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NO AR EM SEGUNDO SOL

Na Globo após 20 anos, Ingra Lyberato explica sumiço: 'Tive medo do sucesso'

Divulgação/Edu Rodrigues

Destaque no início dos anos 1990, Ingra Lyberato entrou para Segundo Sol como a vilã Fátima - Divulgação/Edu Rodrigues

Destaque no início dos anos 1990, Ingra Lyberato entrou para Segundo Sol como a vilã Fátima

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 31/8/2018 - 5h44

A traficante Fátima de Segundo Sol representa uma virada de página para a atriz Ingra Lyberato. Musa de 1990, quando protagonizou A História de Ana Raio e Zé Trovão, na Manchete, ela passou longos períodos longe da televisão, e a atual novela das nove marca sua volta à Globo depois de 20 anos. O sumiço foi intencional: "Tive medo do sucesso".

"Sempre que eu estava em um projeto de grande visibilidade, me dava muito receio de dar o próximo passo. Ana Raio, por exemplo, foi um estouro que eu não esperava. Comecei a fazer teatro por acaso, não tinha na cabeça essa coisa de buscar a fama, como tantos têm hoje", explica ao Notícias da TV.

A atriz com Almir Sater nas gravações de A História de Ana Raio e Zé Trovão (Divulgação/Manchete)

A novela rural em que contracenava com Almir Sater foi o ápice de uma explosão profissional: antes, ela tinha roubado a cena nas primeiras fases de Tieta (1989) e Pantanal (1990). Em questão de meses, foi alçada a protagonista. "Foi tudo muito rápido, e eu não dei conta mesmo", admite Ingra.

Sem saber lidar com a própria situação, ela largou tudo e virou criadora de cavalos. "Fiquei quatro anos nesse meio, acabei virando uma profissional importante da área", conta.

"Mas hoje eu vejo que não precisava ter abandonado a atuação. Percebi que nós damos desculpas que parecem muito plausíveis para não nos expandirmos, mas se olharmos para dentro, vamos perceber que tudo não passa de medo."

Em 2016, Ingra passou por um momento intensivo de autoanálise e liberou seus temores em um livro, chamado de O Medo do Sucesso. Com a experiência, percebeu que o sentimento é mais comum do que ela imaginava. "Não é só para atores, é algo que pode acontecer em qualquer área. Até na vida pessoal. Se um namoro começa a dar certo, a pessoa vê que está muito feliz, passa a se sabotar, a criar dúvidas."

Ela se ofereceu para o papel
Depois de superar os próprios medos, Ingra decidiu que era hora de voltar para a Globo. Quando soube que Segundo Sol se passaria em Salvador, a baiana procurou a produtora de elenco Vanessa Veiga e se colocou à disposição para um papel.

"Eu fiquei 11 anos fora do Rio, voltei há uns cinco e não conhecia mais ninguém do mercado. Então corri atrás mesmo, sem vergonha. Sempre tive esse hábito, se vejo um projeto que me interessa, costumo procurar autor, diretor... Quando a Fátima surgiu, me chamaram para fazer o teste e passei. Foi ótimo", celebra.

reprodução/tv globo

Ingra na pele de Fátima, em cena de Segundo Sol com Luisa Arraes (Manuela): doce, mas má

A traficante, mãe de Narciso (Osmar Silveira), entrou no meio da novela para tumultuar os capítulos em que Manuela (Luisa Arraes) é sequestrada pelo pai do rapaz, Juarez (Tuca Andrada). Em sua primeira cena, Fátima transita da doçura com que recebe a filha de Luzia (Giovanna Antonelli) à violência de agredir a estudante de Medicina com uma paulada.

"Ela tem essa coisa contraditória, uma mãe aparentemente normal, mas que é capaz das maiores maldades. O lado doce tem mais a ver com minha trajetória, mas acho que fazer o vilão é mais gostoso, não tem compromisso com o politicamente correto, com nada. O mocinho é quase uma utopia, é legal poder mostrar a sombra e a luz convivendo em uma mesma pessoa, como é o caso daqueles vilões."

Apesar de o sequestro de Manu ter sido resolvido, a participação de Ingra e Tuca Andrada na novela não chegou ao fim. O retorno de Juarez está previsto para o fim de setembro, e Fátima deve voltar na sequência. A atriz aguarda os novos capítulos para saber que reviravoltas vêm por aí, mas conta à reportagem que queria ver sua personagem como uma vilã ainda mais poderosa.

"Eu colocaria a Fátima como chefe de uma grande organização, disfarçada, irreconhecível, porque ela estava fugindo da polícia da última vez que a vimos. E claro que vai querer procurar o filho, porque 'ela é mãe e esse instinto sempre fala mais alto", sugere Ingra. "Mas novela é obra aberta e a gente não pode prever nada. Quando é do João Emanuel Carneiro, então, a gente prevê menos ainda."


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