Rivalidade feminina é estimulada em Pantanal: 'Para ver como perdemos tempo'

Karine Teles assume Madeleine no lugar de Bruna Linzmeyer e terá nas mãos uma personagem ainda mais complexa com a passagem de tempo em Pantanal. Na segunda fase da novela das nove da Globo, a loira é uma verdadeira provocadora de conflitos. Um deles soa até ultrapassado, a rivalidade feminina, mas a atriz defende que a briga da dondoca com a irmã é um tema que faz parte do imaginário da dramaturgia mesmo com a sororidade no cenário atual.

"Serve para nós vermos como perdemos tempo com isso", diz a intérprete. Karine e Camila Morgado, que ficou com o papel de Irma --antes nas mãos de Malu Rodrigues--, debateram com a direção do folhetim qual caminho deveriam seguir para não destoar de toda proposta do remake. Eles chegaram ao consenso de que a trama das duas é um clichê assumido.

"Essa coisa de irmãs rivais, irmãos rivais é um clássico. A gente vê isso em muitas obras literárias, filmes e novelas. Para esse lugar tão conhecido dramaturgicamente, a gente tinha que mergulhar no clichê, a gente gosta de ver clichê também, a gente se diverte vendo clichê", comenta a artista.

Desde os primeiros capítulos do folhetim, Madeleine e Irma brigam. A ruiva se apaixonou pelo noivo da irmã, José Leôncio (Renato Góes/Marcos Palmeira), chegou a espiar os dois transando e, por último, foi ao Pantanal e fez sexo com o então ex-cunhado. Os embates entre elas, agora, ganharão outros contornos.

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Jove (Jesuíta Barbosa), filho de Madeleine, terá uma ótima relação com a tia e estará sempre em pé de guerra com a mãe. O amor das duas pelo jovem tem a função de fazê-las cultuar na vida adulta a eterna disputa que vivem desde a infância. Para trazer algo diferenciado a essa rivalidade antiga, a intérprete de Madeleine revela que somou outras camadas à discussão.

Vou adorar ouvir as pessoas quando elas estiverem assistindo à novela, porque eu sinto que essa coisa da rivalidade feminina ainda é muito estimulada na nossa sociedade. Eu acho que é uma arma muito poderosa na desestabilização das mulheres. A gente gasta um tempo enorme disputando uma com a outra, quando a gente podia estar se fortalecendo e rompendo barreiras juntas.

reprodução/tv globo

Malu Rodrigues contracena com Bruna Linzmeyer

Atrizes se apoiam por ranço em cena

Para colocar bastante ranço entre as personagens em cena, as duas atrizes fizeram o oposto nos bastidores. Elas criaram, mesmo secretamente, a rede de apoio de que precisavam para não julgar o ódio estabelecido entre as irmãs. "Eu espero que tenha esse tempero na relação dessas duas irmãs, o tempero da nossa parceria."

Aos 43 anos, Karine é praticamente uma estreante no horário nobre e tem, de certa forma, pouca experiência em novelas. Ela fez participações, inclusive em uma trama das nove, A Regra do Jogo (2015), mas defender uma das protagonistas de um folhetim ainda é algo novo para a atriz.

"Eu tinha vivido pouco isso na vida, é um trabalho muito intenso e muito cansativo. Quem assiste não tem a menor ideia do tanto que a gente trabalha, é muito puxado. Para mim, especificamente, só é possível quando é feito no amor. No sentido de que estamos ali juntos considerando uma coisa e queremos dar o nosso melhor e fazer o melhor possível", discursa.

Escrita por Benedito Ruy Barbosa e exibida em 1990 pela extinta Manchete (1983-1999), Pantanal é uma trama adaptada por Bruno Luperi, neto do dramaturgo que a criou. O folhetim entrará em sua segunda fase a partir desta terça-feira (12).

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