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SORTE OU AZAR?

Com Amor de Mãe, Jéssica Ellen desbanca atriz e vira nova 'apavoradinha' do Brasil

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A atriz Jéssica Ellen sentada em uma cadeira de rodas, com a expressão emocionada, como a Camila em cena de Amor de Mãe

Jéssica Ellen interpreta Camila em Amor de Mãe; destino da personagem gera polêmica nas redes sociais

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 24/3/2021 - 6h45

O calvário de Camila em Amor de Mãe revoltou o público, a ponto de a autora Manuela Dias ser cobrada nas redes sociais pelos "excessos". A professora se tornou uma "faca de dois gumes" para Jéssica Ellen, que dá o nome nas cenas mais dramáticas, mas também corre o risco de ficar marcada por uma série de papéis trágicos --exatamente como Fernanda Vasconcellos no início dos anos 2000.

As reclamações foram tantas que a roteirista se justificou no Twitter logo após a sequência em que Danilo (Chay Suede) revela à mulher que um edema na medula a deixará em uma cadeira de rodas durante tempo indeterminado. "Como saber quando um autor ama um personagem? Quando dá ao personagem chances de mostrar a sua força", escreveu.

A justificativa não convenceu parte dos telespectadores, que suscitam debates até raciais em torno da filha de Lurdes (Regina Casé). A imagem de uma mulher negra em constante sofrimento no horário nobre, por mais que a trama se diga realista, reabre feridas dessa parcela da população --que muitas vezes não vai ter direito a um final feliz.

Em termos de dramaturgia, Jéssica não tem do que reclamar quanto à confiança de Manuela em seu trabalho. A atriz tem correspondido às expectativas da escritora desde Justiça (2016), quando interpretou uma jovem negra que foi a única a ser detida pela polícia em uma batida numa festa de classe média alta e branca.

Já na novela das nove, a intérprete se gabaritou como uma opção para outros atores e diretores em sequências como a que Camila desabafa com a protagonista de Regina Casé que não aguenta mais ser "forte", logo depois de ser atingida por uma bala perdida durante um tiroteio na escola em que trabalha.

A grande questão é até que ponto essas oportunidades vão ser plurais e deixarão Jéssica Ellen mostrar a um público maior outras facetas como atriz, a exemplo de sua veia cômica, que passou despercebida na desaplaudida Filhos da Pátria (2017-2019).

Fernanda Vasconcellos em A Vida da Gente

Retrospecto negativo

Em passos lentos, a televisão brasileira tem se aberto para discussões acerca da representatividade à frente das câmeras, mas ainda muito pouco nos bastidores. Ainda há poucos autores e diretores negros, capazes de enxergar Jéssica em um lugar diferente do imaginado por Manuela --ainda mais que a lógica folhetinesca busca reforçar esteriótipos.

Basta ver, por exemplo, como alguns atores --até mesmo consagrados-- se repetem com alguma frequência nas novelas, vide os vários pais adotivos na carreira de Ângelo Antônio, os caipiras de Lima Duarte ou as ricaças de Angela Vieira.

Fernanda Vasconcellos é um exemplo claro dessa lógica. Ela caiu nas graças do público como a protagonista Betina de Malhação (2005), mas foi Páginas da Vida (2006) que marcou a sua carreira. A produção a acompanha até hoje em uma espécie de "maldição", já que boa parte de suas personagens compartilham a pouca sorte e histórias tão pesadas quanto as de Nanda.

Na trama de Manoel Carlos, a jovem foi rejeitada pela mãe ao revelar uma gravidez não planejada, atropelada num ponto de ônibus e teve tempo apenas para dar à luz gêmeos antes de morrer. Fernanda ainda continuou na trama como um espírito, responsável por cuidar dos filhos Francisco (Gabriel Kaufmann) e Clara (Joana Mocarzel).

O papel foi determinante para que a artista emendasse diversas protagonistas, mas também a prendeu ao estereótipo daquela pessoa cuja vida é marcada por um acontecimento trágico: Laura de Desejo Proibido (2007) foi abandonada ainda bebê num cesto dentro do rio; Ana de A Vida da Gente (2011) passou quatro anos em coma; e até a vilã Bruna de Haja Coração (2016) morreu queimada após uma explosão.

Não à toa, Fernanda decidiu quebrar as amarras da televisão aberta e se jogou no streaming para viver outros papéis, como em 3% (2016-2020). Mas até na Netflix, quando ela parecia ter se livrado do estigma, a sina voltou para assombrá-la --a exemplo de Lígia, de Coisa Mais Linda (2019-2020).


Ouça "#51 - Lurdes finalmente descobre onde está Domenico em Amor de Mãe!" no Spreaker.

Saiba tudo sobre os primeiros capítulos" no Spreaker.


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