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DE O REI DO GADO

Terror da bancada evangélica, pastor de Renascer é espelho de senador 'petista'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O ator Breno da Matta caracterizado como o pastor Lívio em cena do remake de Renascer

Pastor Lívio (Breno da Matta) em Renascer; ele lembra personagem de O Rei do Gado (1996)

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 22/2/2024 - 21h00

Bruno Luperi voltou a discutir um dos temas que mais atravessa a obra do avô, Benedito Ruy Barbosa, no remake de Renascer. O autor acertou em cheio ao colocar o pastor Lívio (Breno da Matta) para defender a reforma agrária na novela das nove da Globo --assunto que, curiosamente, causa arrepios em boa parte da bancada evangélica no Congresso Nacional.

O roteirista havia feito um aceno ao crescimento do neopentecostalismo entre a população ao transformar o padre da versão original em um pastor. Ele, no entanto, não deu o braço a torcer na pauta de costumes normalmente associada a esse grupo --ao contrário, por exemplo, de Terra e Paixão (2023).

Lívio foi contra a corrente ao afirmar que a reforma agrária não é só sobre distribuição de terra. "É também sobre soberania alimentar. Sobre combater desigualdades. Sobre dar liberdade para esse povo decidir sobre o próprio destino", disse ele, em uma conversa com José Inocêncio (Marcos Palmeira).

Esse discurso curiosamente aproxima o religioso de outro personagem que --até nas reprises-- deu o que falar em O Rei do Gado (1996). Trata-se do senador Caxias (Marcos Vereza), que foi assassinado no folhetim após se envolver com a causa dos sem-terra.

Ruy Barbosa mostrou um apoio até então nunca visto na ficção ao MST (Movimento dos Sem-Terra) em um contexto sócio-político bastante adverso. O governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso viveu um embate bastante midiático com esses trabalhadores.

O político da ficção não tinha um partido declarado, mas foi percebido na época como alguém próximo ao PT (Partido dos Trabalhadores). Alguns parlamentares do partido chegaram a participar da novela, como os então senadores Benedita da Silva e Eduardo Suplicy --que apareceram durante o enterro de Caxias.

Boi, bala e Bíblia

Um padre defender os sem-terra não parece tão dissidente assim, já que há, dentro da Igreja Católica, movimentos como a Comissão Pastoral da Terra. Entre os evangélicos, a percepção é outra –sobretudo pela bancada ligada a instituições neopentecostais na Câmara e no Senado.

De forte viés conservador, esses parlamentares são conhecidos como a bancada BBB, em referência a boi (agronegócio), bala (armamento civil) e Bíblia (evangélicos). A agenda é alinhada à direita e ao conservadorismo, em que diversas pautas se misturam --como a oposição à reforma agrária.

Esse movimento obviamente não representa todos os evangélicos, já que hoje existe também uma frente de parlamentares que se declaram neopentecostais e defendem abertamente pautas progressistas. Eles, porém, estão em número bem menor no parlamento.

Lívio se aproxima mais desse grupo, conhecido como Bancada Evangélica Popular, do que do BBB.


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