PROGRAMAÇÃO 2019
Ramón Vasconcelos/TV Globo
Antonio Calloni como Roger Sadala, o médico estuprador de Assédio: série vai ao na Globo em 2019
DANIEL CASTRO
Publicado em 5/12/2018 - 5h53
Atualizado em 5/12/2018 - 18h25
Pela primeira vez desde 2011, quando levou ao ar o remake de O Astro, a Globo ficará um ano sem ter novela das onze. Oficialmente, o motivo é a adoção de uma nova estratégia de programação para 2019, mas é fato que a emissora tentou viabilizar várias sinopses para a faixa e nenhuma vingou. Foram rejeitados dois projetos, ambos do mesmo autor, Euclydes Marinho, e adiado um terceiro, uma minissérie sobre Carlos Gomes.
No lugar da novela das onze, cuja duração tem variado de 36 a 88 capítulos, no ar de abril até setembro, a Globo terá duas séries nacionais já prontas: Assédio e Se Eu Fechar os Olhos Agora. Outros produtos deverão ocupar o espaço. Provavelmente, haverá coproduções (uma versão mais longa do filme Chacrinha: O Velho Guerreiro está na fila) e reality shows (The Voice e, especula-se, algum formato novo).
A primeira opção da emissora para a faixa das 23h no ano que vem, escolhida em abril, era Sem Limite, de Euclydes Marinho, que juntaria várias obras do polêmico dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980), entre elas Toda Nudez Será Castigada e Bonitinha, Mas Ordinária.
A produção prometia trazer ao horário mais ousado da teledramaturgia nacional uma explosão de nudez e sexo, com cenas de estupro, pedofilia, adultério e até incesto. Mas a cúpula artística da Globo não gostou dos primeiros capítulos e cancelou o projeto, que teria a direção de Amora Mautner, já deslocada para a nova novela das nove, Dias Felizes, de Walcyr Carrasco.
Em julho, a Globo optou por produzir para 2019 O Selvagem da Ópera, escrita por Maria Adelaide Amaral e dirigida por Denise Saraceni. Com cerca de 50 capítulos, a minissérie que contaria a vida do maestro Carlos Gomes (1836-1896), no entanto, vai marcar a volta da novela das onze em 2020.
Foi adiada porque exigiria uma sofisticada produção musical, a cargo do maestro Júlio Medaglia, além de figurinos de época, encenações de óperas e gravações na Itália. Não haveria tempo de colocá-la no ar em abril.
O cancelamento de Sem Limite e o adiamento de O Selvagem da Ópera levaram a Globo a pensar em uma produção mais curta, de 20 capítulos. Já era setembro, não dava mais para apostar em uma produção mais longa. A emissora resgatou, então, a minissérie Irmãos de Sangue, de Euclydes Marinho.
Aprovada em 2016, Irmãos de Sangue seria baseada nas peças Rei Lear, Ricardo III, Macbeth e Hamlet, todas de William Shakespeare (1564-1616). Os personagens clássicos seriam modernizados e comporiam uma família desnorteada, marcada pela ambição e pela tragédia, numa guerra de poder.
A minissérie voltou para a gaveta (sem previsão de sair de lá) por uma questão estratégica: a Globo teria que interrompê-la na metade para exibir outro conteúdo. Concluiu-se que o hiato seria ruim para seu desempenho no Ibope. Optou-se, então, por duas séries de dez capítulos cada uma: Assédio, já disponível no Globoplay, e Se Eu Fechar os Olhos Agora, para locação no Now.
MAURICIO FIDALGO/TV GLobo
Mariana Ximenes em cena de Se Eu Fechar os Olhos Agora, disponível para locação no Now
Se Eu Fechar Os Olhos Agora
Escrita por Ricardo Linhares com inspiração na obra homônima do jornalista Edney Silvestre, Se Eu Fechar os Olhos Agora conta com nomes como Antonio Fagundes (afastado das novelas desde setembro de 2016), Mariana Ximenes, Gabriel Braga Nunes e o casal Débora Falabella e Murilo Benício.
Os protagonistas, no entanto, são dois adolescentes, João Gabriel d'Aleluia e Xande Valois. Eles interpretam, respectivamente, Paulo e Eduardo, jovens que encontram o corpo de Anita (Thainá Duarte) à margem de um lago.
Acusados de um crime que não cometeram, eles iniciam uma investigação por conta própria e descobrem que a morte faz parte de um mistério maior, que envolve figuras importantes da política e da alta sociedade da fictícia cidade de São Miguel.
Outros assassinatos começam a acontecer no local, e os jovens precisam se aliar ao misterioso Ubiratan (Fagundes) para esclarecer os crimes antes que eles se tornem as próximas vítimas.
Assédio
Produzida pela Globo e pela produtora O2, Assédio é inspirada na história do médico especialista em reprodução humana Roger Abdelmassih, acusado de abusar de pacientes sedadas de sua clínica e condenado a 181 de prisão pelo estupro de 37 delas. Após fugir do país e passar três anos foragido, ele foi preso e hoje cumpre prisão domiciliar por ter problemas cardíacos.
A atração acompanha 13 anos da vida do médico, do auge de sua clínica de reprodução humana às denúncias e derrocada profissional e pessoal. Sem mostrar sexo explícito, a minissérie tem cenas intensas de estupro, com foco na vulnerabilidade, nas expressões e nos relatos de dor das personagens violentadas.
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