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VILÃ ENGRAÇADA

'Demônio de saias' de O Cravo e a Rosa, Drica Moraes 'delirava' com Marcela

FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Drica Moraes, caracterizada como Marcela, aponta os dois indicadores para a testa em cena de O Cravo e a Rosa

Drica Moraes se jogou nos delírios de Marcela, o "demônio de saias" de O Cravo e a Rosa

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 17/2/2022 - 6h20

Drica Moraes mergulhou nos delírios sensuais de Marcela em O Cravo e a Rosa (2000). Fissurada por Petruchio (Eduardo Moscovis) e ambiciosa ao extremo, o "demônio de saias" deixará Catarina (Adriana Esteves) de cabelo em pé na novela reapresentada pela Globo. A vilã chegará de Paris (França) nos próximos capítulos do folhetim.

"Fui chamada justamente com o atrativo de interpretar uma grande vilã, mas em um horário das seis. Ou seja: uma personagem leve, com dramaticidade misturada com humor e leveza. A Marcela tinha tinha realmente um tom delicioso, de falar absurdos, aquele fascínio pela riqueza e pelos homens. Era meio ninfomaníaca, mas criada em uma escola de freiras", recorda-se a intérprete ao Notícias da TV.

Walcyr Carrasco, autor da novela, e Walter Avancini (1935-2001), diretor da trama, eram antigos conhecidos de Drica. Eles trabalharam juntos em Xica da Silva (1996). No folhetim da Manchete (1983-1999), a atriz também fazia uma vilã, mas em um tom muito diferente do de Marcela.

Para ter ideia do nível das atrocidades de Violante, quando ela descobriu que a madrasta, Micaela (Teresa Sequerra), dormia com Luís Felipe (Fernando Eiras), trancou a rival em um quarto e fez com que um homem a estuprasse dia e noite. 

Vilã entrou às pressas

Como O Cravo e a Rosa foi a estreia de Walcyr Carrasco na Globo, o plano inicial era que fosse uma novela de 80 capítulos. A ideia era que a direção entendesse a opinião do público sobre o texto do autor. Só que a audiência estrondosa dos tapas e beijos de Catarina e Petruchio fez com que equipe de programação da emissora decidisse esticar o folhetim para 220 capítulos.

Para isso, o autor precisava de alguém para tumultuar a trama protagonista. Afinal, a feminista não poderia demorar tanto tempo para ceder à paixão pelo marido.

A filha de Joaquim (Carlos Vereza) se apaixonou e "foi para o escurinho" com Petruchio antes mesmo de aparecer em cena. Como o produtor de queijos acabou com a inocência dela, o ricaço desejava tirar a fazenda do rapaz para se vingar.

Drica Moraes, caracterizada como Marcela, e Carlos Vereza, o Joaquim, em cena de O Cravo e a Rosa

"Demônio de saias", Marcela é filha de Joaquim

Assim, Carrasco resgatou a personagem e convidou Drica. Louca de amor por Petruchio, a filha de Joaquim tem dois objetivos: ganhar dinheiro e separar o fazendeiro de Catarina. Para isso, ela se alia a Heitor (Rodrigo Faro) e Serafim (João Vitti), além do fiel escudeiro que trouxe da França, Ezequiel (Deo Garcês).

"Na exibição original, havia uma torcida muito grande pelo casal Catarina e Petruchio, e, por isso, as pessoas rejeitaram a Marcela. Mas era uma coisa divertida, porque ela era tão absurda, tão extravagante. Os delírios dela eram surreais, e o público não levava a sério como possibilidade de triângulo amoroso, sabe? Acho que ficava mais no campo da fantasia", diz a atriz.

No final do folhetim, porém, Marcela se dá mal. A ambiciosa tenta se casar com Batista (Luís Melo) para se apossar de seus bens, mas o banqueiro desiste do romance e volta com Joana (Tássia Camargo).

A herança de Joaquim fica para Januário (Taumaturgo Ferreira). Para conseguir sobreviver, a vilã se submeterá a uma vida de golpes com Heitor. 

Laço de sangue no elenco

Quando recebeu o convite, Drica estava nos palcos com a peça O Rei da Vela (2000), em São Paulo. Mas nem as pontes aéreas Rio-São Paulo todo final de semana fizeram a artista desistir do papel. 

Drica já tinha feito uma montagem com Taumaturgo Ferreira, o Januário da novela. Ela tinha até um laço de parentesco no elenco: Carlos Vereza, intérprete do pai de Marcela, é primo distante da atriz. Por isso, a intérprete se sentia em casa. Mas a gravação de uma cena a traumatizou:

Meu pai [na novela] tratava uma porca como filha. Só que essa porca foi crescendo, crescendo… No começo, ela era fofa, parecia um porquinho da índia. Nas cenas finais, ela veio gorda, um javali. Era uma sequência que eu tinha de dividir minha herança com a porca, e aí eu peguei ela no colo e ela me urinou inteira [risos]. Fiquei doida com aquilo.

Trilogia de sucesso

Depois de O Cravo e a Rosa, Drica Moraes foi escalada para viver personagens cômicas em outras duas novelas de Walcyr Carrasco: Chocolate com Pimenta (2003) e Alma Gêmea (2005), que está sendo reapresentada no canal Viva

Mesmo antes de o folhetim voltar ao ar, Drica recebia dezenas de vídeos de sua personagem, Olívia, com Vitório (Malvino Salvador) por meio das redes sociais. O casal foi um queridinho do público na exibição original da novela.

Drica Moraes, caracterizada como Olívia, e Malvino Salvador, o Vitório, em cena de Alma Gêmea

Vitório e Olívia eram casal queridinho do público

"Os fãs têm uma verdadeira adoração pelos dois. Era um casal que vibrava, em um tom de comédia quase pastelão, que é uma coisa que eu não faço há muito tempo", relembra.

O Cravo e a Rosa, Chocolate com Pimenta e Alma Gêmea são uma trilogia na minha vida. São três personagens em que eu exercitei esse humor ligeiro, essa comédia de costumes, em uma temperatura leve. Acho que o público gostava muito disso, e talvez se ressinta desse tipo de programação ter acabado. Hoje, tudo é um pouco mais pesado.

Depois, Drica atuou em Pé na Jaca (2006), Ti Ti Ti (2010) e Guerra dos Sexos (2012). A partir daí, ela partiu para "produções mais densas, trágicas e dramáticas", como ela mesma define. A atriz integrou o elenco das novelas Império (2014) e Verdades Secretas (2015). Desde então, a artista tem trabalhado mais em séries.

Além da quinta temporada de Sob Pressão, que deve estrear no Globoplay ainda este ano, ela gravou o podcast Palavra Alada, cujo primeiro episódio foi lançado no último domingo (13).

O Cravo e a Rosa é exibida depois do Jornal Hoje, na Globo. O folhetim faz sucessos nas tardes da Globo, tanto que a nova faixa de reprises, até então experimental, foi fixada na programação na emissora.


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