Papel polêmico
Leo Franco/AgNews
A atriz Paolla Oliveira durante desfile de moda realizado em São Paulo nesta semana
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 8/2/2018 - 6h12
Após viver uma policial exemplar em A Força do Querer, Paolla Oliveira não teve descanso. Já começou a gravar Assédio, série inspirada na trajetória do especialista em inseminação artificial Roger Abdelmassih, que a Globo prepara para seu novo serviço de streaming.
Com um papel polêmico, a atriz afirma que o projeto é especial porque a fez se questionar muito sobre os estupros cometidos pelo ex-médico. É que ela fará justamente a segunda mulher dele na trama. "Carolina é completamente diferente da Jeiza, é uma mulher movida por uma paixão", diz.
Escrita por Maria Camargo e dirigida por Amora Mautner, Assédio terá dez episódios. Ainda não é certo se será exibida ou não pela TV Globo. Pode ficar apenas na internet.
Abdelmassih foi condenado a 181 anos de prisão pelo estupro de 37 pacientes. Ele também teve seu registro de médico cassado.
Pela oportunidade de interpretar essa personagem complexa, Paolla não quis saber de férias depois da trama de Gloria Perez. Deve descansar só a partir de março.
Na série, Carolina vai se manter casada com o estuprador mesmo após a acusação. A personagem representa Larissa Sacco, que conheceu Abdelmassih em 2008 durante um tratamento para engravidar de seu ex-namorado. De paciente, virou mulher do médico e abandonou tudo para fugir com o marido após sua condenação.
"É uma paixão dúbia, se pararmos para pensar por quem ela se apaixonou e quais os fatos que envolvem a sua vida. Acho que daria uma série só dela pela personalidade que a personagem tem e as escolhas que fez", comenta a atriz.
Carolina aparece nos quatro episódios finais de Assédio. Na trama, o médico se chama Roger Salada (Antonio Calloni).
"Nunca tinha trabalhado com o Calloni. No set, posso rever Adriana Esteves e o trabalho da Mariana Lima [que interpreta a primeira mulher do médico]. Toda vez que participamos de um todo que é muito bom, aprendemos alguma coisa e saímos melhor", filosofa.
Paolla diz que não consegue resumir o quanto Assédio tem mexido com ela. "Passaria um dia todo falando com você", avisa. "Esse é um caso muito específico [a história da trama], é uma obra livremente inspirada, não é biográfico, mas falar de assédio é falar de uma coisa que está em voga, tem muito a se discutir."
A atriz conta que a "riqueza" do debate que a série promoverá a seduziu desde o momento em que ouviu falar do projeto, na época em que ainda interpretava Jeiza.
Ela fala também que a policial ainda está presente na sua vida, nas abordagens dos fãs, principalmente. "Jeiza tem uma força impressionante. Eu fiz muitas mulheres interessantes, mas o melhor é justamente poder virar a página e interpretar outra."
Questionada pelo Notícias da TV se ela é engajada na luta contra o assédio, Paolla diz que toda mulher é. "Só não é quem é alienada, não lê jornal", declara.
Samba no pé ou refúgio?
Apesar de afirmar que ama Carnaval, ela não desfilará em nenhuma escola de samba neste ano e prefere fazer mistério sobre se vai curtir a folia ou se pretende fugir para um lugar sossegado.
"Enquanto a galera estiver na avenida, estarei fugida", avisa. E não existe uma possibilidade de ela se disfarçar para curtir a folia por aí? "Eu desisti de disfarce, já saí achando que estava passando despercebida, mas não deu certo. Uma pessoa falou que me reconheceu pela voz", lembra a atriz.
No pré-Carnaval de São Paulo no último fim de semana, a loira deu o ar da graça no Bloco da Favorita e viu muita gente "queimando a largada". A atriz diz que sua dica para aproveitar bem é ir aos poucos, sem pressa. "Para curtir mais e, principalmente, para conseguir se lembrar do que fez no outro dia", brinca.
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