Marcos Palmeira pede perdão às viúvas de Renascer: 'Sem floreio, lapidado'

Trinta e um anos depois de viver o filho rejeitado de José Inocêncio (Antonio Fagundes), João Pedro, na versão original de Renascer, Marcos Palmeira vai recontar a história na pele daquele que foi o algoz de seu personagem em 1993. O ator afirma que não revisitou a obra porque está fazendo uma nova história, uma releitura do texto criado por Benedito Ruy Barbosa. "Você já cai dentro da história, sem floreio, um diamante lapidado", resume o intérprete.

"Que nos perdoem, no melhor sentido da palavra, as viúvas de Renascer, mas é uma nova Renascer. Um clássico permite isso. Pode ser que daqui a 15, 20, 30 anos, contem essa história de novo, com outro elenco, em outro momento do Brasil", completa o ator.

Ele entra na segunda fase do remake, após Humberto Carrão viver José Inocêncio na juventude. A primeira parte conta com uma linda história de romance, o nascimento dos quatro filhos, a morte da mulher amada e a rejeição pelo herdeiro caçula. O protagonista culpará João Pedro (Juan Paiva) por sua perda enorme porque Maria Santa (Duda Santos) morre no parto dele.

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Palmeira, que tem 60 anos, fez as duas versões de Pantanal (1990 e 2022) e agora repete o feito com Renascer. "Depois que eu fiz Pantanal, eles me passarem esse personagem tão importante, é o Benedito pontuando toda a minha carreira. A grosso modo, se hoje eu estou aqui, devo muito ao Benedito, porque nas novelas dele as coisas aconteceram para mim. Tanto em Pantanal como em Renascer, depois Esperança [2002], Velho Chico [2016]..."

Para o veterano, o interesse é contar uma nova história, trazendo diferente camadas à tona. "A gente todo dia, no set, fala que não tem nada para ser jogado fora ali, cada frase tem um subtexto enorme, quer dizer muitas coisas."

Ele destaca que essas novas camadas vão enriquecer ainda mais a obra em 2024, como a nova realidade do cacau, diferente da antiga forma de se produzir. "O cacau da agrofloresta é muito interessante. Agora, o José Inocêncio invade aquela terra, porque na cabeça dele não tinha dono, a terra estava abandonada. Depois que ele invade, aquele abandono vira preservação, é o que salva a terra. Tem muita fertilidade de solo ali", exemplifica.

O ator diz que o novo olhar vai atingir também as relações familiares, pois a adaptação servirá para rever antigos conceitos. "O Benedito traz sempre esse pai que nunca reconhece o filho que é a cara dele, que é seu espelho, é sempre assim. O filho espelhado é o mais rejeitado. É o João Pedro, é o cara mais próximo dele, e ele não consegue enxergar", finaliza.

A nova versão de Renascer é adaptada por Bruno Luperi, neto de Ruy Barbosa que também fez a atualização de Pantanal para a Globo há dois anos. O remake estreia nesta segunda-feira (22), com um capítulo especial que terá cerca de uma hora e meia de duração. 

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