A Diplomata: Série da Netflix é ótima mescla de Grey's Anatomy e The West Wing

Indicada a três Emmys pelo hit The Americans (2013-2018), Keri Russell tem em A Diplomata, série que estreou na Netflix na quinta-feira (20), uma nova oportunidade de se consagrar definitivamente na carreira. Carismática e bem-humorada, a nova atração é uma ótima mescla entre as tramas de Grey's Anatomy e The West Wing (1999-2006).

A descrição pode parecer inusitada, mas é facilmente compreendida ao assistir aos primeiros episódios de A Diplomata. Embora o enredo tenha como enfoque infantil a chegada de Kate Wyler (Keri) como nova embaixadora dos Estados Unidos em Londres, a trama conta com os elementos novelescos que transformaram Grey's Anatomy em sucesso mundial.

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Indicada ao posto contra a sua vontade, Kate chega em Londres não vendo a hora de ir embora. Mais acostumada à ação do que a uma função política estática, ela aceita com muito esforço a missão de continuar a fortalecer os laços dos históricos aliados governos norte-americano e britânico.

Sua chegada, contudo, é abalada desde o início por um misterioso ataque às forças militares da Inglaterra na região do Golfo Pérsico. Todos os indícios apontam para a culpa do Irã, e Kate precisa logo de cara acalmar os ânimos dos chefes de Estado prontos para iniciar um conflito bélico.

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Keri Russell e Rufus Sewell

A Diplomata é uma série com dramas muito menos sofisticados do que The Americans, mas Keri Russell usa seu talento para potencializar a trama da primeira tanto quanto fez na segunda. A atriz transcende seu material como uma embaixadora cada vez mais frustrada por sua posição e que acaba prejudicada por protocolos quando as pessoas acima dela não fazem o certo.

Sua habilidade também é colocada à prova pela presença do marido, Hal Wyler (Rufus Sewell), experiente diplomata com passagens por outras embaixadas. A fama de canastrão inteligente o persegue e se reflete no trabalho de Kate, mesmo que sua capacidade profissional seja sempre reconhecida.

É na dinâmica entre Kate e Hal, contudo, que a série da Netflix tem seus melhores momentos. Embora o casamento esteja em crise há tempos, os dois se conhecem e se entendem como ninguém, o que torna a ligação entre o casal dificílima de ser quebrada --mesmo que o sonho da embaixadora seja conseguir se livrar de vez do charme do marido.

Kate tem como braço direito Stuart (Ato Essandoh), que a ensina os meandros de um trabalho inesperadamente complicado. O cargo inclui uma gestão delicada da relação com o primeiro-ministro britânico (Rory Kinnear) e o secretário de Relações Exteriores da Inglaterra (David Gyasi).

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Keri Russell e Ato Essandoh

O secretário, aliás, é o que apimenta ainda mais a trama de A Diplomata e a aproxima mais de Grey's Anatomy. A forte atração entre ele e Kate, construída pouco a pouco, influencia diretamente nos trabalhos entre os governos e cria indiretamente um triângulo amoroso com Hal que torna a experiência de assistir à série ainda mais interessante.

Tudo em A Diplomata dá a impressão de ter sido cuidadosamente pesquisado e reproduzido com precisão, como a recriação de locais como a Winfield House, residência oficial do embaixador(a) norte-americano em Londres. O drama político, no entanto, acaba perdendo força com a insistência em uma mesma narrativa durante vários episódios --coisas que The West Wing resolvia em apenas um.

Nada disso, no entanto, diminui o carisma e a diversão de acompanhar Kate e seus pares resolvendo conflitos cabulosos para impedir uma guerra. Se O Agente Noturno foi capaz de conquistar os assinantes da Netflix apenas repetindo o que várias séries tinham feito antes, A Diplomata tem tudo para conquistar números e público ainda maiores.

Assista ao trailer legendado de A Diplomata: