. Ela comentou que estava ansiosa sobre o seu futuro na história, e o roteirista acabou por dar à personagem a profissão de médica. O objetivo foi ligá-la a um futuro momento em que o líder norte-americano ficaria doente, com os sintomas surgindo aos poucos.

A opção criativa pela esclerose múltipla surgiu depois que os pesquisadores apresentaram todas as informações sobre a doença, que não tem cura. O desgaste causado serviu para mostrar certas fraquezas do homem mais poderoso do mundo, com ele sendo afastado de uma nova candidatura por causa das complicações cada vez mais presentes.

Detalhes do salão oval

Parte do sucesso da série se deu aos detalhes da produção. Para aproximar o público de situações e lugares inspirados em fatos reais dos bastidores do poder da capital dos Estados Unidos, The West Wing tentava ser o mais fiel possível na tela.

Um dos destaque foi o cenário que recriava o salão oval da Casa Branca. Pesquisadores da produção tiveram acesso a detalhes do gabinete de trabalho do presidente norte-americano para fazer a montagem.

Foi descoberto, por exemplo, que durante uma administração republicana, um retrato do ex-presidente Theodore Roosevelt (1858-1919) é pendurado na parede, enquanto Franklin D. Roosevelt (1882-1945) ocupa lugar em meio a um governo democrata. A atração sempre deixou quadros de ambos para tentar agradar aos fãs dos dois lados.

A versão da TV era tão parecida com a real que o passeio de turistas pelos estúdios da Warner Bros. não permitia o acesso do público ao salão. Segundo os responsáveis, a proibição fazia parte de um protocolo de segurança da Casa Branca.

Podcast temático

Os bastidores da série renderam muitas histórias. Parte delas foi contada no podcast The West Wing Weekly, produzido entre 2016 e 2020. O programa de áudio reúne o ator Joshua Malina, intérprete do personagem Will Bailey, e do compositor, produtor musical e podcaster Hrishikesh Hirway, fã da série.

Na atração temática, a dupla de apresentadores se reunia para discutir momentos, lembrar cenas e fazer resenhas de episódios. Malina convidou antigos companheiros de elenco, como Bradley Whitford, Melissa Fitzgerald e Janel Moloney, e também o criador Aaron Sorkin para fazerem participações especiais e compartilharem memórias da época de gravação, com muitos casos de bastidores vindo à tona.

O podcast bateu a marca de 100 episódios gravados. O último foi disponibilizado no site oficial e nas plataformas digitais em 28 de outubro de 2020.

Nos Estados Unidos, The West Wing está disponível no streaming HBO Max, que será lançado para assinantes brasileiros em junho. A plataforma também montou o especial A West Wing Special to Benefit When We All Vote, em 2020, que reuniu o elenco original em espécie de peça teatral para tentar incentivar os norte-americanos a votarem na eleição presidencial do ano passado.


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