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SEGUNDA VEZ

Marcos Palmeira vê pé no amadorismo em Pantanal com renascimento da história

JOÃO MIGUEL JR./TV GLOBO

O ator Marcos Palmeira está com barba grande e usa chapéu e camisa escura em cena de Pantanal, novela das nove da Globo

Marcos Palmeira entra na segunda fase da novela Pantanal na papel de José Leôncio

MÁRCIA PEREIRA

marcia@noticiadastv.com

Publicado em 8/4/2022 - 6h20

Aos 58 anos, Marcos Palmeira revisita uma obra que fez há 32 anos. Agora, no papel principal de Pantanal, o ator afirma que o remake da Globo permite profundidade e frescor em uma história que não é previsível. "Está todo mundo com o pé no amadorismo, no sentido do novo, de se permitir fazer uma coisa diferente, de estar entregue em um processo em que a gente vai descobrindo juntos", diz o intérprete de José Leôncio na segunda fase da novela das nove, que entra no ar na próxima terça (12).

Na primeira versão da novela criada por Benedito Ruy Barbosa, exibida em 1990 pela extinta Manchete (1983-1999), ele deu vida ao peão Tadeu. Por enquanto o público está vendo o personagem criança, mas ele será interpretado a partir da semana que vem por José Loreto.

"O Loreto teve liberdade total, não tem nenhuma inspiração. A gente brinca, entre a gente, existem piadas internas de a gente estar se comunicando, mas eu acho que está tudo muito livre, são novas camadas que a gente está abrindo em Pantanal, já que na época era uma novela de obra aberta e, agora, a gente tem obra inteira", comenta o artista.

Palmeira afirma que em 1990 o folhetim representou uma virada em sua carreira. "Acho que por mais que eu possa e por mais que eu dedique esse trabalho ao Cláudio Marzo [José Leôncio da versão original], o meu Zé Leôncio não tem nenhuma ligação com o Zé Leôncio dele, assim como o Tadeu do Zé Loreto não tem nenhuma relação com o meu Tadeu", discursa.

O galã se diz enfeitiçado pelos ingredientes que encontrou nesse trabalho agora. Ele explica que existe a energia que tinha no passado, quando fazia parte da turma dos jovens do elenco, muitos começando suas trajetórias na TV. Agora, essa mistura de atores jovens com experientes, o encanta de uma outra maneira, o toca em um outro lugar.

Está todo mundo experimentando, porque o Pantanal demanda uma relação diferente com o próprio trabalho. O Pantanal não é previsível, você não consegue dominar o Pantanal, então, a gente joga com esse imprevisível, imprevisto. 

Além da memória afetiva em "estar em lugar do seu próprio passado", o ator fala que todas as mudanças das últimas três décadas pesam muito. Por isso, ele insiste que não existe o compromisso de "refazer", mas o de contar essa história da maneira mais livre possível e mais leve, como os dias atuais exigem.

Exercício de desapego nos bastidores

No entanto, Palmeira confessa que demorou para o desapegar do Tadeu ao desembarcar no Mato Grosso do Sul. Passou um filme na cabeça, como era de se esperar. "Porém, em nenhum momento, eu tive interesse em dizer para ele [José Loreto] como era feito, como é que eu fazia, porque era um outro Tadeu."

Para ser mais objetivo, o ator compara a Pantanal da Globo com outros que fez no teatro, como tantos colegas fazem, como uma releitura de um clássico.

Eu acho que essa novela permite que possa ver várias outras. Eu acho que o Benedito traz um pouco disso, você pode ter um remake de Renascer [1993], um do Rei do Gado [1996], que serão diferentes, porque vai fundo na alma desse brasileiro. Então, acho que o espírito é esse. É a gente ser livre para a gente curtir, porque ninguém tem controle sobre o sucesso. O primeiro sucesso tem que ser entre nós. A gente espera que o público embarque nessa grande viagem que cada um [da produção] está construindo.

Com isso, o intérprete se livra do que ficou lá atrás, destacando, é claro, que essa libertação é "no bom sentido". "O próprio Pantanal está completamente diferente 30 anos depois."

Leia os resumos dos próximos capítulos da novela Pantanal.


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