Representatividade
Divulgação/ABC
A atriz Ellen Pompeo estreou como diretora na 14ª temporada de Grey's Anatomy
JOÃO DA PAZ
Publicado em 18/11/2018 - 6h50
Um criterioso levantamento com 350 séries apresenta um dado preocupante: apenas 54, ou 16% das atrações, merecem o selo de excelência pela inclusão feminina. Esse carimbo foi criado pela ReFrame, coalizão com cerca de 60 das pessoas mais poderosas de Hollywood, para destacar quem promove a diversidade e chamar a atenção para a discrepância que existe na contratação de mulheres na indústria do entretenimento.
No grupo de embaixadores da ReFrame, estão desde o presidente da HBO Films, Len Amato, a representantes de agências de talento, passando por chefes de sindicato e executivos de grandes estúdios. Juntamente com o site IMDb, que compila dados de filmes e programas de TV, a organização checou se as 350 séries cumprem oito critérios pré-estabelecidos.
Para ganhar o selo, era necessário satisfazer ao menos quatro, todas relacionados à contratação de mulheres: protagonistas, coadjuvantes, diretoras, escritoras, showrunners, produtoras, executivas e equipe de produção (que trabalha com iluminação ou som, por exemplo). A avaliação considerou temporadas completas, e não contratações esporádicas para um episódio, por exemplo.
A ReFrame não especificou quantos critérios cada uma das 54 aprovadas preencheu. Mas divulgou a lista com o nome das séries, todas exibidas entre 1º de junho de 2017 e 31 de maio deste ano.
Para surpresa de ninguém, todas as cinco séries sob a tutela de Shonda Rhimes, exibidas pela rede ABC neste período, receberam o carimbo de excelência (For The People, Grey's Anatomy, How to Get Away with Murder, Scandal e Station 19). A superprodutora, nova contratada da Netflix, é uma das executivas que mais dá espaço para mulheres, tanto à frente quanto atrás das câmeras.
Basta uma rápida conferida em sua principal criação para notar como Shonda abre as portas para profissionais femininas. Dos últimos cinco episódios da 14ª temporada de Grey's Anatomy, dois foram dirigidos e roteirizados por mulheres.
Se Shonda Rhimes fosse uma emissora de TV, ela ficaria em segundo lugar no ranking elaborado pela ReFrame. Perderia apenas para a Netflix (que tem oito séries) e empataria com o canal Starz.
divulgação/netflix
Deborah Chow dirige Krysten Ritter (de costas) na segunda temporada de Jessica Jones
Vergonha, vergonha
Aquela caminhada da vergonha de Cersei (Lena Headey) em Game of Thrones bem que poderia ser protagonizada pela HBO. O canal pago, que levou 23 Emmys neste ano (empatado na liderança com a Netflix), só cravou uma série na lista da ReFrame. A comédia Insecure é a representante solitária.
Por mais que tenha mulheres fortes liderando a trama, como a própria Cersei e a Mãe dos Dragões Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), Game of Thrones faz feio nos bastidores. Nenhum dos sete episódios da sétima temporada teve uma mulher na direção ou como roteirista.
Em contrapartida, Jessica Jones (Netflix) teve só diretoras em todos os 13 episódios da segunda temporada. E Queen Sugar, drama do canal de Oprah Winfrey, inédita no Brasil, contou com 15 diretoras em 16 episódios da segunda temporada.
Confira a lista de todas as 54 séries que receberam o selo de excelência feminina:
Agents of Shield, quinta temporada (Canal Sony, Netflix)
Animal Kingdom, segunda temporada (AMC)
Better Things, segunda temporada (Fox Premium)
Broad City, quarta temporada (Comedy Central)
Call the Midwife, sétima temporada (que saiu do catálogo da Netflix)
Chicago Med, terceira temporada (Universal TV)
Claws, primeira temporada (inédita no Brasil)
Crazy Ex-Girlfriend, terceira temporada (Netflix)
Dear White People, segunda temporada (Netflix)
Dino Dana, primeira temporada (Amazon)
Empire, quarta temporada (Fox Premium)
Famous in Love, segunda temporada (inédita no Brasil)
For the People, primeira temporada (Canal Sony)
Foursome, terceira temporada (YouTube)
Glow, primeira temporada (Netflix)
Grace and Frankie, quarta temporada (Netflix)
Grey's Anatomy, 14ª temporada (Canal Sony, Netflix)
How to Get Away With Murder, quarta temporada (Canal Sony, Netflix)
Howards End, minissérie (Amazon)
I'm Sorry, primeira temporada (TBS)
Insecure, segunda temporada (HBO)
Jane the Virgin, quarta temporada (Lifetime)
Jessica Jones, segunda temporada (Netflix)
Just Add Magic, segunda temporada (Amazon)
Killing Eve, primeira temporada (Globoplay)
Little Women, minissérie (inédita no Brasil)
Love, terceira temporada (Netflix)
Madam Secretary, quarta temporada (inédita no Brasil)
One Day at a Time, segunda temporada (Netflix)
Orange Is the New Black, quinta temporada (Netflix)
Outlander, terceira temporada (Fox Premium)
Queen Sugar, quarta temporada (inédita no Brasil)
Scandal, sétima temporada (Canal Sony, Netflix)
Search Party, segunda temporada (TBS)
Seven Seconds, primeira temporada (Netflix)
Smilf, primeira temporada (inédita no Brasil)
Station 19, primeira temporada (Canal Sony)
Step Up: High Water, primeira temporada (YouTube)
Supergirl, terceira temporada (Warner)
Sweetbitter, primeira temporada (inédita no Brasil)
Teachers, segunda temporada (Comedy Central)
The Bold Type, primeira temporada (inédita no Brasil)
The Chi, primeira temporada (inédita no Brasil)
The Detour, terceira temporada (TBS)
The Girlfriend Experience, segunda temporada (Fox Premium)
The Good Fight, segunda temporada (Amazon)
The Handmaid's Tale, segunda temporada (Paramount Channel)
The Last O.G., primeira temporada (TBS)
The Marvelous Mrs. Maisel, primeira temporada (Amazon)
The Mindy Project, sexta temporada (inédita no Brasil)
This Is Us, segunda temporada (Fox)
Transparent, quarta temporada (Amazon)
Vida, primeira temporada (inédita no Brasil)
Youth & Consequences, primeira temporada (YouTube)
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