CRÍTICA
Reprodução/Globo
O ator Vladimir Brichta é destaque em Segundo Sol na pele do personagem mau-caráter Remy
RAPHAEL SCIRE
Publicado em 20/8/2018 - 5h24
Nas últimas semanas, Remy (Vladimir Brichta) vem tocando o terror e dominando Segundo Sol. O irmão de Beto Falcão (Emilio Dantas) é o personagem mais odiado da história, e motivos para que alguém encomende sua alma não faltam. Como uma cobra, se movimenta sorrateiro pelo núcleo central e desperta a raiva daqueles com quem se envolve.
O personagem é um tipo bastante comum na teledramaturgia brasileira: o capanga parceiro da vilã mor. No caso de Remy, ele é um pouco mais elaborado. João Emanuel Carneiro construiu um vilão mais ardiloso, que age inconsequentemente, sem estar necessariamente subordinado a Karola (Deborah Secco). A imprudência é um dos pontos altos dele, assim como cinismo e dissimulação, com frases de efeito que arrancam risos.
Sua relação com Karola é de cama e trama. Sexualmente, se entende com a cunhada há anos, mas não aceitou ser passado para trás por ela e Laureta (Adriana Esteves), desencadeando sua vingança para cima das duas.
Aliou-se a Rosa (Letícia Colin), descobriu a verdadeira identidade de Ariella/Luzia (Giovanna Antonelli), chantageou a mocinha da novela e teve ainda a coragem de peitar a dupla de megeras. Arrancou da amante dinheiro e mordomias, em troca de seu silêncio.
Ovelha desgarrada da família Falcão, Remy nunca teve o carinho do pai. Dodô (José de Abreu) sempre o tratou com indiferença e sofreu com as chantagens do filho, que descobriu a traição paterna e usou isso a seu favor. Remy foi capaz de enganar a própria família e chegou até mesmo a traficar drogas dentro do bar dos Falcão.
Detestável, o personagem encontrou em Vladimir Brichta um intérprete à altura. Ator geralmente associado a tipos cômicos, Brichta deu a Remy uma carga dramática pouco vista em seus papeis anteriores _mesmo Gui Santiago, o protagonista de Rock Story (2016), tinha uma leve inclinação para a comédia.
A cilada de interpretar um vilão é que esse tipo de personagem pode facilmente cair na canastrice. Brichta, porém, contornou a armadilha e fez de Remy uma mistura de malandragem, sex appeal e bom humor. Conseguiu a façanha de ser detestado pelos outros personagens e adorado pelo público.
Seus movimentos mais recentes aceleraram a história de Segundo Sol, e o vilão agora tem um destino previsível: a morte. O próprio ator já admitiu que sabia que Remy seria assassinado antes mesmo da estreia da novela, mas o fato de o personagem ter caído nas graças do público pode garantir a ele uma sobrevida.
A atuação visceral de Vladimir Brichta também contribuiu para gerar uma dúvida acerca de sua saída antecipada. De fato, seria um desperdício deixá-lo fora de cena no momento em que o personagem aparece como um dos pontos altos de Segundo Sol.
Pelo sim ou pelo não, o famigerado "quem matou?" é uma das possibilidades para a história. Caso ele venha mesmo a se concretizar, espera-se que dessa vez João Emanuel Carneiro fuja do óbvio e poupe o público da revelação de que a assassina seja Karola ou Laureta. Pelo histórico do autor, é sabido que ele pode surpreender muito mais.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Resumo da novela Segundo Sol: Capítulo de 7 de novembro
A Globo não divulgou os resumos dos últimos cinco capítulos da novela das nove. O Notícias da TV publica com exclusividade o resumo do capítulo desta quarta (7).
Quarta, 7/11 (Capítulo 153)
Laureta tenta negar ser a mãe de Karola. ... Continue lendo
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.