SEM POLÊMICA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Marcos Palmeira em Pantanal: Globo corta indiretas para Bolsonaro para acalmar ânimos políticos
GABRIEL VAQUER, colunista
Publicado em 26/7/2022 - 7h00
Atualizado em 26/7/2022 - 8h00
A direção da Globo decidiu vetar uma cena de Pantanal em que o roteiro tinha indiretas para políticos de direita, assim como o presidente Jair Bolsonaro (PL). O trecho do remake escrito por Bruno Luperi iria ao ar no último sábado (23), mas pelo menos três nomes fortes do comando do folhetim optaram pelo corte. A emissora quis evitar barulho desnecessário próximo à época de eleições presidenciais, que acontecerão em outubro.
Com o cenário de polarização grande entre dois candidatos tão antagônicos como Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro, a Globo entendeu que a cena daria apenas dor de cabeça e não tinha muita importância na trama de José Leôncio (Marcos Palmeira)
Segundo apuração do Notícias da TV, o veto ocorreu há uma semana, quando o capítulo que foi ao ar estava em edição. O roteiro foi comparado com o que foi gravado, e a situação foi levada por Gustavo Fernandez, diretor da novela, a José Luiz Villamarim, diretor de Dramaturgia da Globo.
Em conjunto com Ricardo Waddington, diretor de Entretenimento da Globo, houve discussão sobre o que fazer. Todos chegaram ao consenso de que seria de bom tom não exibir a passagem.
Ao mesmo tempo que se evitaria problemas com políticos e até com a lei que faz restrições para os conteúdos de TV em época pré-campanha, a Globo aproveitou para Pantanal e deixar sua narrativa menos lenta.
Procurada pelo Notícias da TV desde domingo (24) para explicar o corte, a emissora não respondeu até o fechamento. Caso o faça, o texto será atualizado.
Além da cena sobre política, Pantanal também não mostrou o beijo entre Guta (Julia Dalavia) e Marcelo (Lucas Leto). Eles acreditam que são irmãos e engatam um romance supostamente incestuoso. A Globo entendeu que o beijo poderia deixar telespectadores confusos e preferiu manter a paixão só na insinuação, pelo menos enquanto Zuleica (Aline Borges) não revela a verdade: o primogênito não é filho biológico de Tenório (Murilo Benício).
Na indireta para Bolsonaro que foi suprimida da edição, José Leôncio se recusaria a todo custo a assistir ao horário eleitoral gratuito, mesmo após a tentativa de Jove (Jesuita Barbosa), que dizia ser importante. "Mêma lenga-lenga", diria o fazendeiro, referindo-se ao espaço veiculado pela TV, conforme previsto no roteiro ao qual a reportagem teve acesso.
Embalada no assunto, Mariana (Selma Egrei), por sua vez, chamaria a campanha política de reality show. "Quanto mais baixaria, maior a audiência", soltaria a idosa durante o bate-papo. Para apimentar ainda mais a prosa, ao cogitar Jesus Cristo como candidato, José Lucas (Irandhir Santos) acabaria levando o pai a alfinetar os políticos de direita.
"Era capaz de crucificarem ele ôtra veiz! Ia ser acusado de comunista", diria José Leôncio, que de maneira geral, desceria a lenha no sistema político como um todo. "É só chegá época de eleição, e eles descobre que tem criança abandonada, que o salário mínimo é uma porcaria, os aposentado tão passâno fome, que tem muita violência na cidade...", analisaria o dono dos bois.
Diante do discurso do pai, Jove daria um apelido ao rei do gado. "Robin Hood à pantaneira", dispararia o rapaz após o fazendeiro prometer que, se fosse candidato, o dinheiro do povo voltaria à mão do povo. "O resto eu ia revertê em cesta básica", diria o protagonista da novela.
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