O grande erro que a Record se recusa a corrigir no Power Couple Brasil

Com quase dois meses de exibição, o Power Couple Brasil 7 ainda não disparou na audiência, e parece pouco provável que ele vá repetir o engajamento de A Fazenda ou mesmo de temporadas anteriores do reality de casais. Ao contrário de outros programas de confinamento, como o BBB 25, o motivo do fracasso não é a escolha de participantes, mas um erro que a Record insiste em cometer com o formato: as edições têm cara de velhas.

Quase tudo que vai ao ar na TV aconteceu um ou dois dias antes em Itapecerica da Serra, onde os casais moram durante o formato. A primeira prova de cada ciclo, por exemplo, é gravada na tarde do sábado, mas só vai ser exibida na noite de segunda-feira. mais de 48 horas depois.

Já a gincana que a emissora transmite na edição de terça é realizada na tarde de segunda. E a Prova dos Casais, mostrada na quarta, logo antes da formação da D.R., é na verdade feita na terça-feira. O fim do Quebra Power nas tardes de domingo da Record acabou com um dos raros momentos ao vivo do reality show e só contribuiu para deixar tudo com mais jeito de ultrapassado.

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Embora as provas não sejam transmitidas para assinantes do PlayPlus --uma reclamação antiga de quem paga para ter acesso às câmeras do programa--, quem acompanha o streaming ou os comentários nas redes sociais sobre o Power Couple consegue descobrir facilmente o resultado de cada dinâmica.

O cronograma é tão atrasado que, no fim das tardes de segunda, antes mesmo de a Record exibir a primeira prova do ciclo, quem vê o PlayPlus já sabe até qual dupla foi vetada da Prova dos Casais pelos participantes com o maior saldo da semana --não que isso seja uma investigação muito difícil, já que Dhomini e Adriana viraram alvo constante dos outros competidores.

Trata-se de um problema que já afetava o Power Couple em temporadas anteriores e que não foi resolvido no hiato de três anos do formato. É uma questão que poderia ser facilmente contornada; é compreensível que, pelo tamanho das provas, seria impossível fazê-las ao vivo, mas por que não realizá-las pelo menos no dia em que elas irão ao ar?

O curioso é que as provas são um dos pontos altos do reality --seja com as mulheres tendo de encarar baratas, com os homens tomando choques ou com as estruturas grandiosas montadas para gincanas feitas em alturas elevadas, qualquer uma delas é muito melhor do que todas as gincanas realizadas pelo Big Brother Brasil nas temporadas mais recentes. Mas aquele que deveria ser o grande chamariz do Power Couple virou o seu maior defeito.

A Record também acertou em cheio na escolha do elenco; até Radamés, que foi planta em A Fazenda 15, tem entregado intrigas e entretenimento ao lado da mulher, a excelente Carol --não será surpresa para ninguém se Rodrigo Carelli escalar a judoca para uma próxima temporada do reality rural. Se Dhomini, Adriana, Ana Paula ou Eike puderem se juntar a ela, melhor ainda.

É uma pena que a emissora jogue contra o próprio produto com a exibição atrasada de tudo o que acontece na casa. Com os resultados vazados na internet até 48 horas antes, não há muitos motivos para ver o programa --já que o formato parece priorizar as gincanas e o acúmulo de dinheiro, deixando a convivência entre os casais sempre em segundo plano.