OPINIÃO
FOTOS: REPRODUÇÃO/RECORD
Abraão (Zécarlos Machado) se casou e teve filho com sua irmã, Sarai (Adriana Garambone)
Fenômeno de audiência na Globo, Walcyr Carrasco sempre foi criticado por histórias controversas, sem profundidade e diálogos nada sutis. O autor de A Dona do Pedaço (2019), que também é chegado a uma reviravolta nonsense, foi colocado no chinelo em todos esses quesitos. Gênesis é um prato cheio de absurdos, mas com um diferencial: não é pura ficção. O enredo é baseado em um dos livros mais antigos da humanidade, a Bíblia.
Incestos, irmãs casadas com o mesmo homem, inúmeras traições, gêmeos que brigam no ventre da mãe, magia e duelos sanguinários são entrecortados pela presença de um vilão extremamente conhecido: Lúcifer (Igor Rickli). Chamada de superprodução, a história inédita da Record conta com várias tramas ficcionais, mas as sete fases do folhetim fazem parte da coletânea homônima do Livro Sagrado.
Gênesis traz contos dos primeiros 2.300 anos da humanidade e deveria explicar de onde viemos e como o ser humano se tornou tão imperfeito. Quem sintonizou na novela desde a sua estreia em janeiro viu Adão (Carlo Porto) e Eva (Juliana Boller) caírem em tentação com um fruto proibido supercolorido e serem expulsos do paraíso.
Pode-se dizer que o casal é o que menos pecou até agora na novela. Depois, seus descendentes se casaram entre si e rejeitaram religiões que não fosse a de um único Deus (Flávio Galvão). Machismo é uma marca registrada de todas as complexas histórias dessas épocas.
Nesse caminho traçado pelos autores responsáveis pela adaptação, teve mãe embriagando filho para ter relações sexuais e engravidar dele, na fase Torre de Babel. Francisca Queiroz deu vida a Semíramis, a mãe que cometeu incesto e tinha obsessão pelo filho, Ninrode (Pablo Morais).
Depois, os telespectadores viram o mundo se acabar em água graças a toda imperfeição humana. Mas Noé (Oscar Magrini) ouviu o "chamado" do criador e salvou animais e sua família.
Francisca Queiroz e Pablo Morais em Gênesis
Camilo Pellegrini, Stephanie Ribeiro e Raphaela Castro, sob a supervisão de Cristiane Cardoso, filha do bispo Edir Macedo, conseguiram imprimir um viés bem folhetinesco a cada nova fase de Gênesis. Os menos religiosos podem se divertir e torcer contra ou a favor de determinado personagem.
Em geral, vilã é vilã e mocinha é mocinha, algo que não muda por ser baseado na Bíblia. Na atual fase, Jacó (Miguel Coelho), tem quem ame Raquel (Thaís Melchior) e não suporte Lia (Michelle Batista), a escolhida pelo todo-poderoso, e vice-versa. Entre uma cena e outra, rola uma evangelização, mas nada que afaste o noveleiro ou também tenha o poder de converter.
Assim como em tantas novelas do horário nobre, Gênesis cumpre a missão de contar uma história, seja ela totalmente fora da realidade ou não. Walcyr Carrasco, que já buscou inspirações em tantos lugares, tem na concorrência um caldeirão de tipos e tramas de fazer inveja e dar ainda mais asas à sua imaginação.
O novelista, com folhetins que foram sucesso de audiência na Globo, terá uma de suas sagas de volta à TV aberta a partir de 24 de agosto. A apimentada Verdades Secretas (2015) será reapresentada enquanto seus protagonistas gravam a continuação da novela para o Globoplay, ainda sem data de lançamento definida.
Gênesis é uma adaptação livre do primeiro livro da Bíblia. O folhetim é dividido em sete fases, e, atualmente, a Record exibe a sexta --Jacó. Além dos spoilers, o Notícias da TV publica o resumo da novela bíblica.
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