CONFLITOS ATUALIZADOS
DIVULGAÇÃO/TV GLOBO
Juliana Paes interpreta Maria Marruá em Pantanal: mulher dilacerada pelas mortes dos filhos
O remake de Pantanal é defendido pelo seu elenco e direção como homenagem a um ícone da teledramaturgia e ao seu criador, Benedito Ruy Barbosa. Mas é mais que isso. É a reparação de um erro da emissora por não ter produzido o folhetim no passado, somado a vários fatores que levaram a Globo a apostar que a atualização da história tem boas chances de virar um fenômeno, assim como a trama foi em 1990.
O resgate afetivo é o primeiro ingrediente da lista. Após a exibição de três reprises no horário nobre, que asseguraram a liderança na audiência entre março de 2020 e novembro de 2021, executivos da empresa acreditam que as pessoas gostam de ver história que já sabem o que vai acontecer.
"O curioso é você perceber que o público sabe mais sobre a novela do que a gente, que a novela foi tão vista pelas pessoas", endossa Marcos Palmeira, intérprete de José Leôncio na segunda fase, que começa a partir da quarta semana de exibição do remake. Na versão da Manchete (1983-1999), ele fez o peão Tadeu, que agora está sob a responsabilidade de José Loreto.
Aliado à memória afetiva, tem uma parcela enorme do público que é mais conservadora e ama histórias rurais, que envolvem disputas entre parentes, como a saga de José Leôncio (Renato Góes/Marcos Palmeira) e seus três herdeiros: Tadeu (José Loreto), Jove (Jesuíta Barbosa) e José Lucas de Nada (Irandhir Santos).
"Acho que o Benedito traz um pouco disso, você pode ter um remake de Renascer [1993], um remake de O Rei do Gado [1996], que serão diferentes [do que foi lá atrás], porque vai fundo na alma desse brasileiro", aponta Palmeira.
O calvário da família de Maria Marruá (Juliana Paes), que vira uma mãe dilacerada após as mortes de seus três filhos, e a fé dos personagens também são traços que agradam os telespectadores mais tradicionais das novelas.
A história ainda é cheia de lendas, crendices, como homem que vira cobra, mulher que se transforma em onça, espíritos que protegem a mata, as águas dos rios etc. Características que abrem o leque para atrair quem está em casa pronto para acompanhar uma história nova ou mesmo uma que já foi contada em outros tempos.
joão miguel júnior/tv globo
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Entretanto, um ponto muito forte da nova novela é o marketing social envolvido. O Pantanal, no Mato Grosso do Sul, é o protagonista do enredo em um momento em que questão da preservação ambiental é discutida em todo o mundo.
Educar os telespectadores para o futuro e expor mazelas no bioma, que sofre uma devastação imensa com queimadas e seca, além das ações frutos da ganância do homem, faz parte da história e deve gerar alto engajamento positivo. Palmeira confirma que a trama vai abraçar a causa.
A questão ambiental está muito presente, hoje é indiscutível a questão do aquecimento global. Então, acho que Pantanal vai falar por si só, acho que dentro da novela vocês vão entender que Pantanal é esse 30 anos depois.
Além disso, a região pantaneira tem paisagens de tirar o fôlego, então, por si só, elas já tornam o folhetim um ótimo produto para venda internacional. Desde que passou a exibir as primeiras chamadas, a Globo imprime uma marca cinematográfica à novela das nove.
O autor Bruno Luperi, que faz a adaptação do texto de seu avô, Benedito Ruy Barbosa, 90 anos, afirma que o Pantanal é uma locação que está gritando alto a cada cena:
O agronegócio chegou muito perto do pantanal. As águas já não conseguem mais transbordar como antes. A natureza, porém, ainda fala mais alto. Ela grita, um grito muito mais intenso do que há 30 anos, porque o homem chegou ainda mais perto. Se nós não cuidarmos, vamos ver cada vez mais mudanças climáticas.
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