JOSÉ INOCÊNCIO
FOTOS: FÁBIO ROCHA/TV GLOBO
Marcos Palmeira nos bastidores das gravações de Renascer, próxima novela das nove da Globo
Marcos Palmeira revelou que cumpriu uma espécie de profecia ao ser escolhido para viver o protagonista José Inocêncio no remake de Renascer --ainda mais depois do sucesso como José Leôncio em Pantanal (2022). O ator contou que sempre teve o desejo de interpretar um fazendeiro criado por Benedito Ruy Barbosa. "Joguei aquilo para o universo", explicou ele.
O artista tem se dedicado às gravações da próxima novela das nove da Globo, prevista para estrear em 22 de janeiro. Ele falou sobre a emoção de retornar para Ilhéus, no litoral da Bahia, 30 anos depois de ter interpretado João Pedro na primeira versão da história.
"Lembro-me como se fosse hoje. Numa das gravações de Renascer, virei para o diretor Luiz Fernando Carvalho e falei: 'Será que quando eu tiver 60 anos vou fazer um coronel numa das novelas de Benedito Ruy Barbosa?'. Ficava olhando Antonio Fagundes, José Wilker [1944-2014], Raul Cortez [1932-2006] e Tarcisão [Meira] interpretando grandes fazendeiros... E eu tinha o desejo de fazer o mesmo", revelou em entrevista ao jornal O Globo.
"Joguei aquilo para o universo, e agora fico aqui tentando entender como isso aconteceu na minha carreira. Sei lá! Acho que só Freud [1856-1939] saberia explicar um negócio desse. É quase como um processo terapêutico de reconhecer que a vida passou para mim", completou.
Tanto em Pantanal (1990) quanto em Renascer (1993), ambas escritas por Benedito Ruy Barbosa, Palmeira interpretou um dos filhos dos protagonistas --vividos, respectivamente, por Cláudio Marzo (1940-2015) e Antonio Fagundes.
Ele comentou a coincidência de ser escalado para o papel dos coronéis nas adaptações: "Passei mesmo a ocupar o lugar de pai, né?". O ator ainda assegurou a diferença dos personagens, mesmo em universos semelhantes.
Teoricamente, não seria ideal fazer esse personagem agora. Estou num exercício de me desconectar de um homem tão marcante, como Zé Leôncio, para me conectar a outro igualmente marcante. Mas são personagens distintos. E não tinha como recusar o papel.
Palmeira se divertiu com a fama de "galã rural" que ganhou após as novelas. "Lá atrás, eu era visto como o playboy carioca. Aí fiz Pantanal e Renascer, e ficou esse rótulo. O bom é que cheguei aos 60 anos, e já não tenho mais a preocupação do início da carreira. Mas não nego que acho tudo muito curioso", afirmou.
Humberto Carrão em cena do remake da Globo
Neto de Benedito, Bruno Luperi deve seguir boa parte da trama que foi ao ar em 1993, mas não descarta mudanças para adaptar a história aos dias de hoje.
Renascer gira em torno da relação entre José Inocêncio (Humberto Carrão na primeira fase do remake) e os quatro filhos: José Augusto (Renan Monteiro), José Bento (Marcello Melo Jr.), José Venâncio (Rodrigo Simas) e João Pedro (Juan Paiva). O protagonista guarda rancor do caçula e o culpa pela morte da mulher, Maria Santa (Duda Santos), no parto.
A relação fica ainda mais conturbada quando o fazendeiro decide se casar com Mariana (Theresa Fonseca), ex-namorada de João Pedro. O rapaz ainda se envolve com Sandra, filha do grande rival do pai.
"Vou assistir à versão antiga só depois que o remake estiver todo gravado" contou Juan Paiva. "Dou um passo de cada vez. E aí vou conhecendo essa história linda e emocionante. Mas já recebi muito spoiler aí (risos)", brincou.
Já Luperi falou sobre o trabalho de adaptar as tramas do avô: "Comparada ao remake de Pantanal, a releitura de Renascer é muito mais calcada nessas transformações".
"A teledramaturgia é um gênero que vem acumulando acervo. À medida que os anos passam, há cada vez mais histórias que podem ser reescritas. Acho que esse movimento será frequente, e não só com relação a novelas. O segredo para encantar as pessoas é contar esses clássicos à luz de um novo tempo. Acaba sendo um trabalho um pouco inglório, porque minha função não é me tornar autor de Renascer, mas fazer um remake bom, ou seja, manter uma relação fiel e íntima com aquilo que foi a primeira versão, e também levando novas camadas e um traço de originalidade para a obra", discursou o autor.
O diretor Gustavo Fernandez assegurou que o cramulhão será mantido. "A novela tem um traço forte da tradição popular. É uma história essencialmente rural. Diria que 90% de toda a trama se passa nesse ambiente. A nova versão deve levar o público para uma nostalgia gostosa e certo lugar de conforto. A obra não chega a ser maniqueísta, mas faz uma defesa dessa vida simples do campo", explicou.
Já Theresa Fonseca, que estreou nas novelas como Labibe de Mar do Sertão (2022), vai encarar a missão de viver Mariana no remake. A mocinha busca vingança contra José Inocêncio, mas acaba se apaixonando por ele e pelo filho. Na versão original da trama, Adriana Esteves enfrentou rejeição com o papel e chegou a se afastar da televisão para tratar uma depressão.
"É uma personagem complexa, difícil, e que não tem o estereótipo da mocinha. Busco não julgar. Ela sabe o que quer ao mesmo tempo que não sabe. E às vezes faz muita besteira. Acho interessante brincar com isso. Mariana procura o renascimento por meio da vingança e do ódio, mas o encontra por meio do amor", analisou Theresa Fonseca.
Atores nos bastidores das gravações em Ilhéus
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