NOVA REPRISE
JOÃO MIGUEL JUNIOR/TV GLOBO
Ester (Grazi Massafera) e Cassiano (Henri Castelli) são os mocinhos de Flor do Caribe, que reestreia
A reprise de Flor do Caribe estreia nesta segunda (31) de olho no público que já não aguenta mais o noticiário acerca da pandemia de coronavírus (Covid-19). A Globo aposta alto nas locações paradisíacas da novela das seis escrita por Walther Negrão para recuperar o público afugentado pela "edição especial", mas nem tanto, de Novo Mundo.
"Esse é um momento muito especial para exibir essa novela, porque ela promove um respiro com tanto romance e aventura no meio de um momento tão triste que estamos vivendo", avalia o diretor artístico da trama, Jayme Monjardim, em entrevista ao Notícias da TV.
A trama gira em torno de uma armação que separa o casal de protagonistas Ester (Grazi Massafera) e Cassiano (Henri Castelli). O vilão Alberto (Igor Rickli), amigo de infância dos dois, dá um jeito para que o piloto de caça se meta em uma encrenca ao levar um carregamento de diamantes para a Guatemala.
O personagem de Henri Castelli é feito de prisioneiro pelo contraventor dom Rafael (César Troncoso), que se revolta ao descobrir que as pedras preciosas são na sua maioria cristais de sal. Com o militar dado como desaparecido, o neto de Dionísio (Sérgio Mamberti) consegue se casar com a guia de turismo.
"Não existem temas na novela que ficaram para trás, ela é muito atual. Não vejo nada de velho, a não ser a cidade de La Antigua [onde foi gravada boa parte das sequências no país caribenho]", brinca Monjardim.
Veja três razões para amar ou odiar a reprise de Flor do Caribe:
JOÃO MIGUEL JUNIOR/TV GLOBO
Candinho (José Loreto) e a cabra Ariana em cena rodada nas praias do Rio Grande do Norte
Exibida pela primeira vez em 2013, Flor do Caribe tem um ritmo diferente das produções atuais, mais lento, que lembra outras novelas assinadas por Walther Negrão, como Tropicaliente (1994) e Como Uma Onda (2005). O público é convidado a contemplar belos cenários que, muitas vezes, ofuscam a falta de ação da trama.
As cenas rodadas em Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte, podem encher os olhos do telespectador que está há quase seis meses trancado em casa por conta das medidas de isolamento social. "É um cenário mágico. Quem já teve a oportunidade de conhecer praias como Pipa sabe o quanto elas são inacreditáveis e dotadas de uma certa magia", exagera o pai de Jayme Matarazzo.
O ritmo da edição vai ser fundamental para não fazer os telespectadores enjoarem do desfile de paisagens naturais, já que a trama tem uma bela "barriga", jargão para momentos em que não há nenhum acontecimento relevante na história.
Com as gravações de Nos Tempos do Imperador ainda paralisadas, a emissora vai precisar administrar os cortes para "mascarar" o marasmo da narrativa sem prejudicar seu cronograma de retomada --ainda que isso possa causar bocejos e sonolência na audiência.
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Grazi Massafera como a protagonista Esther da novela das seis: primeiros elogios na carreira
O carisma de Grazi Massafera é outro trunfo da emissora para convencer o público, que ainda tem a memória permeada pela sua atuação em Bom Sucesso (2019), a assistir à reprise. A seu favor, a trama representou um ponto de virada na carreira da ex-BBB, e ela finalmente ganhou os primeiros elogios da crítica.
"Ester foi a minha segunda protagonista, mas foi ali que eu realmente aprendi a trabalhar. Em Negócio da China [2009], eu não sabia o que estava fazendo. Foi uma espécie de graduação", avalia a mãe de Sofia, de oito anos, fruto de seu relacionamento com Cauã Reymond.
A pouca experiência, no entanto, não a ajudou na hora de enfrentar uma personagem sofredora e chorona, que derramou rios de lágrimas durante os 159 capítulos. Passiva e à espera de seu príncipe encantado, ela deve testar a paciência dos telespectadores --desacostumado com mocinhas à moda antiga.
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Dionísio (Sérgio Mamberti) exibe uma medalha com a Cruz de Ferro nazista na trama da Globo
O antagonista de Sérgio Mamberti é uma faca de dois gumes para a produção. Por trás da aparência bonachona, o avô de Alberto é um carrasco nazista que entregou os pais de Samuel (Juca de Oliveira) para serem mortos em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Em 2013, o vilão era praticamente a caricatura de um tempo que não existia mais, mas que acrescentava ao tom de aventura da história, praticamente saído de Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida (1981). Odiável, ele tem tudo para fazer as pessoas mais uma vez torcerem pelo casal principal.
O tiro, no entanto, pode sair pela culatra em um momento no qual o fascismo volta a assombrar o espectro político e o noticiário, quebrando o clima de "escapismo" que permeia à reprise. "Mais atual impossível nesse momento em que pessoas estão tomando essa palavra para si", analisa Claudia Netto, que deu vida a Guiomar no folhetim que reestreia na faixa das 18h.
Saiba tudo sobre os próximos capítulos das novelas com o podcast Noveleiros:
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