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INGRA LYBERATO

Madeleine na primeira versão de Pantanal, atriz sofreu com nudez: 'Milanesa'

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Ingra Lyberato posa ao lado de plantas. Ela dá um meio sorriso enquanto olha para a câmera.

Ingra Lyberato viveu Madeleine na primeira versão de Pantanal; atriz relembra cena de nudez

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 7/4/2022 - 6h15

Ingra Lyberato sofreu para gravar nua na primeira versão de Pantanal. Intérprete de Madeleine na produção de 1990, a atriz confessou ter ficado dois dias sem dormir antes de gravar a sequência, a primeira em que ficou sem roupas diante das câmeras. O resultado, porém, tornou a cena uma das mais icônicas da obra. "Tem até um apelido: amor à milanesa, porque a gente rolava na areia", relembrou a artista, em entrevista ao Notícias da TV.

Na cena em questão, Madeleine e José Leôncio (Paulo Gorgulho) se reconciliavam após o nascimento de Jove. A dondoca se enfureceu por dar à luz sem a presença do marido, que estava em comitiva. Eles deram um ponto final à briga ao transar na beira do rio, após se banharem pelados.

Ali no Pantanal é uma explosão de vitalidade. Não tem como: você vai arrancar a roupa e se atirar no rio. Esse pudor é da nossa mentalidade, da nossa visão um pouco doentia sobre a nudez, que é algo muito natural. Na novela, ela foi tratada com uma pureza que não agredia ninguém estava em casa.

A reconstrução da cena foi ao ar na última quinta-feira (6) no remake da Globo. Agora, Bruna Linzmeyer e Renato Góes dão vida ao casal. Aliás, a primeira Madeleine revelou "não ter ciúme" de sua personagem --e ainda elogiou a ideia de transformar a dondoca em loira. Nas redes sociais, Bruna destacou que as madeixas claras foram uma escolha do diretor da nova versão, Rogério Gomes, o Papinha, para salientar a urbanidade daquela mulher.

A decisão de fazer uma nova versão do clássico é vista com bons olhos pela atriz veterana. Especialmente por causa das homenagens feitas ao elenco original. Paulo Gorgulho, seu par romântico na primeira versão, fez uma participação carregada de simbologia no primeiro capítulo do remake. Por meio de Joventino (Irandhir Santos), ele passou seu berrante para o novo José Leôncio.

Também do elenco original, Marcos Palmeira (Tadeu em 1990; José Leôncio na segunda fase do remake) e Almir Sater (Trindade na original; Eugênio na versão atual) têm papéis de destaque. Com o cantor, aliás, a atriz nutre uma amizade desde as gravações do folhetim. Em janeiro de 2020, ela chegou a levar Guilherme, fruto de seu casamento com o cantor Duca Leindecker, para conhecer a fazenda do sertanejo.

Conexão com si mesma

O contato com o vida pantaneira fez com que Ingra encontrasse uma "inteligência profunda" dentro de si. "Qualquer manifestação da mãe natureza nos inspira a olhar pra nossa própria natureza interna. Cresci em sítio, meus pais sempre nos levaram muito pra fazenda, mas em algum momento eu me desconectei dessa fonte de saúde. Pantanal me reconectou", declara.

O impacto foi tanto que a intérprete cursou uma formação em ecopsicologia, linha em que o contato com a natureza é fonte de saúde e bem-estar. Mais do que se mudar para o campo, a ideia é que os adeptos encarem com cuidado todas as manifestações de vida de um espaço --desde as plantas até os insetos. 

Madeleine, porém, é uma personagem que está longe de ter essa consciência. Por isso, dar vida à mimada foi um desafio à parte. Encantada com a natureza exuberante do Pantanal, a artista teve de buscar fundo algum sentimento que a permitisse interpretar a dondoca que via a imensidão do campo como prisão. 

Ingra fez o caminho contrário: pensou em seu próprio olhar de distanciamento para a cidade --afinal, ela foi criada no campo. "Salto, sapato fechado, cabelos arrumados, sutiã de bojo… Eu tive que desenvolver um olhar de estranheza para tudo", relembrou. 

O conflito de querer voltar para casa, mas sofrer por deixar o marido, é uma das coisas que a intérprete mais admira em sua Madeleine. Aliás, as características dos personagens, na opinião da atriz, são o ponto alto da novela. Com destaque para a dignidade, o amor pelo trabalho e os valores bem definidos de Joventino.

Na visão da baiana, a novela da extinta Manchete (1983-1999) mostrou um lado positivo dos brasileiros em meio a um descontentamento geral. "Na época, tínhamos um presidente [Fernando Collor de Mello] que tinha acabado de se eleger e fez tudo o que prometeu não fazer. Hoje, temos lados muito bem estabelecidos, uma guerra ideológica. Mas a novela ultrapassa isso: ela aborda virtudes do ser humano, muito além de partidos políticos", ressalta.

Valores e medos

Há alguns anos, Ingra virou vegetariana, uma vez que não se sentia bem quando comia carne. No entanto, isso não fez com que ela perdesse a admiração pelo folhetim, que trata da criação de gado.

"O problema não é comer carne, é como o gado é criado. Até porque vários animais comem carne na cadeia alimentar, as plantas também sentem... As fazendas do Pantanal são alguns dos lugares que dão um tratamento mais digno, mais respeitoso, para os bois", argumenta.

Logo após Pantanal, a atriz protagonizou A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990). A novela tratava do universo dos rodeios, frequentemente questionado por ativistas veganos em relação aos maus-tratos com os animais. Porém, a atriz afirmou que viu transformações em relação a isso nos últimos anos. "Os criadores irão aprendendo pela consciência", assegura. 

O folhetim, aliás, tornou a artista ainda mais conhecida do que ficou com Pantanal. Contudo, o sucesso foi motivo de medo. "Eu não conseguia entrar em um lugar com muitos olhares me observando", lembra a atriz.

Agora, o remake da obra de Benedito Ruy Barbosa faz com que o público se volte para a baiana mais uma vez. Porém, ela não compartilha dos mesmos sentimentos de vinte anos atrás. "Não é que eu não tenho mais medo de nada, mas estou em paz com os que aparecem. Eu não paraliso mais diante do medo da exposição", ponta.

Atualmente no ar na reprise de O Clone (2001), na Globo, a atriz fez nos últimos anos uma participação em Segundo Sol (2018) e interpretou Lia, em Gênesis (2021), da Record.

Originalmente escrita por Benedito Ruy Barbosa e exibida em 1990 pela extinta Manchete, o remake é adaptado por Bruno Luperi, neto do autor. Diferentemente de outros folhetins exibidos recentemente pela Globo, a história não está totalmente gravada e seguirá o formato de obra aberta, podendo sofrer alterações nos roteiros.


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