70 ANOS DA TV
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Regina Duarte e Lima Duarte fizeram sucesso em Roque Santeiro (1985), e Adriana Esteves brilhou em Avenida Brasil (2012)
Nesta sexta-feira (18), a televisão completa 70 anos no Brasil, e ao longo de todo esse tempo muitas novelas conquistaram e engajaram o público com suas histórias. Algumas, no entanto, se destacaram por tramas que deixaram o telespectador brasileiro grudado no televisor e conseguiram audiências altíssimas nos últimos capítulos.
Na década de 1980, Roque Santeiro (1985) e Vale Tudo (1988) foram vistas por milhões de telespectadores. O mistério sobre a morte de Odete Roitman (Beatriz Segall), por exemplo, foi assunto no país inteiro.
Nos anos 2000, a cena em que Maria Clara (Malu Mader) estapeou Laura (Claudia Abreu) até tirar sangue foi aguardada e comemorada pelo público. A vilã de Celebridade (2003) foi tão carismática e perversa quanto Nazaré (Renata Sorrah), a megera de Senhora do Destino (2004). Já em 2012, o país parou para ver como seria o final de Carminha em Avenida Brasil.
Relembre sete novelas que marcaram a história da TV no Brasil:
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Lima Duarte, Regina Duarte e José Wilker: sucesso em Roque Santeiro
Após ser censurada pela Ditadura Militar (1964-1985) em 1975, Roque Santeiro finalmente foi produzida em 1985 e conquistou o público ao longo de quase um ano no ar. A mistura de religião, misticismo popular e política e o carisma de personagens como Roque (José Wilker), Viúva Porcina (Regina Duarte) e Sinhozinho Malta (Lima Duarte) geraram altos números de audiência à Globo.
Como contado no Livro do Boni, escrito pelo próprio José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, então diretor-geral da Globo, Roque Santeiro "deu picos de 100%. E olha que estamos falando de índice de audiência, e não de participação". Naquela época, os dados de audiência não eram medidos por pontos, e sim por porcentagem, com métodos e métricas diferentes dos atuais.
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Susana Vieira viveu a babá babá Nice na primeira versão de Anjo Mau
Em 1976, a novela Anjo Mau, de Cassiano Gabus Mendes, fez muito sucesso com a história da babá ambiciosa Nice (Susana Vieira). No último capítulo, o público teve muita curiosidade para saber como seria o desfecho da protagonista, que estava grávida de seu patrão.
No final, Nice morreu no parto --na época, foi especulado que o regime militar e um setor mais conservador da sociedade teriam exigido a morte dela, por ser um mau exemplo de conduta e uma mulher pobre que havia ascendido socialmente. O autor negou essa versão, e Susana Vieira até hoje comemora a audiência do capítulo final (diz ter chegado a 90%) sempre que tem oportunidade de falar sobre a novela.
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Beatriz Segall viveu a vilã Odete Roitman, que foi assassinada em Vale Tudo
A resposta que o brasileiro aguardou com mais afinco ao longo do ano de 1988 foi a da pergunta "quem matou Odete Roitman?". O mistério só durou 13 dias, mas engajou o público do país inteiro. Houve apostas, rifas e até um concurso oficial para premiar quem acertasse o nome do assassino --no caso, assassina, Leila (Cassia Kis). A novela também fez muito sucesso ao retratar a desonestidade no Brasil e é até hoje considerada uma das melhores obras da teledramaturgia.
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Susana Vieira, Carolina Dieckmann e Renata Sorrah em Senhora do Destino
A história sofrida de Maria do Carmo (Susana Vieira) rendeu um enorme sucesso à trama de Aguinaldo Silva. Em Senhora do Destino, a protagonista nordestina conquistou o público com sua busca pela filha que lhe fora roubada ainda bebê por Nazaré (Renata Sorrah). Ainda que muito perversa, a vilã caiu nas graças dos telespectadores, e anos depois da exibição original Nazaré se consolidou como um grande meme nas redes sociais.
Senhora do Destino foi a novela de maior audiência dos anos 2000: teve média geral de 50,4 pontos. E ainda foi reprisada duas vezes no Vale a Pena Ver de Novo, em 2009 e 2017, também com bom ibope.
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A cena da surra de Maria Clara (Malu Mader) em Laura (Claudia Abreu)
Assim como Vale Tudo, Celebridade também teve um misterioso assassinato que prendeu os telespectadores até o final: quem matou Lineu (Hugo Carvana)? Além dessa trama, a novela teve muitos personagens carismáticos que proporcionaram entretenimento ao público, como a alpinista social Darlene (Deborah Secco).
No entanto, a cena mais esperada foi a da violenta vingança da mocinha Maria Clara (Malu Mader) contra sua inimiga, Laura (Claudia Abreu). O capítulo em que a protagonista prendeu a rival no banheiro e a espancou teve média de 57 pontos no Ibope, atrás apenas do capítulo final.
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O casal Tarcísio Meira e Glória Menezes em cena de Irmãos Coragem
Com três protagonistas homens (e com o casal já tradicional da TV, Tarcísio Meira e Glória Menezes), a novela de Janete Clair alcançou grande abrangência, e homens passaram a assumir que viam o folhetim também. Pela primeira vez uma novela ultrapassou os 85% de audiência.
O diretor Daniel Filho contou em seu livro, Antes que Me Esqueçam, que Irmãos Coragem superou até o ibope da final da Copa do Mundo de 1970, em que a seleção brasileira se sagrou tricampeã. "Acho que foi a primeira vez que uma novela estourou de ponta a ponta no Brasil, atingindo índices fantásticos de audiência. Deu mais audiência que a final da Copa de 70. O jogo foi num domingo, e, no dia seguinte, a audiência da novela foi maior", relatou Filho.
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Adriana Esteves brilhou muito como Carminha em Avenida Brasil (2012)
Avenida Brasil foi a primeira novela que bombou muito nas redes sociais. Todos os dias, o público no Twitter comentava os capítulos, brincava com fotos congeladas e subia a hashtag #OiOiOi, em referência à abertura. Os embates entre a vilã Carminha (Adriana Esteves) e a mocinha Nina (Débora Falabella) também empolgaram.
No último capítulo, houve a expectativa do ONS (Operador Nacional do Sistema, que controla a distribuição de energia elétrica) de que acontecesse um efeito chamado "rampa de carga". Nos primeiros minutos após um evento de grande audiência, as pessoas voltam a se dedicar a atividades que tinham deixado para depois (como tomar banho, abrir a geladeira).
Esse aumento súbito de consumo de eletricidade em muitas casas pode gerar uma demanda maior do que o fornecimento de energia é capaz de atender e provocar um apagão. Por prevenção, o ONS determinou que as operadoras gerassem folga de energia e que as linhas de transmissão operassem com capacidade ociosa. As medidas funcionaram, e não houve blecaute após os créditos subirem na tela.
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