FRACASSO COMERCIAL
REPRODUÇÃO/RECORD
Adriane Galisteu no Power Couple 6: reality tem dificuldades para vender patrocínio neste ano
Principal aposta da Record entre maio e julho --para aproveitar o público que fica órfão do BBB--, o Power Couple Brasil 6 virou uma dor de cabeça para a emissora. O reality estreou sem patrocinadores. Apenas na quarta-feira (11), dez dias após a estreia, o departamento comercial fechou a primeira marca anunciante. Os executivos seguem na correria para vender mais espaços.
O departamento de vendas da emissora não colocou um número limite de cotas, mas internamente, segundo apurou o Notícias da TV, a expectativa era tentar acordos com seis empresas para recuperar o investimento e ter lucro. Até agora, só a farmacêutica Reckitt Benckiser, que é figurinha carimbada na programação da Record, comprou uma cota master para expor as marcas Strepsils e Naldecon.
A venda de patrocínios se mostrou bem mais difícil do que o previsto. O primeiro obstáculo é que a edição de 2021 não foi bem e ficou marcada por casais pouco conhecidos, o que parte do mercado publicitário rejeita. Como o reality não tem o mesmo alcance de público de A Fazenda nem uma audiência considerada qualificada, as negociações são mais complicadas.
No ano passado, o programa conseguiu ter boas marcas por causa do fenômeno do BBB 21 e porque a demanda do público por realities era grande. Mas as entregas também foram consideradas insuficientes.
A audiência da temporada de 2021 foi de 6,3 pontos em São Paulo, abaixo do ideal. Além disso, a repercussão nas redes sociais também não foi considerada positiva por quem anunciou.
Também complica o fato de a área comercial da Record estar em processo de renovação. No fim do ano passado, Walter Zagari deixou o comando do setor, e para seu lugar veio Alarico Naves, que trabalhava em Brasília. Ele montou uma nova equipe considerada muito boa, mas que precisa mudar o olhar que o mercado tem da Record.
O foco agora não é somente a venda em televisão. A Record, assim como a Globo, tem como objetivo negociar a exposição comercial de maneira integrada daqui para frente, com a soma de internet, plataformas digitais, Play Plus e a TV aberta. Apresentar essa linha para os publicitários não é fácil.
Além dos problemas comerciais, a audiência deste ano não tem ajudado. Apesar da repercussão de brigas no Twitter, a atração tem média de 4,8 pontos na Grande São Paulo até o momento. É o pior início da história do jogo de casais. Se seguir nessa toada, muita gente aposta que a atração pode não retornar no ano que vem.
Procurada pela reportagem ao longo de toda a quarta-feira (11), a Record respondeu que o Power Couple é um dos realities de maior repercussão da TV brasileira e que a demora em sua venda se deve às mudanças no comercial. Confira a nota na íntegra:
"O Power Couple é um dos realities de maior repercussão da Record. Não por acaso está na sexta edição, pela segunda vez sob o comando de Adriane Galisteu. Em apenas uma semana no ar, a atração atingiu 30 milhões de telespectadores e gerou, por diversas vezes, enorme repercussão e engajamento nas redes sociais. Tanto a apresentadora como o formato são muito bem aceitos pelo público e pelo mercado.
Por questões estratégicas, já que estamos reformulando nosso departamento comercial num processo transparente e amplamente divulgado pela mídia, desenvolvemos nesse momento uma atuação diferenciada. Um processo que considera nossas novas diretrizes, que demandam projetos personalizados para cada cliente.
Com esse trabalho altamente direcionado, especializado e integrado com todas as plataformas do Grupo Record, anunciamos nesta semana a primeira cota de patrocínio do Power Couple com as marcas Strepsils e Naldecon, ambas da Reckitt Benckiser, que, como outros parceiros com os quais estamos trabalhando, acredita no potencial do reality."
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