Murilo Benício recusou papel cômico em A Favorita: 'Queria uma coisa diferente'

No ar em Pantanal, Murilo Benício virou uma espécie de curinga no Vale a Pena Ver de Novo. Depois de Ti Ti Ti, em que interpretou o icônico Victor Valentim, o ator apareceu em dose tripla em O Clone (com Diogo, Lucas e Léo) e, a partir de segunda-feira (16), volta com A Favorita, na pele do malandro Dodi. Um papel icônico, mas que quase não parou em suas mãos.

Benício lembra que foi ele quem batalhou para ganhar o papel. O ambicioso comparsa de Flora (Patricia Pillar) seria vivido por Fábio Assunção, mas o ator deixou o projeto por questões pessoais na época.

"Quando me chamaram para fazer A Favorita, foi para um núcleo cômico, e aí eu não quis fazer, porque eu tinha gostado desse personagem, do Dodi. Eu lembro que o ator que faria esse papel não pôde, então pedi para fazer, foi um pedido meu", conta ele, que continua:

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Me chamaram para repetir um tipo de papel que já tinha feito, e eu queria fazer uma coisa diferente. Eu vi que o Dodi era diferente, por isso eu quis fazê-lo. Foi um personagem que pedi para fazer, porque achei que ele muito interessante.

De fato, Murilo vinha de personagens que flertavam bastante com a comédia. Em 2003, esteve em Chocolate com Pimenta e, em 2006, dois anos antes de A Favorita, fez o Arthur Fortuna em Pé na Jaca. Ao conhecer a trama da novela, o ator ficou logo encantado com a novidade.

"A Favorita foi onde eu conheci o João Emanuel [Carneiro], que eu acho que é um dos grandes autores de novela do Brasil. E eu achava a novela incrível, achava incrível aquela ideia de você não saber quem era o mocinho ou o bandido; eu achava muito revolucionário o fato de o espectador não saber isso, porque normalmente o espectador sabe tudo o que está acontecendo, junto com o autor. Mas, dessa vez, o segredo era de uma pessoa só, era do João. Eu adorei. Sinto muitas saudades dessa novela", diz ao Notícias da TV.

A oportunidade de acompanhar tantos trabalhos no Vale a Pena Ver de Novo anima Murilo, que não se importa de revisitar seu passado na TV. "Eu acho maravilhoso poder reconhecer até na minha própria idade nessas reprises: há quanto tempo eu venho construindo essa carreira, há quanto tempo eu faço parte desse lugar, da Globo, e quanta coisa eu já fiz lá dentro... Isso é muito recompensador para nós, e eu acho um barato, me dá uma dimensão da carreira que eu construí. Na hora que passa um Vale a Pena Ver de Novo, de épocas muito diferentes, isso dá uma dimensão muito gratificante de tempo de trabalho", valoriza.

A Favorita trouxe um estilo diferente de narrativa e inovou o folhetim tradicional ao ter a vilã revelada só depois de muitos capítulos. Para o ator, foi estimulante participar de uma obra com essas características.

"Para mim essa foi a grande sacada do João, ele fez uma coisa que acho que ninguém nunca mais fez e que ninguém nunca tinha feito --posso estar errado, porque às vezes parece que todas as histórias já foram contadas--, mas era uma situação tão nova que eu achava aquilo o máximo. Você não sabe quem está falando a verdade, era um suspense, era um thriller, era muito legal. Estou muito feliz que A Favorita vai para o ar agora; é uma novela que vai surpreender, por ser uma obra que deve estar boa até hoje.

Exibida originalmente em 2008, A Favorita dividirá a faixa da tarde com os capítulos finais de O Clone. O folhetim será reprisado quase na íntegra e só tem previsão para chegar ao fim em 2023.

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